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Agronegócio é o pulsar que alimenta o Brasil
Presidente da Abag destaca benefícios econômicos e sociais do setor, mas alerta que é preciso produzir preservando de verdade os ecossistemas e biomas
O agronegócio é o coração do Brasil. Podemos relacionar o setor com este órgão, responsável por bombear o sangue oxigenado e os nutrientes pelo organismo humano, garantindo seu funcionamento pleno. O campo nacional gera riquezas, emprego e renda, garantindo alimentos seguros e de qualidade à população, além de fornecer outros produtos necessários à vida moderna.
A vitalidade é tamanha que, em 2020, em meio à pandemia da Covid-19, o setor cresceu 2% em relação a 2019, enquanto as demais atividades, infelizmente, fecharam com dados negativos e até quase sucumbiram. Para este ano, espera-se um faturamento recorde de R$ 1,173 trilhão, somente da porteira para dentro, o que representa uma alta de 15,8% ante 2020.
A fantástica atuação e a forte competitividade em âmbito internacional são retratadas nas exportações. Em abril, o Brasil registrou um superávit de US$ 10,3 bilhões, maior resultado positivo desde 1989. Do total de US$ 26,4 bilhões exportados, o agro nacional respondeu por uma parte relevante, tanto é que as vendas externas cresceram 44,37% em comparação ao mesmo mês do ano anterior.
Contudo, da mesma forma que o coração requer cuidados regulares, pois uma pequena anomalia pode causar efeitos danosos e até irreversíveis, o agronegócio precisa também tratar de um fator que vem ferindo os produtores rurais, os profissionais e as empresas integrantes da cadeia produtiva: a reputação e a imagem perante aos consumidores, investidores, compradores, enfim, ao mundo.
Para nós, que vivemos o agronegócio, é fácil reconhecer, enumerar e elencar todos os benefícios sociais, ambientais e econômicos trazidos por nossa atividade.
Entretanto, se não houver uma convergência de nossa realidade com as ideias e conceitos do público externo, o trauma causado pela falta de conhecimento acerca do que tem sido feito no agro brasileiro poderá crescer, levando à perda de competitividade, à fuga de investidores e à dificuldade em expandir ou abrir mercados. E pior: ao desencanto de quem produz e vive da terra.
Desse modo, a comunicação de nosso setor com os públicos de interesse precisa ser mais eficiente e mais fluida, para evitar obstruções que impeçam a compreensão de que o agronegócio é patrimônio de todos os brasileiros. É o coração que pulsa ininterruptamente em benefício da sociedade.
Mais do que garantir ar puro, a Amazônia também permite estimular o desenvolvimento da bioeconomia, liderada pelo agronegócio, uma verdadeira transformação do sistema de produção mundial, aliando o tripé da sustentabilidade de maneira plena.
Nesse caminho disruptivo, será possível reunir biomas e florestas conservadas, diminuindo impactos decorrentes das mudanças climáticas, com crescimento econômico e social regional e nacional.
Coração e pulmão trabalham em sintonia para que todas as células recebam o oxigênio e os nutrientes necessários para a vida. É assim também com o agronegócio brasileiro e o meio ambiente. O agronegócio busca a preservação dos biomas, ao mesmo tempo, que amplia sua produtividade para levar a riqueza e o alimento para a mesa dos brasileiros e para o mundo.
*Marcello Brito é presidente do conselho diretor da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG)
As ideias e opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do seu autor e não representam, necessariamente, o posicionamento editorial da Revista Globo Rural.
Fonte: Revista Globo Rural
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Estimativa de abril prevê safra recorde de 264,5 milhões de toneladas para 2021
Apesar do recorde, a estimativa de abril para a safra de 2021 é 0,2% menor do que a que foi feita em março. Isso representa 409,9 mil toneladas a menos. “É a primeira vez que temos queda na estimativa mensal neste ano. Isso ocorreu porque há três safras no Brasil e houve atraso no plantio da primeira safra, conhecida como safra verão ou ‘das águas’. Isso atrasou a colheita da soja e, consequentemente, o plantio da segunda safra”, explica o gerente da pesquisa, Carlos Barradas.
De acordo com o pesquisador, na segunda safra ou a “safra das secas”, as chuvas são mais restritas. “Essa safra, consequentemente, foi plantada tardiamente. Há uma condição de insegurança climática maior e está faltando chuva. Então o que está caindo é a produção da segunda safra”.
