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25 de maio ou 25 de julho? Conheça a história do Dia do Trabalhador e da Trabalhadora Rural
Temos duas datas para lembrar que somos trabalhadores e trabalhadoras, como profissão
Jaime Amorim – Brasil de Fato | Caruaru (PE)

Em 25 de julho também é celebrado o Dia Internacional da Agricultura Familiar – Foto: FLD/Divulgação
Nós camponeses e camponesas no Brasil temos duas datas para comemorar e celebrar o Dia dos Trabalhadores e das Trabalhadoras Rurais. Existe uma certa confusão no nosso meio, muita gente nos pergunta: celebramos o dia do trabalhador rural no dia 25 de maio ou dia 25 de julho?
O mais importante é que temos duas datas para lembrar que somos trabalhadores e trabalhadoras, como profissão.
A ocasião é para lembrar também que produzimos para esse país e que, na maioria das vezes, somos discriminados e desvalorizados, mesmo sendo responsáveis por mais de 70% do alimento que a população brasileira consome e coloca na mesa. Para lembrar que dependemos da terra para cultivar este alimento e para exercer nosso trabalho – a mesma terra, que em sua grande maioria está concentrada na mão de uma minoria de grandes proprietários de terras e de empresas.
A reforma agraria é uma das principais ações que o Brasil, independente de governos, terá que realizar, por decisão política ou por obra da mobilização dos camponeses e camponesas.
Trata-se de uma ação necessária para desenvolver o campo, acabar com a violência e fazer justiça, àqueles e àquelas que durante toda a história desse país foram determinantes para abrir novas fronteiras agrícolas, produzir alimentos e que resistiram lutando para sobreviver e para construir um país mais justo. Justiça essa que prevê a divisão das terras, para que o agricultor e a agricultora possam ser tratados com dignidade.
Por que 25 de maio?
A data do 25 de maio, que em especial a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) comemora como o dia do trabalhador rural, homenageia todas as pessoas que trabalham na agricultura: os agricultores, os trabalhadores assalariados e os camponeses.
Essa data foi oficialmente criada como o Dia do Trabalhador Rural pela lei nº 4.338, de 1º de junho de 1964. O dia foi escolhido em razão do falecimento, por acidente aéreo, do deputado federal Fernando Ferrari, em 25 de maio de 1963. Ferrari foi um dos políticos mais engajados na luta dos trabalhadores rurais, por seus direitos e questões sociais.
Fernando Ferrari, gaúcho, natural de São Pedro do Sul, foi economista e político de vários mandatos como deputado estadual e federal. Foi filiado ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e depois fundou o Movimento Trabalhista Renovador (MTR).
Segundo a biografia, foi responsável por dois projetos para o campo: ajudou a redigir o estatuto do Trabalhador Rural e estava junto na elaboração do projeto de reforma agraria que, alguns meses depois foi sancionado pelo presidente João Goulart meses. Em 1971, durante o regime da ditadura militar, foi instituído o programa de Assistência ao Trabalhador Rural, que ficou conhecida como lei Fernando Ferrari.
Em síntese, podemos dizer que na data de 25 de maio comemoramos o dia do agricultor e o reconhecimento do trabalhador rural como uma profissão, como um sujeito de direito.
E o 25 de julho?
Já no dia 25 de julho, celebramos também como o Dia do Trabalhador e da Trabalhadora Rural e Dia Internacional da Agricultura Familiar. Esta data é mais celebrada pelo Movimento Sem Terra (MST) e pela Igreja Católica, que reconhecem este dia como o nosso dia, embasado na questão histórica.
O MST tem por tradição, desde sua gênese, transformar o dia 25 de julho em dia de luta, convocando todos os anos jornadas de lutas, com ocupações e marchas.
Para entender este processo, temos que nos remeter a um tempo mais longínquo da nossa história. Tempo que tem como origem o processo de substituição promovida pelas elites agrárias brasileira sobre a força de trabalho no campo. Força de trabalho negra e escravizada, por camponeses e camponesas imigrantes, brancos da Europa, que aqui foram chamados de colonos.
A data 25 de julho, está relacionada à celebração do desembarque dos primeiros imigrantes alemães, que chegaram no dia 25 de julho de 1824, em Porto Alegre, e foram levados à Feitoria Real do Linho Cânhamo que, posteriormente, constituiria a sede de São Leopoldo. Lá, eles formaram a primeira comunidade germânica no Brasil.
Desde então, no sul do Brasil, é celebrado o dia 25 de julho como o dia do colono. Politicamente esta data foi lembrada e celebrada nas comemorações do centenário da chegada dos imigrantes no Brasil, em 1924.
O termo colono se refere ao trabalhador e à trabalhadora rural que vivem em colônias, em comunidades, e recebe um lote pra trabalhar na agricultura. Também podemos dizer que “colono era aquele que se fixava em uma colônia”.
Existem diferenças regionais no Brasil para caracterizar o colono. No sul do país e no sul do Espírito Santo, colono é o trabalhador rural que vive com sua família em uma pequena ou média propriedade. Em São Paulo, por exemplo, o termo era utilizado para identificar trabalhadores rurais meeiros, que trabalhavam de meia para o patrão. Ou seja, entregava ao dono da terra a metade do que produzia.
Já no Nordeste, ainda se usa o termo colono quando se fala de proprietários de lotes situados em áreas de projetos de irrigados, em especial na Bahia e em Pernambuco, às margens do São Francisco. Colonos são, hoje, trabalhadores e trabalhadoras rurais da agricultura familiar, camponeses que vivem e produzem trabalhando na terra.
