
Cresce mercado de cafés especiais no Brasil e resultados mostram que compensa investir nesse nicho de produção
O consumo de café tem aumentado nos últimos anos e o interesse pelos cafés especiais seguem o mesmo ritmo no Brasil e no mundo. O produtor e diretor da Carmo Coffees fala sobre sua experiência e as oportunidades ao cafeicultor brasileiro nesse nicho de mercado em um momento de baixos preços do commodity.
O mercado de cafés especiais vem crescendo a cada ano e se torna uma alternativa rentável ao produtor rural. Além disso, o consumo de cafés especiais também aumentou entre os mais jovens que querem cada vez mais entender do mercado e da bebida.
De acordo com o Diretor da Carmo Coffees, Luiz Paulo Dias Pereira, o mercado de cafés especiais cada vez mais sendo reconhecido. “O Brasil passa a ser muito importante na produção sustentável de cafés devido aos países como a Costa Rica que vem diminuindo a produção”, comenta.
O mercado de cafés especiais teve um crescimento aproximado em 20% neste ano e a melhora na produção brasileira é notável. “Cada dia mais conseguimos uma pontuação que vem subindo e superando as expectativas dos clientes lá fora”, destaca.
Em relação ao consumo de cafés especiais, Pereira salienta que está chegando uma nova onda no Brasil em que tomar a bebida é algo para jovens. “Isso é uma onda que já acontece no exterior e que está chegando ao Brasil em que os mais novos querem entender de café e o mercado” afirma.
A Carmo Coffees começou a exportar os grãos para o Japão que reconhecem a qualidade dos cafés produzidos no Brasil. “Eu acho que o reconhecimento deles não é só de hoje, mas de muito tempo eles reconhecem os nossos negócios. Além do Japão, nós exportamos para a Coréia do Sul e a China”, ressalta.
Pereira também informa que os produtores rurais têm condição de comercializar os cafés especiais sem acompanhar os valores da Bolsa de Nova York. “Não precisa ficar preocupado se a bolsa está subindo ou caindo, pois é necessário apenas produzir esse tipo de café e quanto mais produzir mais produtos fora da curva”, completa.
Por: Jhonatas Simião e Andressa Simão
Fonte: Notícias Agrícolas

Café brasileiro é o mais bem pontuado em ranking mundial do Cup of Excellence
O leilão dos campeões do Cup of Excellence – Brazil 2018 foi realizado no dia 29 de novembro. Na ocasião, os grãos vencedores da categoria “Pulped Naturals” (via úmida), cultivados na Fazenda Primavera, em Angelândia, região da Chapada de Minas, foram vendidos por US$ 143,00 por libra peso, o equivalente a R$ 73 mil, uma vez que a cotação do dólar no dia estava a R$ 3,8575.
Além de ter alcançado um novo recorde no valor ofertado, o Brasil também conquistou o primeiro lugar no ranking mundial de cafés mais pontuados do concurso. Os grãos da Fazenda Primavera ganharam incríveis 93,89 pontos, superando países como Bolívia, Colômbia, Costa Rica e El Salvador.
Para Vanusia Nogueira, diretora executiva da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), essa é uma demonstração de que o nosso País tem consistência para oferecer qualidade ao mundo. “O Brasil vai se apresentando cada vez mais como o maior fornecedor de cafés de altíssima qualidade, tanto em processamento de via úmida, quanto de via seca”.
Segundo o Alliance for Coffee Excellence, em 2005, os grãos por via úmida da Fazenda Santa Inês, localizada em Carmo de Minas (MG), de Francisco Isidoro Dias Pereira, alcançaram 95,85 pontos.