O arroz, o milho e a soja são os três principais produtos do grupo de grãos, cereais e leguminosas e, somados, representam 92,9% da produção. Outro recorde é esperado na safra da soja, que deve chegar a 131,9 milhões de toneladas. É uma alta de 8,6%, ou 10,4 milhões de toneladas, na comparação com o ano anterior. “Quase toda a produção da soja foi colhida na safra verão. Até faltou um pouco de chuva, mas a partir de dezembro as chuvas voltaram e houve uma boa produtividade”, diz Barradas.
Enquanto se espera uma produção maior da soja, o milho sofre declínios. A estimativa da produção desse grão caiu 0,5% em relação à feita no mês anterior e deve chegar a 102,5 milhões de toneladas. Apesar dos aumentos de 5,6% na área plantada e de 5,9% na área a ser colhida, a safra deve ser 0,7% menor do que no ano anterior.
“Como a colheita da soja atrasou, consequentemente, o plantio da segunda safra do milho também atrasou. É ela que está no campo agora e, como está faltando chuva, as estimativas estão caindo. Só no Paraná, em relação ao mês anterior, houve uma queda na estimativa de produção da segunda safra do milho de 8,6%, o que representa 1,2 milhão de toneladas”, afirma o pesquisador.
Por outro lado, a estimativa da batata-inglesa aumentou 5,7% em relação a março. Considerando as três safras, a produção deve chegar a 3,9 milhões de toneladas. “Há um aumento de 15,1% na primeira safra em relação ao ano anterior. É uma cultura que varia muito com o preço. Se o preço aumenta, os produtores plantam mais. Foi o que aconteceu na primeira safra, que teve uma boa produção”, diz Barradas.
A cana-de-açúcar teve sua produção estimada em 654,7 milhões de toneladas, uma redução de 2,1% em relação à estimativa de março. Já em comparação à produção de 2020, a queda é de 3,4%. Isso representa 23,2 milhões toneladas a menos.
Produção do Centro-Oeste deve cair 0,7% em 2021
Regionalmente, o Sul (11,7%), Sudeste (6,0%), Norte (1,3%) e Nordeste (4,1%) tiveram acréscimos em suas estimativas. A produção do Sul deve chegar a 81,6 milhões de toneladas, o que equivale a 30,9% do total do país e a do Sudeste, 27,3 milhões de toneladas (10,3% do total). O Nordeste deve produzir 23,5 milhões (8,9% do total) e o Norte, 11,1 milhões (4,2% do total). Já o Centro-Oeste deve produzir 120,9 milhões de toneladas em 2021 (45,7%), com a queda de 0,7% em sua estimativa.
Entre as unidades da Federação, o Mato Grosso lidera, com uma participação de 27,2% na produção total do país, seguido pelo Paraná (15,3%), Rio Grande do Sul (13,4%), Goiás (9,8%), Mato Grosso do Sul (8,3%) e Minas Gerais (6,4%), que, somados, representaram 80,4% do total nacional.
Em relação ao mês anterior, as produções de São Paulo (623,6 mil toneladas), Goiás (237,9 mil toneladas), Ceará (116,4 mil toneladas), Bahia (51,2 mil toneladas), Pernambuco (17,4 mil toneladas), Acre (8,8 mil toneladas), Minas Gerais (5,5 mil toneladas), Alagoas (3,1 mil toneladas), Espírito Santo (621 toneladas) e Rio de Janeiro (11 toneladas) tiveram alta na estimativa. Enquanto Paraná (-1,4 milhão de toneladas), Piauí (-13,2 mil toneladas), Amapá (-13,1 mil toneladas), Maranhão (-1,6 mil toneladas) e Rio Grande do Norte (- 1,6 mil toneladas) tiveram queda.
Fonte: IBGE
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Custo da terra no Brasil é o mais alto do mundo
O especialista em geopolítica norte-americano Peter Zeihan costuma dar palestras para agricultores sobre como a política internacional, a economia e as mudanças demográfica afetam as suas vidas. Em recente palestra no Meio-Oeste dos Estados Unidos, ele arriscou algumas previsões e fez vários comentários sobre o Brasil.
Para Zeiham, o “custo [de oportunidade] da terra no Brasil é o mais alto do mundo” em função dos altos custos de transporte” e da fácil proliferação de pragas. “O Brasil não é como o Meio-Oeste. Toda a produção agrícola está isolada. Os custos de transporte podem ser de quatro a 100 vezes mais altos que nos Estados Unidos. Os rios para eles não funcionam. O uso de pesticidas é extremo. Eles precisam de mudar de pesticidas a cada três anos, sendo que nos Estados Unidos se muda a cada 10 ou 15 anos”, analisou.
