
Café: Produtores iniciam a colheita em Varginha (MG) e rentabilidade é um desafio nessa safra
A perspectiva é de uma produção 30% maior do que a registrada no ciclo anterior na região. Qualidade também deve superar a da safra passada. Preços giram em torno de R$ 430,00 a R$ 450,00 a saca e não cobrem os custos de produção. Com impasse do frete, cafeicultores gastam mais para levar o café para os armazéns e cooperativas.
Os produtores rurais já iniciaram a colheita do café na região de Varginha/MG, tendo em vista que nesta temporada a expectativa é que o rendimento 30% maior se comparada à safra passada.
De acordo com o produtor rural do município, João Lincoln Reis Veiga, o clima contribuiu para o bom desenvolvimento da cultura e a expectativa é que a cultura tenha mais qualidade neste ciclo. “Tivemos chuvas na época certa e iniciamos a colheita em um período que não tem muita incidência de precipitações”, destaca.
As previsões climáticas indicam chuvas para esta semana, mas que não devem afetar os andamentos dos trabalhos de campo. “Dá para trabalhar com essa quantidade pequena de chuva, o problema é quando tem uma precipitação mais prolongada que prejudica a qualidade do café”, afirma.
Com a indefinição dos preços mínimos para os fretes, os cafeicultores estão tendo que gastar a mais para levar as produções para os armazéns e cooperativas.
Em relação à sanidade das lavouras, o produtor ressalta que não tiveram grandes problemas com a ferrugem e que as áreas cultivadas seguem dentro da normalidade.
Atualmente, as referências para o café giram em torno de R$ 430,00 a R$ 450,00 a saca que não cobrem os custos de produção. “Nestes patamares não fecham as contas para as propriedades com produtividade média”, finaliza.

No Dia Nacional do Café, Brasil é segundo maior país consumidor
Hoje é comemorado o Dia Nacional do Café e ele pode ser expresso, coado, filtrado, usado em doces e até em drinks. Seja qual for o modo de preparo, o grão é praticamente unânime entre os brasileiros. Maior produtor e exportador de café do mundo, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), o Brasil é o segundo maior país consumidor, ficando atrás dos Estados Unidos. O grão está presente em 98,5% dos lares brasileiros.
Crédito: 24/05/18 | Larissa Pessoa – larissa.pessoa@jornalcruzeiro.com.br
Há no mercado quatro tipos de café, que são o tradicional, que é do grão robusta, mais pobre e menos beneficiado. Esse é o mais vendido nos supermercados. Ainda da qualidade robusta, há o superior, que é um pouco mais selecionado. Já do tipo arábica há dois tipos de café, o gourmet e o especial. Os dois são grãos mais selecionados e passam por várias avaliações que resultam em notas de 50 até 100. Os grãos gourmet somam entre 50 e 79 pontos, já os especiais alcançam de 80 até 100.
O consumo interno de café no Brasil em 2017 foi estimado em 21,5 milhões de sacas, que correspondem a 1,07 milhão de toneladas, aproximadamente. As previsões para 2018 são ainda melhores, pois de acordo com a Abic, a produção pode chegar a um aumento de 30% em relação a 2017. Resultado: consumidores satisfeitos, aumento da qualidade e, é claro, os brasileiros tomando cada vez mais café, seja no tradicional pingado ou o rebuscado mocha.

Brasileiro gosta do cafezinho em diferentes modos de preparo – FÁBIO ROGÉRIO
É justamente a busca por maior qualidade que tem feito aumentar o número de cafeterias especializadas em cafés especiais e quando os clientes conhecem esses sabores e aromas mais acentuados, passam a ter o paladar mais crítico. Jhonson Portela, barista e proprietário do Santa Crema Café, primeiro estabelecimento de cafés especiais de Sorocaba, conta que nos últimos anos a concorrência tem aumentado na cidade e isso, aponta, é muito satisfatório, pois eleva o grau de exigência do consumidor. “Por muitos anos o brasileiro ficou com o pior café, pois como acontece com outros itens, os de melhor qualidade são exportados e nós ficamos com o que sobrou, mas isso vem mudando e as pessoas estão passando a conhecer melhor esse grão”, afirma o especialista.
