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Estimativa de abril prevê safra recorde de 264,5 milhões de toneladas para 2021
Apesar do recorde, a estimativa de abril para a safra de 2021 é 0,2% menor do que a que foi feita em março. Isso representa 409,9 mil toneladas a menos. “É a primeira vez que temos queda na estimativa mensal neste ano. Isso ocorreu porque há três safras no Brasil e houve atraso no plantio da primeira safra, conhecida como safra verão ou ‘das águas’. Isso atrasou a colheita da soja e, consequentemente, o plantio da segunda safra”, explica o gerente da pesquisa, Carlos Barradas.
De acordo com o pesquisador, na segunda safra ou a “safra das secas”, as chuvas são mais restritas. “Essa safra, consequentemente, foi plantada tardiamente. Há uma condição de insegurança climática maior e está faltando chuva. Então o que está caindo é a produção da segunda safra”.
O arroz, o milho e a soja são os três principais produtos do grupo de grãos, cereais e leguminosas e, somados, representam 92,9% da produção. Outro recorde é esperado na safra da soja, que deve chegar a 131,9 milhões de toneladas. É uma alta de 8,6%, ou 10,4 milhões de toneladas, na comparação com o ano anterior. “Quase toda a produção da soja foi colhida na safra verão. Até faltou um pouco de chuva, mas a partir de dezembro as chuvas voltaram e houve uma boa produtividade”, diz Barradas.
Enquanto se espera uma produção maior da soja, o milho sofre declínios. A estimativa da produção desse grão caiu 0,5% em relação à feita no mês anterior e deve chegar a 102,5 milhões de toneladas. Apesar dos aumentos de 5,6% na área plantada e de 5,9% na área a ser colhida, a safra deve ser 0,7% menor do que no ano anterior.
“Como a colheita da soja atrasou, consequentemente, o plantio da segunda safra do milho também atrasou. É ela que está no campo agora e, como está faltando chuva, as estimativas estão caindo. Só no Paraná, em relação ao mês anterior, houve uma queda na estimativa de produção da segunda safra do milho de 8,6%, o que representa 1,2 milhão de toneladas”, afirma o pesquisador.
Por outro lado, a estimativa da batata-inglesa aumentou 5,7% em relação a março. Considerando as três safras, a produção deve chegar a 3,9 milhões de toneladas. “Há um aumento de 15,1% na primeira safra em relação ao ano anterior. É uma cultura que varia muito com o preço. Se o preço aumenta, os produtores plantam mais. Foi o que aconteceu na primeira safra, que teve uma boa produção”, diz Barradas.
A cana-de-açúcar teve sua produção estimada em 654,7 milhões de toneladas, uma redução de 2,1% em relação à estimativa de março. Já em comparação à produção de 2020, a queda é de 3,4%. Isso representa 23,2 milhões toneladas a menos.
Produção do Centro-Oeste deve cair 0,7% em 2021
Regionalmente, o Sul (11,7%), Sudeste (6,0%), Norte (1,3%) e Nordeste (4,1%) tiveram acréscimos em suas estimativas. A produção do Sul deve chegar a 81,6 milhões de toneladas, o que equivale a 30,9% do total do país e a do Sudeste, 27,3 milhões de toneladas (10,3% do total). O Nordeste deve produzir 23,5 milhões (8,9% do total) e o Norte, 11,1 milhões (4,2% do total). Já o Centro-Oeste deve produzir 120,9 milhões de toneladas em 2021 (45,7%), com a queda de 0,7% em sua estimativa.
Entre as unidades da Federação, o Mato Grosso lidera, com uma participação de 27,2% na produção total do país, seguido pelo Paraná (15,3%), Rio Grande do Sul (13,4%), Goiás (9,8%), Mato Grosso do Sul (8,3%) e Minas Gerais (6,4%), que, somados, representaram 80,4% do total nacional.
Em relação ao mês anterior, as produções de São Paulo (623,6 mil toneladas), Goiás (237,9 mil toneladas), Ceará (116,4 mil toneladas), Bahia (51,2 mil toneladas), Pernambuco (17,4 mil toneladas), Acre (8,8 mil toneladas), Minas Gerais (5,5 mil toneladas), Alagoas (3,1 mil toneladas), Espírito Santo (621 toneladas) e Rio de Janeiro (11 toneladas) tiveram alta na estimativa. Enquanto Paraná (-1,4 milhão de toneladas), Piauí (-13,2 mil toneladas), Amapá (-13,1 mil toneladas), Maranhão (-1,6 mil toneladas) e Rio Grande do Norte (- 1,6 mil toneladas) tiveram queda.