Ele também prevê que haverá uma mudança, pelo menos momentânea, de maior crescimento agrícola na Argentina do que no Brasil. “O Brasil só faz sentido em um mundo onde há uma China com uma demanda insaciável e com um sistema internacional de transporte marítimo seguro e barato. Há uma virada maciça na América do Sul, enquanto o Brasil se desmorona e a Argentina cresce”, comenta.
Zieham afirma ainda que nos próximos anos o mundo passará por fortes dificuldades nos próximos anos em função do forte aumento populacional nos países asiáticos, mas que por outro lado haverá uma redução significativa da população japonesa e na Rússia até uma possível desaparição do país. Nesse contexto, prevê que poucos países estariam bem. Uma das exceções seriam os Estados Unidos.
“O Meio-Oeste é uma das maiores terras aráveis do planeta e está dividido pelo Mississipi. O sistema do Mississipi é o maior sistema de transportes do mundo. Esses dois fatores são imunes à política. Sempre estiveram”, explicou.
Na palestra, o especialista citou outros países com maior potencial agrícola que não são tão conhecidos. Austrália na carne de alta qualidade e no trigo. Nova Zelândia no leite e carne bovina. Mianmar no arroz. E a França pela possibilidade ampla de plantar vários cultivos.
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Exportações brasileiras crescem mais de 19% no primeiro semestre de 2017
Embarques para os países da América Latina impulsionam o resultado
Operadora logística Panalpina Brasil é uma das responsáveis por transportar produtos nacionais para os países da região
O desempenho das exportações brasileiras vem sendo destaque no cenário internacional em 2017. Segundo dados da Organização Mundial do Comércio (OMC), somente no primeiro semestre do ano, o Brasil registrou um aumento de 19,34% no valor dos embarques nacionais para o exterior, comparado ao mesmo período de 2016.
Ainda de acordo com a entidade, a taxa de crescimento do país se elevou acima da média global, superando em mais de dez pontos percentuais o número alcançado por grandes potências mundiais, como os Estados Unidos, que teve alta de 6,7%, e a China, que obteve elevação de 8,5%. Já as vendas externas dos países da União Europeia subiram 4,7% no acumulado de janeiro a junho.
Informações do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) mostram que as movimentações do Brasil para o exterior neste período atingiram US$ 107,7 bilhões. Grande parte deste montante transportado tem como destino os países da América Latina, como a Argentina. A venda de automóveis aos “vizinhos”, por exemplo, registrou um crescimento de praticamente US$ 1 bilhão na comparação entre janeiro e julho de 2016 e 2017. No ano anterior, o comércio de veículos para os argentinos alcançou US$ 1,9 bilhão, enquanto neste ano chegou a US$ 2,7 bilhões.
Outro dado que comprova o potencial de negócios da região é o divulgado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Segundo a organização, as exportações da América Latina e do Caribe, como um todo, aumentaram 17% somente no primeiro trimestre do ano. De acordo com o levantamento, em um paralelo entre todos os países locais, o Brasil é o quinto que mais exportou neste período.
Por essas razões, o Grupo Panalpina, um dos principais operadores logísticos globais, investe cada vez mais em suas operações no país, por meio de sua filial local, a Panalpina Brasil, responsável por transportar os produtos nacionais para os países da região. Por isso, com o objetivo de impulsionar ainda mais o crescimento de seu volume de negócios no Trade Intra Latam, a companhia promoverá, nesta semana, um encontro inédito entre suas principais lideranças da América Latina, o Americas Meeting, que será realizado em sua sede nacional, em São Paulo (SP).
Dessa forma, os presidentes de suas unidades em oito países (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, México, Panamá e Peru) se reunirão com o CEO Global da companhia, Stefan Karlen, e com o CEO Regional Americas, Franck Hercksen, para definirem estratégias conjuntas para aprimorar ainda mais o desempenho da corporação na região, que já atinge ótimos resultados ano após ano.
“Esta reunião é uma consequência direta do sucesso que alcançamos com a campanha BRAMECO (Brasil, México e Colômbia), fomentada entre agosto de 2016 e agosto de 2017, que proporcionou um crescimento considerável dos negócios entre estes países”, afirma o presidente da Panalpina Brasil, Marcelo Caio.