Cafés importados com valor agregado têm preço médio 77 vezes superior aos exportados pelo Brasil
País importou 3,4 mil sacas com preço médio de US$ 13.265 e exportou 17 milhões de sacas com preço médio de US$ 172,1 nos oito primeiros meses de 2017
As exportações dos Cafés do Brasil, nos primeiros oito meses de 2017, totalizaram 17,06 milhões de sacas de 60kg, com preço médio de US$ 172,1 por saca, que geraram US$ 2,94 bilhões de receita cambial. Nesse mesmo período, o País importou o equivalente a 3400 sacas de 60kg, com preço médio de US$ 13.265, que totalizaram US$ 45,1 milhões de dispêndio. Essa diferença expressiva do preço médio do café exportado, que majoritariamente é vendido como café cru (verde), em relação ao importado, é atribuída ao elevado valor agregado do produto adquirido do exterior na forma de cafés torrados, essências e concentrados à base de café e café solúvel, entre outros.
Esses diferenciais dos quantitativos e dos preços dos cafés crus em relação aos de alto valor agregado, apontados no SUMÁRIO EXECUTIVO CAFÉ – setembro 2017, da Secretaria de Política Agrícola – SPA, do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento – Mapa, demonstram que o preço médio do café importado foi 77 vezes superior ao preço médio do café exportado, embora o volume dos importados tenha correspondido a apenas 0,02% da quantidade exportada. Dessa forma, tais números sinalizam que os Cafés do Brasil têm potencial para conquistar e consolidar mercados internos e externos com a venda de cafés e também produtos à base de café com agregação de valor. ´

Café especial: Inscrições no Cup of Excellence Brazil 2017 vão até setembro
A Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) informa que estão abertas as inscrições para o “Cup of Excellence – Brazil 2017”, principal concurso de qualidade do País, que é realizado dentro do projeto setorial “Brazil. The Coffee Nation”, em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e a Alliance for Coffee Excellence (ACE).
Os produtores brasileiros de café arábica cultivado por via úmida (cerejas descascados/despolpados) podem encaminhar suas amostras para a categoria “Pulped Naturals” até o dia 6 de setembro. Já os cafés arábicas produzidos pela via natural (colhidos e secos com casca) devem enviar seus lotes para a categoria “Naturals” até o dia 12.
Desde o ano passado, a BSCA unificou o processo de avaliação dos cafés naturais e produzidos por via úmida na mesma edição e criou duas modalidades de vencedores: Cup of Excellence Winners e National Winners. “Essas alterações confirmaram a expectativa que tínhamos. Em 2016, foi possível antecipar a chegada dos cafés naturais ao mercado, que vinham mais tardiamente em função de o leilão ocorrer muito depois, e também permitiu o reconhecimento da qualidade dos cafés especiais que se enquadram em uma escala de pontuação reconhecida mundialmente, mas que, no Brasil, devido à elevação do nível de corte para 86 pontos na escala de zero a 100 do concurso, não participavam do leilão dos vencedores”, comenta Vanusia Nogueira, diretora da BSCA.
Os cafés naturais e cerejas descascados que forem avaliados, na fase internacional do concurso, com notas entre 84 e 85,99 pontos serão eleitos “National Winners”, possibilitando que tenham uma remuneração condizente com a qualidade que possuem no leilão da modalidade. Já os “Cup of Excellence Winners” serão os cafés campeões do concurso, que serão os que obtiverem notas iguais ou superiores a 86 pontos e serão ofertados no pregão dos vencedores. O regulamento do concurso pode ser acessado no site da BSCA: http://bsca.com.br/assets/CoE2017RegComp.pdf.

Cafés do Brasil bate recorde de produtividade em 2016
Informe Estatístico do Café do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento destaca que serão produzidas 49,64 milhões de sacas de café com produtividade de 25,46 sacas por hectare.
A cafeicultura brasileira baterá recorde de produtividade média em 2016 com 25,46 sacas de 60kg por hectare, segundo o Informe Estatístico do Café, da Secretaria de Política Agrícola – SPA, do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento – Mapa, do mês de setembro de 2016. O documento destaca ainda que a produção será de 49,64 milhões de sacas de café de 60kg obtida em uma área de 1,95 milhão de hectares. Esse recorde de produtividade verificado em 2016 demonstra que os cafeicultores estão atualizando continuamente as tecnologias empregadas, bem como aperfeiçoando os métodos de gestão nas suas lavouras.
O Informe Estatístico, disponível no Observatório do Café, mostra que o maior estado produtor de café do Brasil continuará sendo Minas Gerais, com 28,9 milhões de sacas, e o segundo – Espírito Santo – com 9,1 milhões de sacas. São Paulo, o terceiro, com 5,9 milhões de sacas, e Bahia, quarto, com 2,1 milhões de sacas. Rondônia, o quinto, com 1,6 milhão de sacas, e o sexto – Paraná – com 1,1 milhão de sacas. Do sétimo ao nono lugar, respectivamente, nesse ranking vem o Rio de Janeiro – com 351 mil sacas, Goiás – 227 mil sacas e Mato Grosso, com 124 mil sacas. Esses números somados a outros estados produtores totalizam 49,64 milhões de sacas previstos para 2016.