Fonte: IBGE
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Crédito para custeio antecipado beneficia o planejamento no campo
No custeio antecipado, o produtor rural pode usar o crédito para adquirir previamente insumos agrícolas ou pecuários, como sementes e mudas, fertilizantes, pesticidas, ração e medicamentos
A linha de crédito rural para custeio antecipado é uma importante ferramenta de financiamento que permite ao produtor rural adquirir mais cedo seus insumos agrícolas, com um melhor planejamento da safra. Com a compra antecipada, o produtor consegue melhores condições de preço e mercado.
No custeio antecipado, o produtor rural pode usar o crédito para adquirir previamente insumos agrícolas ou pecuários, como sementes e mudas, fertilizantes, pesticidas, ração e medicamentos. Na atividade pecuária, essa modalidade de financiamento possibilita, ainda, que sejam financiadas a limpeza e a reforma de pastagens e a silagem, entre outras. As atividades aquícolas e pesqueiras (industrial ou artesanal) também são beneficiadas.
“Geralmente, esta época do ano costuma apresentar menor demanda por insumos, dado que a maior parte já foi comprada para a safra em curso e o próximo grande cultivo – safra de verão – acontece no segundo semestre”, explica o diretor de Crédito e Informação, da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Wilson Vaz de Araújo. “Assim, ao obter recursos antecipados, o produtor tende a adquirir seus insumos a custos mais baixos”, complementa.
Outro benefício citado pelo diretor diz respeito à logística de transporte dos insumos, dos portos para as regiões produtoras do Brasil, pois o deslocamento fica mais eficiente nesta época. “Como parte da safra atual, principalmente de soja, está sendo escoada agora para exportação, o frete de retorno dos caminhões com insumos torna-se mais favorável, podendo inclusive resultar na redução de custos” explica.
Grandes instituições financeiras, como o Banco do Brasil e a Caixa, anunciaram recentemente a disponibilização de linha de custeio antecipado da safra 2021/2022. Outras instituições financeiras também deverão anunciar recursos em breve. No crédito antecipado, as taxas de juros são livres, a critério da instituição financeira.
O Banco do Brasil disponibilizou recursos de R$ 16 bilhões para o custeio antecipado das atividades agrícolas para o período agrícola 2021/22. Já a Caixa anunciou a ampliação do Custeio Agro Antecipado para R$ 12 bilhões. A expectativa da instituição é emprestar os recursos aos agricultores até o fim de março e início de abril.
No caso específico do Banco do Brasil, os recursos foram direcionados aos produtores de lavouras de soja, milho, algodão, café, arroz e cana-de-açúcar. No âmbito do Pronamp, que é destinada ao médio produtor, a taxa cobrada pelo BB será de 5% ao ano, com prazo de até 14 meses e teto de R$ 1,5 milhão. Já para o custeio agropecuário aos grandes, a taxa cobrada é a partir de 6% ao ano, também pelo prazo de até 14 meses. Nesse caso, o teto é de R$ 3 milhões.
Os recursos da Caixa atendem a diversas finalidades, especialmente para financiar as despesas do ciclo de produção das principais culturas do país, como soja, milho, algodão, arroz, feijão, mandioca e café, e atividades pecuárias. Os pequenos agricultores terão acesso ao financiamento até junho deste ano a taxa de juros a partir de 2,75% ao ano, médios a partir de 4% e demais a partir de 5%.
Também as cooperativas de crédito injetam recursos para as compras antecipadas e melhor programação dos seus cooperados no campo, com melhores condições de preço no mercado.
Wilson Vaz de Araújo acrescenta ainda que a oferta de recursos para financiamento, neste momento, tem importante significado na medida em que sinaliza a disposição dos agentes financeiros no apoio creditício aos produtores rurais para a realização de sua produção, o que aumenta a credibilidade e confiança de todos os agentes envolvidos no processo produtivo agropecuário.