Em seu último boletim mensal, divulgado nesta sexta-feira (24.11), o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) afirma que o agronegócio está ajudando no controle da inflação. De acordo com a entidade, isso ocorre em função do movimento de queda dos preços relativos à atividade, que apesar de provocar perda de rentabilidade da produção do setor frente à média da economia, tem impacto positivo sobre a economia e a sociedade.
“Produzindo mais a preços menores, o setor contribuiu com o maior abastecimento, com a geração de divisas e o controle da inflação. A queda mais acentuada nos preços relativos, de 11,6%, foi observada no ramo agrícola, com reduções relevantes nas cotações de grãos e também de hortifrutícolas”, afirma o Cepea, que é vinculado à Esalq/USP.
Segundo a entidade, esse cenário reflete principalmente a grande oferta em volume de produção do segmento. No caso dos grãos, por exemplo, segundo pesquisadores do Cepea, o mercado vem apresentando elevada disponibilidade ao longo do ano, diante da boa produtividade de produtos como soja e milho. No ramo pecuário, as quedas nos preços relativos foram mais amenas, com a pressão vinda especialmente da bovinocultura de corte.
O crescimento do PIB-volume do agronegócio está estimado em 6,3% neste ano, considerando-se informações disponíveis até agosto/17, segundo indica pesquisa do Cepea, em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil). O impulso vem do ramo agrícola, que deve registrar aumento de 9,2% em 2017, visto que, para o ramo pecuário, a estimativa é de retração, de 0,4%.
“Apesar do expressivo crescimento em volume, 2017 foi marcado por fortes quedas de preços para os produtos do agronegócio, o que, por sua vez, pressiona a renda do setor. Na comparação de janeiro a agosto de 2017 com o mesmo período de 2016, o decréscimo nos preços médios do agronegócio é de 9,5% em relação aos da economia como um todo. Então, considerando-se as informações disponíveis até agosto/17, estima-se retração interanual de 3,8% no PIB-renda do agronegócio brasileiro”, conclui.
Assessoria de Comunicação
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