Cafés especiais ganham mais consumidores
O consumo de café no Brasil tem passado por um processo de transição importante para toda a cadeia cafeeira. Os consumidores estão cada dia mais exigentes em relação à qualidade e ao modo de consumo, como por exemplo, as cápsulas. Um mercado que vem pagando preços mais elevados por bebidas diferenciadas.
Com a demanda em crescimento, as mudanças vêm acontecendo em todo o ciclo produtivo, desde a produção de cafés especiais no campo até as indústrias, que desenvolvem blends e investem nas certificações. O movimento é considerado importante para o setor, por agregar valor.
De acordo com o diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), Nathan Herszkowicz, os últimos anos têm sido marcados pelo aumento da oferta de café de melhor qualidade, tanto vindo do campo quanto da indústria para o consumidor.
Leia a notícia na íntegra no site Diário do Comércio.

Mercado de cápsulas reduz consumo de café nos Estados Unidos
Essa é a primeira queda registrada no país desde 2010
Os Estados Unidos vão comprar menos café neste ano. A estimativa é que o consumo passe de 24 milhões de sacas de 60 quilos para 23,7 milhões. Essa é a primeira queda registrada no país desde 2010. Isso não quer dizer que os norte-americanos estão deixando de consumir a bebida. Pelo contrário, o motivo é a popularização do mercado de cápsulas, que tem feito o consumidor abandonar o café torrado e moído, evitado o desperdício do grão. Com as cápsulas, o consumidor prepara a quantidade exata a ser consumida.
Tendência que tem custado mais no orçamento. Este ano, os norte-americanos devem gastar cerca de US$ 13,6 bilhões com o consumo de café, contra US$ 12,8 bilhões em 2015. Hoje, mais de 25% das residências norte-americanas possuem máquinas de café em cápsulas. O café extraído em casa custa cerca de 45 dólares ao ano, enquanto aquele comprado em cafeterias chega a atingir o patamar de 1.200 dólares anuais.