Portela conta que em sua cafeteria o tradicional cafezinho expresso é o mais pedido e conta que para o preparo é necessário muita técnica do barista. A bebida, para ser ingerida na sua melhor forma, precisa ter 30 mililitros (ml), que é, explica o barista, a quantidade máxima que pode ser extraída do grão com todos os óleos essenciais do café e sem amargura. “Outro ponto importante para saber se o expresso foi bem feito é a espuma que se forma. Ela deve ser na cor caramelo, meio tigrada e precisa durar pelo menos dois minutos sobre a bebida”, conta Portella, que escolheu o nome de sua cafeteria justamente por conta dessa espuma do expresso, também chamada por crema.
O uso do café não só como bebida também vem cada vez ganhando mais espaço e recuperando uma função que tinha como especiaria há séculos. “Hoje o céu é o limite e diariamente surgem novas formas de preparação e uso para o café.” No Santa Crema, conta Portella, há sobremesas, café com creme de avelã, expresso servido na casquinha de sorvete e também a combinação do expresso com cachaça.
Consumo em dose única é uma tendência

Variedade de café é destaque – FÁBIO ROGÉRIO
O consumo de cafés em monodose, ou seja dose única, é uma tendência de mercado irreversível, na avaliação de Luís Fernando Lemes, diretor do Café Santa Fé. Olhando sempre para o futuro e atuando na vanguarda no que diz respeito ao café, Lemes conta que a empresa passou a comercializar os cafés em cápsulas e em sachês em 2007 e isso é uma características das novas gerações. “É prático e evita desperdícios. O jovem de hoje não vai ferver água para coar café, ele prefere a cápsula”, afirma o especialista.
Atualmente são diversos tipos de café comercializados em cápsulas, que permitem que o consumidor prove vários sabores, alguns inclusive não convencionais, como descafeinados, sabor chocolate e cereais e até um emagrecedor. O Café Santa Fé lançou nesta semana também o chamado Fashion Café, que apresenta uma bebida mais clara e com nuances cítricas. “Isso vem de uma pesquisa de mercado que mostrou que o consumidor tem procurado produtos inovadores e diferenciados.”
Nas cafeterias da empresa — localizadas em Sorocaba e Campinas — há entre 15 e 20 tipos de blends prontos e o cliente, conta Lemes, ainda pode fazer as combinações como desejar. “Hoje o cliente é mais exigente e espera uma infinidade de opções, e é para isso que nós trabalhamos e investimos em variedade.” A Cafeteria Santa Fé Café fica no Galleria Shopping, na rodovia Dom Pedro I em Campinas e no Shopping Iguatemi Esplanada, na ala Sul, no piso térreo, na avenida Izoraida Marques Peres, em Sorocaba.

Produtores preparam lavouras visando o início da colheita do café no Sul de Minas
Arruação é utilizada para limpar a plantação no período que antecede a colheita.
Com a aproximação da coleta da safra 2018, proprietários de fazendas de café se preparam para o início da colheita que acontece em maio. Nesta época, as plantações são limpas e todo entulho acumulado no terreno é retirado para que os grãos não sejam perdidos ao caírem no chão durante a colheita. Na pré-colheita, os produtores deixam a rua limpa para passagem da máquina, dos lavradores e para valorizar os grãos.
Segundo o Engenheiro Agrônomo da Cooperativa Agrária de Machado (Coopama), José Pinheiro Lourenço, o manejo bem feito pode ajudar, e muito, na hora da panha do café. “A arruação é a prática de retirar da copa do cafeeiro todas as impurezas que foram acumuladas após a última safra. Normalmente esses resíduos são torrões, folhas velhas, restos de ramos provenientes de podas e desbrotas, plantas daninhas vivas e as de capinas anteriores, as pequenas mudas de café chamadas orelhas de onça e principalmente os frutos residuais da safra anterior”.
Veja a notícia na íntegra no site do G1.

Brasil exporta 30,6 milhões de sacas de café no período de abril de 2017 a março de 2018 e arrecada US$ 5 bilhões de receita
Cafés diferenciados no primeiro trimestre de 2018 atingiram 1,39 milhões de sacas e 21,6% da receita cambial do total das exportações do produto
Exportações dos Cafés do Brasil nos últimos doze meses, no período de abril de 2017 a março de 2018, atingiram volume equivalente a 30,58 milhões de sacas e arrecadaram US$ 5,050 bilhões de receita cambial ao preço médio de US$ 165,07 a saca de 60kg. Desse volume, 27,14 milhões de sacas foram de café verde (26,79 milhões de café arábica e 345,32 mil de café robusta), 3,44 milhões de café industrializado (3,42 milhões de café solúvel e 21,33 mil de café torrado e moído).
