
Produção mineira de grãos ultrapassa 14 milhões de toneladas
A produção mineira de grãos alcançou volume recorde de 14,1 milhões de toneladas na safra 2016/2017. Com o período de colheita encerrado no mês de junho, o volume confirmado é 19,8% superior à safra passada. A área plantada também registrou crescimento de 2,4%, alcançando 3,4 milhões de hectares. Os números fazem parte do 11º levantamento de safra da Conab e foram analisados pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa).
Segundo o Superintendente de Abastecimento e Economia Agrícola João Ricardo Albanez, esse ganho na produção é resultado do aumento da produtividade das lavouras. “A utilização de tecnologia está presente não só em máquinas e implementos, mas também em sementes, nos sistemas de cultivo, além do uso da irrigação. As condições climáticas favoráveis nesta safra somadas à adoção de tecnologias também foram fundamentais para este resultado”, analisa.
A produção total de milho, no estado, foi de 7,6 milhões de toneladas, com crescimento de 28,1% em relação à safra anterior. A área plantada com o grão alcançou 1,3 milhão de hectares (+5,7%) e a produtividade deve ser de 6 mil quilos por hectare (+21,2%). A produção de soja alcançou 5 milhões de toneladas (+6,7%), numa área plantada de 1,5milhão de hectares e produtividade de 3,4 mil quilos por hectare (+7,6%).
“O milho contribui com 54% da safra de grãos no estado e a participação da soja é de 35,5%. Os dois produtos, somados, representam quase 90% da produção mineira de grãos. “Soja e milho têm uma importância estratégica para a pecuária mineira, com participação expressiva na formulação das rações. Resultados positivos na produção destes dois cereais asseguram fontes de proteínas (carnes, ovos, leite), além de serem matérias-primas para a produção de óleos vegetais”, explica o Superintendente.
Em relação à exportação dos grãos, soja e milho têm destinos diferentes. Enquanto mais de 95% do milho cultivado no estado são destinados ao consumo interno, cerca de 40% da soja são exportados. No período de janeiro a julho deste ano, os principais países importadores da soja mineira foram a China (72,5%), Tailândia (6,5%) e Holanda (4,3%).
Outros produtos, apesar de menor representatividade, contribuíram para a produção recorde de grãos, como o sorgo que registrou crescimento expressivo (+91,2%). De acordo com o Superintendente João Albanez, esse índice foi estimulado pelo crescimento do plantio do grão na segunda safra, que é realizada nos meses de fevereiro a março. “Como existe a possibilidade de veranicos neste período, as regiões do Triângulo Mineiro, Noroeste e Alto Paranaíba estão investindo no sorgo como alternativa ao milho por ser mais resistente à falta de chuva característica do período”, explica. Além da soja, milho e sorgo, vários outros itens que compõem a safra de grãos no estado também registraram crescimento.
Safra Grãos MG 2016/2017
Milho – 7,6 milhões de toneladas (+28,1%)
Soja – 5 milhões de toneladas (+6,7%)
Sorgo – 666 mil toneladas (+91,2%)
Feijão – 544 mil toneladas (+4,7%)
Trigo – 230 mil toneladas (+5,2%)
Girassol – 13 mil toneladas (+94%)
Amendoim – 9,4 mil toneladas (+23,7%)
Arroz – 15 mil toneladas (Mesma produção da safra anterior)
Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais

Safra brasileira de grãos deve alcançar 288,2 milhões de toneladas em 10 anos
A produção brasileira de grãos deverá chegar a 288,2 milhões de toneladas nos próximos 10 anos, um acréscimo de 51 milhões de t em relação à atual safra (2016/2017), de 237,2 milhões, o que representa um incremento de 21,5%. Milho e soja continuarão puxando a expansão dos grãos até 2026/27. A previsão de crescimento da área plantada de todas as lavouras (grãos e culturas permanentes) é de 13,5%, saindo de 74 milhões de hectares para 84 milhões de hectares. Já área de grãos deve aumentar 17,3% neste período.
As estimativas fazem parte do estudo de projeção da produção agropecuária brasileira para a próxima década, divulgado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Mapa) nesta sexta-feira (21). A pesquisa envolve 29 produtos, como grãos, carnes (bovina, suína e aves), leite, frutas, fumo, celulose, papel e outros.
De acordo com o coordenador-geral de Estudos e Análises da Secretaria de Política Agrícola do Mapa, José Garcia Gasques, o crescimento da produção agrícola no Brasil continuará sendo impulsionado pela produtividade no campo, pelo aumento do consumo do mercado interno e pela expansão das exportações.
O crescimento com base na produtividade deverá ocorrer nas novas regiões agrícolas do Brasil, no Norte e no Centro-Nordeste. O estudo, segundo Gasques, aponta que os investimentos em infraestrutura e logística nessas regiões têm dado segurança para o novo cenário agropecuário.
Produtos mais dinâmicos
Os produtos mais dinâmicos do agronegócio brasileiro deverão ser algodão em pluma, milho, carne suína, carne de frango, soja grão. Entre as frutas, os destaques são manga, uva e melão.
A expansão de 13,5% na área plantada de lavouras no país está concentrada em soja (+9,3 milhões de hectares), cana-de-açúcar (+1,9 milhão) e milho (+1,3 milhão). Entretanto, segundo Gasques, algumas lavouras, como café, arroz e feijão, devem perder área, mas a redução será compensada por ganhos de produtividade.