20% dos Cafés do Brasil exportados são considerados diferenciados por terem qualidade superior
Safra brasileira de 2016/2017 inicia com 1,9 milhão de sacas exportadas no mês de julho. E estimativa da produção mundial da safra 2015/2016 é reduzida. Esses e outros destaques constam dos Relatórios do CeCafé e da OIC do mês de julho.
O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil – CeCafé, uma das cinco instituições privadas que integram o Conselho Deliberativo da Política do Café – CDPC, do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento – Mapa, no seu Relatório mensal julho 2016, aponta que o nosso País exportou 1.908.808 sacas de café de 60kg no mês julho, mês que registra o início da safra 2016/2017. Foram exportadas 1.573.465 (82,4%) sacas de café arábica e 37.359 (2%) sacas de robusta, além de 295.314 (15,5%) de solúvel e 2.670 (0,1%) sacas de torrado e moído, que geraram receita cambial da ordem de US$ 297,2 milhões em julho.
O CeCafé destaca no Relatório que, de cada cinco sacas de café vendidas ao exterior, uma é de café diferenciado, o qual tem qualidade superior e/ou algum tipo de certificado de práticas sustentáveis, por exemplo. No mês de julho deste ano foram exportadas 367.128 sacas de cafés com esses atributos positivos, que representam em torno de 20% das exportações nesse mês. Esses cafés alcançaram, na média, preços 27,4% superiores à média total do café verde convencional exportado. No período de janeiro a julho foram exportadas um total de 3.603.184 sacas de cafés diferenciados que geraram mais de US$ 676,97 milhões.
Conforme ainda o Relatório mensal julho 2016, no mesmo período de janeiro a julho deste ano, foram exportadas 18.188.838 sacas, com receita cambial de mais de US$ 2,7 bilhões, e, no acumulado dos últimos 12 meses (agosto de 2015 a julho de 2016), as vendas para o exterior somaram 34.562.514 sacas e receita de mais de US$ 5,2 bilhões.
O país que mais importou café do Brasil em julho deste ano foi os EUA, com 447.459 sacas (23,4%), seguindo da Alemanha – 343.846 sacas (18,0%) e Japão – 132.381 sacas (6,9%). Além disso, no período de janeiro a julho, cabe ressaltar que 120 países importaram o café brasileiro, sendo que os EUA lideraram as importações com 19% – 3.459.628 sacas, seguido pela Alemanha – 3.372.043 sacas. E o Japão ficou no terceiro lugar com 1.398.078 sacas, praticamente empatado com a Itália – 1.390.265 sacas.
Com relação ao panorama mundial da cafeicultura, a Organização Internacional do Café – OIC destaca em seu Relatório sobre o mercado de Café julho 2016 que reduziu sua estimativa da produção mundial do ano-safra de 2015/16 de 144,7 milhões para 143,3 milhões de sacas de 60 kg. Atribui essa nova estimativa a uma redução acentuada da produção do México, que passou de 3,9 para 2,8 milhões de sacas. E ainda a uma revisão mais modesta da produção da Nicarágua que passou para 1,8 milhão. No caso do México, a OIC explicita que a redução se deve a um impacto mais agressivo do que foi previsto com relação à ferrugem do café que, desde 2012/13, diminuiu a produção do país em mais de um terço.
A OIC aponta ainda nas suas análises que o “mercado de café consolida alta de preços, mas a oferta de Robustas ainda preocupa”. Segundo a Organização, em julho deste ano, o indicativo de preço composto da Organização registrou sua maior alta de 17 meses e que, a despeito desse fator, o mercado encontrou dificuldades para manter seus avanços iniciais. Particularmente em relação ao Brasil, o Relatório citando o documento da estimativa da safra da Companhia Nacional de Abastecimento – Conab, salienta que os estoques internos em mãos do setor privado no final de março de 2016 diminuíram apenas 5,4% em relação ao ano anterior, passando de 14,4 milhões de sacas para 13,6 milhões.
Os relatórios do Cecafé (Relatório mensal julho 2016) e da OIC (Relatório sobre o mercado de Café julho 2016), os quais trazem várias análises e dados da conjuntura brasileira e mundial do café, que valem a pena serem conferidos pelos agentes do setor cafeeiro, estão disponíveis na íntegra no Observatório do Café do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café.
Confira todas as análises e notícias divulgadas pelo Observatório do Café no link abaixo:
http://www.consorciopesquisacafe.com.br/index.php/imprensa/noticias
Para saber mais sobre o Relatório mensal julho 2016, CeCafé, Relatório sobre o mercado de Café julho 2016, OIC, Embrapa Café, Observatório do Café e Consórcio Pesquisa Café, acesse:
Relatório mensal julho 2016 – CeCafé
CeCafé
Relatório sobre o mercado de Café julho 2016 – OIC