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Mapa lista 20 pragas mais importantes que não chegaram ao Brasil
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e a Embrapa divulgaram uma lista de 20 pragas que apresentam risco caso entrem ao país. Essas pragas ameaçariam culturas como milho, soja, mandioca, batata, arroz e muitas frutas. Três dessas 20 pragas já contam com um plano de contingência, caso apareçam em alguma região do país.
As três pragas que já possuem plano de contingência são o fungo Moniliophthora roreri, que infecta os frutos do cacaueiro; o inseto Cydia pomonella, que ataca principalmente a maçã; e o Candidatus Phytoplasma palmae, fitoplasma que causa o amarelecimento-letal-do-coqueiro. A Cydia pomonella já havia sido detectada no Brasil em 1991, mas foi considerada erradicada em 2014.
A publicação da lista de pragas ausentes no país é uma obrigação do Brasil como membro da Convenção Internacional para Proteção dos Vegetais (CIPV). De acordo com o coordenador-geral de Proteção de Plantas do Mapa, Paulo Parizzi, essa convenção prevê que os países devem publicar listas de pragas regulamentadas a fim de que os outros países e parceiros comerciais possam ter mais clareza sobre medidas fiscalizatórias e fitossanitárias a tomar.
“A priorização é importante porque permite desenvolver um trabalho mais focado nas necessidades específicas de cada praga destacada, visando a evitar sua introdução e melhor preparo caso entrem, e dessa forma adotar as medidas necessárias para sua erradicação e controle,” disse Parizzi.
A metodologia para o mapeamento de pragas com prioridade é feita bom base na possibilidade de entrada, estabelecimento, dispersão e impacto econômico estimado.
As 20 pragas mais importantes que ainda não chegaramao Brasil são as seguintes , segundo o Mapa e a Embrapa:
- African Cassava Mosaic Virus – vírus (mandioca)
- Anastrepha suspensa – inseto (goiaba)
- Bactrocera dorsalis– inseto (frutíferas)
- Boeremia foveata – fungo (batata)
- Brevipalpus chilensis – ácaro (kiwi, videira)
- Candidatus Phytoplasma palmae – fitoplasma (coqueiro)
- Cirsium arvense – planta daninha (trigo, milho, aveia, soja)
- Cydia pomonella – inseto (maçã)
- Ditylenchus destructor – nematoide (milho, batata)
- Fusarium oxysporum f.sp. cubense Raça 4 Tropical – fungo (banana)
- Globodera rostochiensis – nematoide (batata)
- Lobesia botrana – inseto (videira)
- Moniliophthora roreri – fungo (cacau)
- Pantoea stewartii – bactéria (milho)
- Plum Pox Virus – vírus (pessegueiro, ameixeira)
- Striga spp. – planta daninha (milho, caupi)
- Tomato ringspot virus – vírus (frutíferas e tomate)
- Toxotrypana curvicauda – inseto (mamão)
- Xanthomonas oryzae pv. oryzae – bactéria (arroz)
- Xylella fastidiosa subsp. fastidiosa – bactéria (videira)
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China desbanca EUA e se torna principal país de importações ao Brasil
Maior destino dos produtos brasileiros, a China também se tornou a maior vendedora de produtos para o Brasil, desbancando a posição tradicionalmente ocupada pelos Estados Unidos. No âmbito do comércio exterior, os chineses já figuram como o principal parceiro do País, com um saldo comercial que já soma US$ 18,9 bilhões em 2017.
Dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic), mostram que, de janeiro a agosto, as importações chinesas totalizaram US$ 17,5 bilhões, enquanto as compras de produtos norte-americanos somaram US$ 16,8 bilhões. As importações com origem na China correspondem a 17,9% das importações totais brasileiras. Ao mesmo tempo, os embarques de produtos brasileiros para a China representam 25% do total das exportações brasileiras.
De acordo com a pasta, as importações chinesas aumentaram 13,3% de janeiro a agosto, com destaque de maior volume de compras de aparelhos transmissores e receptores, semicondutores, laminados planos, circuitos integrados, autopeças, circuitos impressos, aparelhos eletromecânicos, pneumáticos e bombas e compressores.
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A saída para o Brasil está no porto
Em 2017, a balança comercial teve o melhor 1º semestre em 29 anos com superávit de US$ 36 bilhões. Deste volume, o agronegócio respondeu por 46%. No entanto, mesmo com esse resultado surpreende, é preciso exportar mais. Atualmente, o país é responsável por apenas 1% das relações comerciais, mesmo ocupando a sétima colocação entre as maiores economias do mundo.
