
Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio reúne 1.500 participantes
“2030 – O Futuro agora, na Prática”. Esse é o tema que reuniu 1.500 produtoras rurais e empresas representantes do setor agropecuário brasileiro na terceira edição do Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio, que acontece até amanhã, em São Paulo.
Na manhã do primeiro dia de evento, o debate principal girou em torno do papel da pesquisa para fundamentar o futuro. “A agricultura do presente e do futuro está baseada em dígitos”, afirmou Cleber Oliveira Soares, Diretor-Executivo de Inovação e Tecnologia da Embrapa.
No estande do Sistema CNA/SENAR, no evento, o Instituto CNA realiza uma pesquisa sobre a expectativa dos produtores e produtoras com relação à atuação sindical. Segundo as produtoras que já responderam à pesquisa, a “abordagem está muito clara e é muito bom ser ouvida”.
Eleneide Torres Brilhante de Oliveira (foto acima), presidente do Sindicato Rural de Barreiras, no Ceará, acredita no sistema sindical e diz que trabalha muito para levar os produtores para os sindicatos rurais. “ Nós fazemos muitos eventos. Temos muita informação para transmitir. Sou produtora de caju e sem o sistema sindical eu não teria conseguido permanecer na atividade. O sindicato rural oferece vários cursos para que os produtores se capacitem e continuem produzindo”, explicou.
Árvore dos desejos
As mulheres que passam pelo estande do Sistema CNA/SENAR podem escrever sobre seus desejos para o futuro da agricultura brasileira. O papel com o desejo é colocado em uma árvore para que, simbolicamente, a árvore frutifique.

Força feminina: Mulheres na busca de alternativa de renda familiar
Entre o campo e trabalhos artesanais, mulheres encontram o seu empoderamento
A mulher carimbou o protagonismo no meio rural. O papel de quem só era responsável pelas atividades cotidianas da casa, como os afazeres domésticos e o cuidado dos filhos, ficou para trás. Melhor dizendo, bem para trás. De salto alto ou não, lá estão elas na lida do campo, acompanhando a produção de perto, e mais, tomando frente na gestão do negócio, planejando, executando e tomando decisões.
“Temos mulheres com perfil para pecuária, outras para agricultura, e até mesmo mulheres envolvidas no setor florestal. Muitas empresas, inclusive, dão preferência para a mão de obra feminina, pois as máquinas são altamente tecnológicas e sensíveis e a mulher tem um zelo maior com a ferramenta de trabalho. Elas resolveram abraçar a causa e sair da zona de conforto”, destaca a diretora-secretária do Sistema Famasul e coordenadora educacional do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar/MS, Terezinha Cândido.
Muitas mulheres utilizam também seus dons na produção de alimentos artesanais, como queijos, doces e pães, e também nos trabalhos artísticos e manuais, como crochê, bordado e tecelagem. Seja no campo ou fora dele, a perspectiva delas é uma só: a geração de renda.
No Mato Grosso do Sul a força da mulher está bem evidente nas estatísticas. De acordo com o censo populacional do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – de 2000, 5.782 lares na zona rural eram chefiados por mulheres. Uma década depois esse número mais que triplicou. No censo de 2010, 19.648 mulheres do campo eram responsáveis por suas famílias, o que corresponde a um crescimento de quase 240%.
Fonte: Famasul