Ainda conforme publicação do Mapa e da Embrapa, a expansão de área de soja e cana-de-açúcar deverá ocorrer pela incorporação de áreas novas, de pastagens naturais e também pela substituição de outras lavouras que deverão ceder espaço.
A produção de carnes (bovina, suína e aves), entre 2016/17 e 2026/27, deverá aumentar em 7,5 milhões de toneladas, com acréscimo de 28% em relação à produção de carnes de 2016/2017. As carnes de frango (33,4%) e suína (28,6%) devem apresentar maior crescimento nos próximos anos. A produção de carne bovina deve aumentar 20,5% entre o ano base e o final das projeções.
Em 2026/27, 40% da produção de soja serão destinados ao mercado interno. A produção de milho (+55,5%) e de café (+45%) também deve ser consumida internamente. “Haverá, assim, dupla pressão sobre o aumento da produção nacional, devida ao crescimento do mercado interno e das exportações do país”, observa Gasques.
Projeções regionais
As projeções regionais indicam que os maiores aumentos de produção e de área da cana-de-açúcar devem ocorrer em Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso, embora estes três últimos sejam ainda estados de produção pequena da cultura. Mas São Paulo, como maior produtor nacional, também projeta expansões elevadas de produção e de área do produto.
Os estados da Bahia e Tocantins devem liderar o crescimento da produção de milho nos próximos anos. Entre os grandes produtores, Mato Grosso deve continuar liderando a expansão da produção de milho e soja no país, com aumentos previstos de 41,4% e 34,1%, respectivamente. O acréscimo da produção de milho deve ocorrer especialmente pela expansão da segunda safra.
A soja deve apresentar forte expansão em estados do Norte, especialmente no Pará e em Rondônia. “Contribuem para isso a atração que a cultura apresenta e a abertura de novos modais de transporte nos próximos anos”, projeta o coordenador-geral de Estudos e Análises.
Gasques pondera que um dos fatores de incerteza são as mudanças climáticas. Segundo a Embrapa, algumas lavouras, como café, feijão e laranja, podem ter redução de produção e produtividade devido ao abortamento das flores, ocorrido com as mudanças climáticas.
Confira aqui o estudo.

Boas expectativas marcam o início da safra de grãos
A expectativa de uma boa safra de grãos está gerando reflexos positivos em setores da economia que dependem da agricultura. Influenciada por condições climáticas mais favoráveis para o desenvolvimento das lavouras neste ano, a previsão para a safra 2016/2017 é de mais de 210 milhões de toneladas de grãos produzidas, segundo os dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Essas expectativas positivas acendem o sinal verde para outros setores da economia que dependem diretamente da produção agropecuária. No caso das máquinas agrícolas por exemplo, segundo os dados da Associação dos Fabricantes (Anfavea), outubro já registrou um crescimento de 35% em relação a setembro deste ano, dados estes que compravam um retorno no otimismo dos empresários e produtores do setor rural.
Atual quarto maior estado produtor de grãos, Goiás segue na mesma expectativa nacional, com previsão de safra recorde neste ano. Segundo os dados da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), a produção goiana de grãos deve atingir nesta safra os 21,2 milhões de toneladas, com grande destaque para as culturas da soja e do milho, que juntas representam cerca de 93% do total produzido.
Esses produtos abastecem a vasta cadeia agroindustrial do estado, sendo insumos básicos na produção de carnes e lácteos e também para a indústria alimentícia. No caso da soja, mesmo sendo exportada apenas cerca de 35% da nossa produção total, a oleaginosa é o principal produto da balança comercial do estado, sendo responsável por cerca de 25% do total exportado em 2015.
A principal região produtora de grãos no estado é o Sudoeste Goiano, porém a produção goiana já se encontra bastante dispersa, com crescimento significativo nos últimos anos nas novas fronteiras agrícolas goianas, o Vale do Araguaia e o Extremo Norte do estado. Entre os municípios, Rio Verde, Jataí e Cristalina são os maiores produtores estaduais.
A safra gera boas expectativas também aos produtores rurais, que ano após ano vêm enfrentando problemas de perdas em função do clima. “Nas últimas três safras tivemos problemas relacionados com a falta de chuvas, seja na safra de soja no verão, ou no milho na safrinha. Uma safra cheia nesses dois períodos é mais do que bem-vinda e pode amenizar a situação financeira complicada que muitos produtores se encontram atualmente”, afirma o assessor técnico da Faeg, Cristiano Palavro. Porém o consultor alerta que a safra ainda esta começando, e as previsões podem se alterar durante o ciclo produtivo.
As condições da safra também trazem reflexos aos consumidores finais, pois os níveis de oferta destes produtos impactam diretamente nos preços. É o que assessor técnico da Faeg, Pedro Arantes. “Os efeitos nos preços sofrem interferência de outras variáveis, porém a oferta desses produtos é a principal delas. No caso de produtos básicos, que vão direto para a mesa das famílias, como o arroz e o feijão, por exemplo, esse efeito é direto. Já para as cadeias da soja e do milho, os efeitos mais significativos podem ser observados nos preços das carnes, suína e de frango, principalmente, nos derivados de leite”, ressalta ele.