Segundo a consultora em Negócios Internacionais, Tatiana Palermo, o campo é um dos setores mais competitivos da economia brasileira. “O Brasil atravessa uma séria recessão econômica. Atualmente, há em andamento uma ambiciosa agenda de recuperação, com foco no equilíbrio fiscal e na ampliação da participação da iniciativa privada. No entanto, é preciso investir em uma política de comércio exterior séria para um crescimento sólido”, afirma. Palermo participou do painel “Mercado Internacional: Desafios e Oportunidades à Exportação”, no 5º Foro de Agricultura da America del Sur.
Segundo Tatiana, o protecionismo cresce no mundo e as tarifas praticadas pelo Brasil não são nada competitivas. Para pior a situação, o país ainda enfrenta sérias restrições por causa de barreiras sanitárias e fitossanitárias. “O Brasil apostou todas suas fichas na OMC. O País não tem nenhum acordo bilateral com um mercado relevante”, diz.
A especialista ressaltou a importância do país se abrir. “É muito comum ouvir exportador afirmando que o consumo interno dá conta se os mercados se fecharem. Isso não é verdade. Atualmente, 95% do suco de laranja são exportados, 80% da soja, 71% do café. O Brasil depende do mercado exterior. Por isso é importante baixar as tarifas, investir em novos acordos. E, principalmente, não esquecer que o comércio internacional é uma via de mão dupla. Temos que exportar e importar. É assim que se faz comércio”, defende.
Professor de Relações Internacionais da Universidade Positivo, Gustavo Iamin, que também participou do painel, concorda com Tatiana Palermo. “O protecionismo não é novidade. Já tivemos em séculos passados em diferentes momentos. O comércio exterior evoluiu a partir da Segunda Guerra Mundial, com surgimento da ONU, FMI e OMC. E os países da Europa e do Sudeste asiático foram os que mais apostaram nisso e se recuperaram com força, mostrando que o modelo econômico é bem sucedido”.
Iamin diz que o discurso protecionista está em alta, mas na prática, grandes mercados ainda não se fecharam. “Apesar do Trump e, mais recentemente o Partido Democrata adotarem o mesmo discurso, França, Reino Unidos, Alemanha, continuam abertos. É preciso continuar neste caminho, ficarmos atentos e cobrar das áreas e ministérios responsáveis”.
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Safra brasileira de grãos deve alcançar 288,2 milhões de toneladas em 10 anos
A produção brasileira de grãos deverá chegar a 288,2 milhões de toneladas nos próximos 10 anos, um acréscimo de 51 milhões de t em relação à atual safra (2016/2017), de 237,2 milhões, o que representa um incremento de 21,5%. Milho e soja continuarão puxando a expansão dos grãos até 2026/27. A previsão de crescimento da área plantada de todas as lavouras (grãos e culturas permanentes) é de 13,5%, saindo de 74 milhões de hectares para 84 milhões de hectares. Já área de grãos deve aumentar 17,3% neste período.
As estimativas fazem parte do estudo de projeção da produção agropecuária brasileira para a próxima década, divulgado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Mapa) nesta sexta-feira (21). A pesquisa envolve 29 produtos, como grãos, carnes (bovina, suína e aves), leite, frutas, fumo, celulose, papel e outros.
De acordo com o coordenador-geral de Estudos e Análises da Secretaria de Política Agrícola do Mapa, José Garcia Gasques, o crescimento da produção agrícola no Brasil continuará sendo impulsionado pela produtividade no campo, pelo aumento do consumo do mercado interno e pela expansão das exportações.
O crescimento com base na produtividade deverá ocorrer nas novas regiões agrícolas do Brasil, no Norte e no Centro-Nordeste. O estudo, segundo Gasques, aponta que os investimentos em infraestrutura e logística nessas regiões têm dado segurança para o novo cenário agropecuário.
Produtos mais dinâmicos
Os produtos mais dinâmicos do agronegócio brasileiro deverão ser algodão em pluma, milho, carne suína, carne de frango, soja grão. Entre as frutas, os destaques são manga, uva e melão.
A expansão de 13,5% na área plantada de lavouras no país está concentrada em soja (+9,3 milhões de hectares), cana-de-açúcar (+1,9 milhão) e milho (+1,3 milhão). Entretanto, segundo Gasques, algumas lavouras, como café, arroz e feijão, devem perder área, mas a redução será compensada por ganhos de produtividade.