As diferenças entre as datas
A diferença entre as duas efemérides podem ser assim sintetizadas: o 25 de maio tem a simbologia mais voltada à celebração da criação da lei que oficializa a data como o dia do trabalhador rural, enquanto o 25 de julho tem se configurado como dia de luta, de mobilizações, de ocupação de terras. Mas o 25 de julho também é dia de celebrar. É o nosso dia, o dia da luta do trabalhador e trabalhadora rural.
Neste mesmo dia – creio que por influência do então presidente da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), o brasileiro Jose Graziano da Silva – a FAO celebra o Dia Internacional da Agricultura Familiar e do Trabalhador e Trabalhadora Rural, desde em 2014.
Temos o desafio de superar o atual modelo do agronegócio agressivo, da monocultura agroexportadora, para o desenvolvimento de uma agricultura sustentável, tendo como base a agroecologia e lutar para garantir melhores condições de vida, para aqueles e aquelas que produzem alimento para a sociedade. Que o sonho dos trabalhadores e trabalhadoras rurais possa, enfim, um dia, ser comemorar com a realização de uma ampla reforma agrária no Brasil.
*Dirigente do MST e da Via Campesina
**Este é um texto de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.
Edição: Geisa Marques
Fonte da matéria: Brasil de Fato
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Dia do Trabalhador Rural é celebrado por brasileiros
Fundadora da primeira Edtech de inglês técnico para o agronegócio comenta
Comemorado no dia 25 de maio, a data é uma homenagem para pessoas que trabalham no campo e tem como marco a morte do deputado federal Fernando Ferrari, que sempre lutou pelo direito destes trabalhadores
O agronegócio está em constante crescimento no Brasil. Para se ter uma ideia, de acordo com pesquisa recente divulgada pelo Censo Agropecuário do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a área destinada para agricultura e pecuária no país cresceu 5% em 2018. Devido a importância desse segmento no país – que concentra um grande território para o plantio e criação de animais -, é celebrado no dia 25 de maio, o Dia do Trabalhador Rural, em referência a data de falecimento do deputado federal Fernando Ferrari, um político que lutava pelos direitos dos trabalhadores do campo.
Rízia Prado, fundadora da GreenGo Inglês, primeira Edtech que oferece um curso online de inglês voltado para o agronegócio, sabe da necessidade de dedicar uma data para estes profissionais. Rízia, após acumular mais de cinco anos de experiência ministrando aulas de inglês, desenvolveu o curso ISA (Inglês de Sucesso Agro), que é o único treinamento completo de inglês online para o agronegócio do Brasil e que se tornou referência no setor.
A especialista comenta a importância da data dedicada aos profissionais do agro: “O Dia do Trabalhador Rural não homenageia apenas aqueles que trabalham no campo, mas também propõe um momento de reflexão sobre a dedicação desses profissionais que, por conta desse crescimento, buscam cada vez mais sua profissionalização na área, como um curso de inglês técnico e específico para o setor”, diz.
Ela ressalta, ainda, que há muitos motivos para comemorar o Dia do Trabalhador Rural. “Mesmo que hoje já existam muitas tecnologias que estão substituindo o trabalho desses profissionais, não devemos parar de divulgar a importância da mão de obra nas fazendas que, de qualquer forma, representam um trabalho essencial para a melhoria na qualidade dos alimentos”, ressalta Rízia Prado.
Rízia apoia muito essa data, pois sempre teve afinidade com o agronegócio, além de morar em uma das regiões do Brasil com o maior número de fazendas: o estado de Goiás. Após oito anos morando nos Estados Unidos – onde teve o primeiro contato com o mundo agro, já que se formou em gastronomia e passou a atuar na horta da universidade -, Rizia voltou ao Brasil e passou a dar aulas de inglês em escolas tradicionais e também a se dedicar a traduções de artigos técnicos do setor agro.
Nessa época, passou a atender também alunos particulares, sendo que muitos vinham atrás de mais conhecimento sobre termos e expressões do mundo do agronegócio. Foi justamente por isso que ela teve a ideia de criar um método para ensinar o inglês voltado especificamente para o agronegócio, que fugisse da metodologia aplicada nas tradicionais escolas de inglês – que, muitas vezes, não proporcionam o resultado esperado para os alunos.
Assim, o ISA foi criado, por meio de um método exclusivo e online, intitulado por Rizia como “raiz”, dentro do qual ela ensina formas práticas de utilizar a língua inglesa no mundo agro. “Qualquer pessoa pode se inscrever. Atualmente, com mais de 1.000 alunos, já posso perceber que diferentes perfis têm me procurado para aprender o inglês agro. Tenho desde estudantes até profissionais que já atuam no setor e precisam se aperfeiçoar”, salienta a empreendedora, que fechou 2018 com faturamento de R$ 500 mil.
A pessoa que se inscrever no ISA estará preparada para participar de reuniões no exterior, realizar vendas, entender o manual de instruções de maquinários modernos, além de aprender diversas expressões únicas do universo agro. “Acredito que a profissionalização seja uma forma de mantermos essa profissão, de uma maneira atualizada, em que os profissionais estarão com uma maior capacitação para ampliar ainda mais o setor no Brasil”, finaliza.
Sobre Rizia Prado – Com quase 10 anos de vivência internacional, é especializada em Gastronomia pela Guilford Tech, tendo trabalhado em fazendas da Carolina do Norte (EUA), e é formada em ESL (English as a Second Language) pela Oxford Seminars, de Nova York. Atuou durante anos no setor de agronegócio como tradutora de artigos técnicos, e desenvolveu o método inédito e exclusivo Raiz com o curso ISA (Inglês de Sucesso Agro), disponível na plataforma GreenGo Inglês, o único treinamento completo de inglês para o agronegócio do Brasil.