Especificamente em relação ao mês de março deste ano de 2018, o País exportou um volume equivalente a 2,52 milhões sacas de 60kg, com receita cambial de US$ 396,2 milhões. Tal volume de café exportado, se comparado com o mesmo mês do ano passado, teve uma queda de 11%, a despeito de ter apresentado um ligeiro crescimento de 1%, se comparado com fevereiro deste ano. Quanto às variedades embarcadas neste mês em destaque, o café arábica representou 84,5% do volume total de exportações (2,13 milhões de sacas), seguido pelo café solúvel, com 13% (327,42 mil sacas), e café robusta, com 2,5% (62,80 mil sacas). Entretanto merece destaque o fato de a exportação de café robusta ter obtido um expressivo crescimento de 204,5% em relação a março de 2017, e, também, um aumento de 133% em relação a fevereiro deste ano.
Com esses dados da performance das exportações dos Café do Brasil merece também registrar que, no acumulado no primeiro trimestre deste ano, o Brasil registrou um volume total de 7,73 milhões de sacas de 60kg exportadas, número que representa uma pequena queda de 4,1% na comparação com o mesmo período do ano passado e, além disso, uma receita cambial que também teve um declínio e alcançou em torno de US$ 1,23 bilhão.
Esses dados e números em destaque, que ora são objeto desta análise do desempenho das exportações dos Cafés do Brasil, no primeiro trimestre de 2018, foram extraídos do Relatório Mensal março 2018, do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil – Cecafé, o qual está disponível na íntegra no Observatório do Café, do Consórcio Pesquisa Café coordenado pela Embrapa Café. Além desses destaques, o Relatório traz ainda vários outros dados importantes para o setor, como informações e análises, gráficos estatísticos, principais portos de exportação e países de destino, entre outros, que merecem ser conferidos pelos diversos segmentos que têm interesse no setor cafeeiro nacional.
Conforme ainda o Relatório do Cecafé, as exportações dos cafés diferenciados, no mesmo período objeto desta análise, atingiram o volume de 1,39 milhões de sacas, alcançando uma participação de 18% do total do café exportado e, ainda, 21,6% da receita cambial obtida. Em relação ao mesmo período do ano passado, as exportações desse tipo de café representaram um crescimento de 24,2%. E os seis principais destinos desse tipo de café foram: EUA, responsável por 24,6% (343,17 mil sacas); Alemanha, com 14,1% (196,22 mil sacas), Bélgica, 12,1% (169,11 sacas); Japão com 9,3% (129,85 mil sacas); Itália, com 6,2% (86,70 mil sacas); Reino Unido (85,86 mil sacas) com 6,2%. Para o Cecafe, cafés diferenciados são os que têm qualidade superior ou algum tipo de certificado de práticas sustentáveis.
Por fim, recomendamos que acessem o site do Observatório do Café para ler na íntegra o Relatório mensal março 2018 pelo link:http://www.sapc.embrapa.br/arquivos/consorcio/informe_estatistico/CECAFE_Relatorio_Mensal_Marco_2018.pdf

Cafés do Brasil são exportados para 99 países e geram receita cambial de US$ 808 milhões no primeiro bimestre de 2018
Alemanha e EUA lideram a compra dos Cafés do Brasil com 18,5% e 17,2% do volume exportado
Cafés do Brasil foram exportados para 99 países nos dois primeiros meses deste ano de 2018, volume que atingiu o equivalente a 5,040 milhões de sacas de 60kg, o que representa uma queda de 3,8% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Com isso, a receita cambial também teve um ligeiro declínio e alcançou quase US$ 808 milhões. Somente no mês de fevereiro foram exportadas 2,355 milhões de sacas que obtiveram receita cambial um pouco superior a US$ 377 milhões e preço médio da saca a US$ 160,14.
No ranking dos cinco principais países importadores de Cafés do Brasil, no primeiro bimestre deste ano de 2018, figuram em primeiro e segundo lugares, respectivamente, a Alemanha e os EUA, com 18,5% (933,60 mil sacas) e 17,2% (866,29 mil sacas). A Itália, em terceiro, com 11,2% do volume exportado (562,36 mil sacas), na sequência, em quarto lugar, desponta o Japão, com 8,3% (419,67 mil sacas) e, por fim, em quinto, a Bélgica, com 6% (303,29 mil sacas). Entretanto, se comparadas às exportações totais de café no mês de fevereiro de 2017 (2,590 milhões de sacas) com fevereiro de 2018 (2,355 milhões), verifica-se que houve um recuo de 9,1%.