Ainda conforme publicação do Mapa e da Embrapa, a expansão de área de soja e cana-de-açúcar deverá ocorrer pela incorporação de áreas novas, de pastagens naturais e também pela substituição de outras lavouras que deverão ceder espaço.
A produção de carnes (bovina, suína e aves), entre 2016/17 e 2026/27, deverá aumentar em 7,5 milhões de toneladas, com acréscimo de 28% em relação à produção de carnes de 2016/2017. As carnes de frango (33,4%) e suína (28,6%) devem apresentar maior crescimento nos próximos anos. A produção de carne bovina deve aumentar 20,5% entre o ano base e o final das projeções.
Em 2026/27, 40% da produção de soja serão destinados ao mercado interno. A produção de milho (+55,5%) e de café (+45%) também deve ser consumida internamente. “Haverá, assim, dupla pressão sobre o aumento da produção nacional, devida ao crescimento do mercado interno e das exportações do país”, observa Gasques.
Projeções regionais
As projeções regionais indicam que os maiores aumentos de produção e de área da cana-de-açúcar devem ocorrer em Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso, embora estes três últimos sejam ainda estados de produção pequena da cultura. Mas São Paulo, como maior produtor nacional, também projeta expansões elevadas de produção e de área do produto.
Os estados da Bahia e Tocantins devem liderar o crescimento da produção de milho nos próximos anos. Entre os grandes produtores, Mato Grosso deve continuar liderando a expansão da produção de milho e soja no país, com aumentos previstos de 41,4% e 34,1%, respectivamente. O acréscimo da produção de milho deve ocorrer especialmente pela expansão da segunda safra.
A soja deve apresentar forte expansão em estados do Norte, especialmente no Pará e em Rondônia. “Contribuem para isso a atração que a cultura apresenta e a abertura de novos modais de transporte nos próximos anos”, projeta o coordenador-geral de Estudos e Análises.
Gasques pondera que um dos fatores de incerteza são as mudanças climáticas. Segundo a Embrapa, algumas lavouras, como café, feijão e laranja, podem ter redução de produção e produtividade devido ao abortamento das flores, ocorrido com as mudanças climáticas.
Confira aqui o estudo.
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Brasil lidera produtividade agropecuária mundial
Entre 2006 e 2010, rendimento da atividade rural foi de 4,28% ao ano. Soja está entre as culturas com melhor desempenho
Estudos feitos pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos mostram que o Brasil é um dos países em que a produtividade mais cresce. De 2006 a 2010, o rendimento da agropecuária aumentou 4,28% ao ano no Brasil, seguido pela China (3,25%), Chile (3,08%), Japão (2,86%), Argentina (2,7%), Indonésia (2,62%), Estados Unidos (1,93%) e México (1,46%).
Os pesquisadores americanos usaram o indicador expresso em Produtividade Total dos Fatores (PTF), que considera todos os produtos das lavouras e da pecuária e os relaciona com os insumos usados na produção.
De acordo com o coordenador-geral de Estudos e Análises da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, José Garcia Gasques, o aumento da produtividade agrícola tem sido a forma mais segura de suprir as necessidades crescentes de alimentos em todo o mundo.
“Ao longo dos últimos 50 anos, o crescimento da produtividade permitiu ofertas mais abundantes de alimentos a preços mais baratos”, assinala Gasques. “No Brasil, isso pode ser verificado pela redução dos preços reais de grãos relevantes na alimentação humana, como, por exemplo arroz, milho, soja e trigo.”
Com ganhos de produtividade obtidos nos últimos anos na agricultura, destacou o coordenador da SPA, o Brasil deixou de ser país importador de alimentos, com enormes crises de abastecimento, e se transformou em um expressivo exportador de uma pauta diversificada de produtos agropecuários.
Crescimento da produção
A taxa média de crescimento da produtividade agropecuária no Brasil foi de 3,58% ao ano entre 1975 a 2015. Na década de 2000, a média foi de 4,08% ao ano. “Isso mostra que a agricultura tem crescido principalmente com base na produtividade. No Brasil, essa variável é responsável por cerca de 90% do crescimento da produção, enquanto que 10% se deve aos insumos”, salienta Gasques.
Três tecnologias são consideradas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) como essenciais ao aumento da produtividade da agricultura brasileira: viabilização da segunda safra de verão (safrinha); resistência genética às principais doenças e plantio direto na palha.
O estudo sobre o crescimento da produtividade brasileira foi publicado na revista EuroChoices agri-food and rural resource issues, na edição deste ano, nas versões em inglês, francês e alemão.
Fonte: Mapa