Clima prejudica produção de café em Minas Gerais, aponta Climatempo
Baixas temperaturas e geadas foram responsáveis por destruição em diversas lavouras do estado
No final de julho, os produtores de café de Minas Gerais foram surpreendidos pelas condições do tempo na região. A passagem de uma forte massa polar sobre o sul do estado provocou destruição em lavouras de algumas cidades, com um prejuízo que já deve ser sentido na próxima safra.
Segundo Josélia Pegorim, meteorologista da Climatempo, em Junho choveu aproximadamente 100 milímetros o que colaborou para os trabalhos dentro dos cafezais. Porém, em Julho, não houve registro de chuva e a forte massa polar que passou com força sobre a região derrubou a temperatura. A ocorrência de geada prejudicou os cafezais. Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), no dia 08 de julho, a temperatura chegou a 2,1°C em São Sebastião do Paraíso. Já, no dia 18 de julho o termômetro registrou 0,2°C e no dia 19 fez 4,4°C, de acordo com o órgão. Nesses três dias houve ocorrência de geada em São Sebastião do Paraíso, no sul de Minas.
Os produtores e técnicos das regiões afetadas perceberam o problema de perto. José Rogério Lara, coordenador regional da EMATER em Alfenas, conta que tiveram um ano com bons resultados, mas o clima causou alguns transtornos. “Teve uma queda muito grande na produção de café, de 20% a 30%, dependendo do munícipio”, afirma.
Lara explica que a qualidade do café deve ser a preocupação para a próxima safra e agora os produtores precisam continuar com o manejo da cultura para evitar mais problemas. Para o cultivo do grão, o clima mais ameno é ideal. “O tipo arábica não suporta geadas ou muito calor”.
Em agosto, a situação também deve preocupar. A meteorologista da Climatempo conta que até o dia 9 de agosto as temperaturas ficam relativamente altas, mas ainda há frio previsto para o mês. “A partir do dia 11 até o dia 15, uma massa de ar polar vai chegar à região e promete derrubar a temperatura no sul de Minas”. Como não é possível descartar o registro de geadas, os produtores precisam ficar atentos.
Fonte: Climatempo

Chuva em maio e junho prejudica safra de cafés especiais no Sul de MG
Queda da qualidade chega a 40% e produção deve ser 10% menor.
Segundo BSCA, tendência deve ser de alta nos preços em 2016.
Do G1 Sul de Minas
A chuva nos meses de maio e junho prejudicou a qualidade dos cafés especiais no Sul de Minas. A estimativa da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) é que a queda de qualidade possa chegar a 40%. Além disso, este ano a safra deve ser 10% menor, o que deve elevar os preços do café especial.
A propriedade do cafeicultor Antônio José Junqueira Villela fica aos pés da Serra do Bugio, no limite entre os municípios de Olímpio Noronha e Carmo de Minas. Os 60 hectares de café ficam a cerca de mil metros de atitude, o que ajuda na produção, voltada 100% para cafés especiais.
Com o excesso de chuva nos meses de maio e junho, quando ele estava começando a colher, o produtor lista os prejuízos. “Caiu muito café, em torno de uns 30% foi para o chão, o que já perde a qualidade, e o que sobrou no pé, que estava no estágio cereja, embolorou.”
Outros produtores da região enfrentaram o mesmo problema. Na propriedade do Vinícius José Carneiro Pereira, a lavoura tem 200 hectares e geralmente metade da produção é de cafés especiais. Com as chuvas, o resultado este ano foi outro. “Nos anos passados, ele fica bem mais cheio, porque a gente colhe um café cereja, descasca mais e faz uma quantidade maior de café especial. Com a chuva, diminuiu bastante”, explica.

Segundo a Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), a demanda mundial por cafés deste tipo cresce, todo ano, em torno de 10%, mas em 2016, com o excesso de chuvas no começo da colheita, a quantidade e a qualidade dos grãos deve cair na região. A queda estimada é de pelo menos cerca de 10%, segundo a associação, e na qualidade, a perda pode ser de 20% a 40%.
“Nós chegamos a esse número pela quantidade de café que caiu no chão, que foi um número muito elevado, variando de ponto a ponto em região, e as regiões mais afetadas durante esse período de chuva, que tiveram maior volume de chuva, foram Paraná, Mogiana e o Sul de Minas”, explica o presidente da BSCA, Adolfo Henrique Vieira Ferreira.
Segundo a última estimativa divulgada pela Companhia Nacional de Abastecimento, este ano o Brasil deve produzir mais de 40 milhões de toneladas de café arábica. Normalmente, 20% desse total correspondem a cafés especiais, mas sem muita oferta, a tendência deve ser de alta no preço.
“Eu acredito que, com a elevação dos preços que nós estamos esperando, a gente consiga balancear essa diferença entre oferta e demanda pra que no próximo ano a gente consiga estabilizar essa produção de cafés”, completa Ferreira.
Leia a notícia na íntegra no site G1.