No contexto das exportações do mês de fevereiro deste ano, objeto desta análise, verifica-se que o tipo de café mais embarcado foi o arábica, cujo volume representou 89,1% do total remetido ao exterior (2,099 milhões de sacas), seguido pelo solúvel – com 10% (236,34 mil sacas), e o robusta, com 0,9% (20,10 mil sacas). Com essa performance, nota-se que fevereiro teve um tímido crescimento nas exportações de cafés robusta e, em contrapartida, uma certa recuperação nas exportações de cafés diferenciados, os quais atingiram 942,32 mil sacas, ou seja, houve um crescimento de 25% em relação ao mesmo mês do ano passado. Os cafés diferenciados são os que têm qualidade superior ou algum tipo de certificado de práticas sustentáveis e incluem os cafés especiais.
Esses dados e números da performance das exportações dos Cafés do Brasil, nos dois primeiros meses de 2018, fazem parte do Relatório mensal fevereiro 2018, do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil – Cecafé, o qual está disponível na íntegra no Observatório do Café, do Consórcio Pesquisa Café coordenado pela Embrapa Café. Além dos destaques objeto desta análise, o Relatório traz ainda vários outros dados, informações e análises, gráficos estatísticos sobre as exportações brasileiras de café que merecem ser conferidos pelos diversos segmentos que têm interesse no setor cafeeiro nacional.
Dentre essas informações e análises, merece também destaque o artigo publicado no Relatório mensal fevereiro 2018 do Cecafé intitulado ‘Código Florestal: Constitucionalidade mantida’, do qual extraímos alguns trechos: “A aprovação do Novo Código Florestal, em 2012, deu ao país um marco legal para a proteção da vegetação nativa (…) com a definição de regras para a regularização das propriedades rurais neste quesito. O Código trouxe, entre diversas disposições, o CAR, Cadastro Ambiental Rural; e o PRA, Programa de Regularização Ambiental. A junção de todos os cadastros (…) tem demonstrado a fotografia do uso e ocupação das terras, e a sustentabilidade do setor, por meio dos expressivos ganhos de produtividade nas últimas décadas, com a manutenção de vegetação nativa protegida dentro das propriedades rurais”. Conforme o artigo, “(…) 91% dos produtores cadastrados no CAR possuem menos de quatro módulos fiscais e, juntos, ocupam 11% do território nacional (…)”. Por fim, conclui o artigo que “Com a constitucionalidade do Código Florestal, a sociedade e os poderes constituídos demonstram um melhor conhecimento das competências e de sua responsabilidade socioambiental do setor agropecuário brasileiro. A relevância social da cafeicultura nacional, pois 85% dos mais de 300 mil produtores são de pequeno porte, e os elevados índices de proteção ambiental nas regiões produtivas, demonstram a sustentabilidade da atividade. Dessa forma, a decisão do STF foi de fundamental importância para o Brasil, líder absoluto no mercado global de café”.

Pesquisador detalha a evolução da cafeicultura irrigada nos últimos anos
Dr. Everardo Mantovani, da Universidade Federal de Viçosa enumera as vantagens da irrigação em relação ao cultivo sequeiro
“A historia do simpósio está associada às pesquisas do núcleo de Cafeicultura Irrigada”, garante o professor Dr. Everardo Mantovani, da Universidade Federal de Viçosa, que traçou na Fenicafé um panorama da irrigação na Cultura do café.
A consolidação do sistema de irrigação aconteceu nos anos 90. “Há 20 anos quando começou esse simpósio as dúvidas eram outras e a tecnologia avançou muito. Os sistemas foram implantados em várias regiões do país, com vistas na produção e na qualidade do café”.
A ideia era produzir sem a dependência das chuvas. “A água demais ou de menos trazem problemas. É necessário um equilíbrio e a irrigação nos permite isso”, informa.
Juntamente com a evolução da tecnologia, também pode se comemorar a evolução na forma de produção e da implantação dos sistemas. No entanto o tema proposto pela Fenicafé 2018: É Tempo de Irrigar com Consciência. “Nossos sistemas de irrigação estão entre os maiores e melhores do mundo, podendo contar com suporte técnico capacitado”.
A cafeicultura Irrigada sobrepõe uma série de mudanças, se comparado aos sistemas de sequeiro. Tem um custo maior, mas por outro lado permite expandir uma série de parâmetros. Um deles é conseguir a adubação logo após a colheita, que só e possível com o sistema de irrigação.
Fenicafé – A Feira reúne especialistas, estudantes e produtores de café em um mesmo espaço. É uma grande oportunidade para discussão de aspectos relevantes da cafeicultura irrigada e tem contribuído para o crescente cultivo dessa modalidade no Brasil.
Promovida pela Associação dos Cafeicultores de Araguari (ACA), a Fenicafé é dividida em três partes: o Encontro Nacional de Irrigação da Cafeicultura do Cerrado, a Feira Nacional de Irrigação em Cafeicultura e o Simpósio de Pesquisa em Cafeicultura Irrigada. O evento acontece até quinta-feira(15), no Pica Pau Country Club em Araguari, no Triangulo Mineiro.

Procafé: Fertirrigação em cafeeiros – como escolher, dosar e parcelar os adubos
No uso de adubação via água de irrigação – a fertirrigação – a pesquisa e a prática têm demonstrado que, em lavouras de café, as fontes, doses e parcelamentos dos adubos podem ser ajustados, de forma mais simples, facilitando o entendimento do técnico recomendante e seu emprego pelo cafeicultor.
Quanto às fontes os fertilizantes empregados via água de irrigação podem ser sólidos ou líquidos (fluidos). Os fertilizantes sólidos devem ter, preferencialmente, alta solubilidade.. Eles devem ser escolhidos conforme suas características e propriedades, e não conterem ferro, devendo também ser analisado em relação ao seu custo-benefício. A pesquisa evidenciou que podem ser utilizados fertilizantes comuns, como uréia, cloreto de potássio (branco) e Map purificado, dentre outros semelhantes, no lugar daqueles mais puros e com maior custo de aquisição. (Tabela 1). Ainda, com relação às fontes, deve-se analisar a compatibilidade entre elas, para que não se formem precipitados , que podem causar problemas de entupimentos nos sistemas de irrigação localizada. Como os fertilizantes são sais, deve-se também estar atento ao índice salino dos mesmos, pois alguns problemas de salinidade podem surgir em razão do manejo inadequado do fertilizante, da quantidade aplicada, da sua escolha e da qualidade da água de irrigação. Na tabela 2 podem ser observados os principais fertilizantes utilizados na fertirrigação, com as respectivas composições, solubilidades, salinidades e pH.
As doses dos nutrientes, a serem usadas na fertirrigação não devem se diferenciar muito quanto aos seus critérios, em relação àquelas que são utilizadas na adubação normal, em cobertura. Assim, no pós-plantio, podem ser feitos 3-4 parcelamentos, mensais, iniciando com 5 g de uréia ou similar nitrogenado, aumentando para 7 e 10 g se o período quente persistir, podendo, nesse caso, com a irrigação , prolongar o período de fertirrigação até um pouco mais tarde, até abril-maio, quando o normal seria acabar em março/abril. Em seguida, de 6-18 meses pós-plantio, recomenda-se utilizar de 25-35 g de N e 20-30 g de K2O por planta e no ano seguinte, usar 50-70 g de N e 50-70 g de K2O, o q1ue corresponderia de 200-250 kg de N e K2O por hectare, quando se vai colher o equivalente a cerca de 3 litros de frutos por planta. Na realidade, como vai haver um melhor aproveitamento dos adubos, especialmente do N, pela fertirrigação, poderia ser usada uma dose cerca de 20% menor. Porém, como a planta, pela irrigação, cresce e frutifica mais, pode-se manter essa dose e, em alguns casos de produções altas, até aumentar. Na lavoura adulta, recomenda-se manter (às vezes aumentar) a dose de fertilizantes, via água, também baseada no critério de necessidade nutricional dos cafeeiros, para seu crescimento (vegetação) e para a produção de frutos.
Quanto ao efeito do parcelamento dos adubos, em função da fertirrigação, a pesquisa mostrou que em solos com textura normal não é necessário parcelar demasiadamente as fertirrigações, bastando usar 8-16 parcelamentos no ano. (Tabela 3). A época de aplicar os fertilizantes via água de é semelhante àquela da adubação normal, de outubro a março, onde se concentra o crescimento e frutificação do cafeeiro. Em regiões quentes, as fertilizações podem ser ampliadas durante a maior parte do ano..
Para o sucesso da fertirrigação, é necessário avaliar a distribuição de água do sistema de irrigação. Existem metodologias próprias para a avaliação de pivô central, gotejamento, aspersão, e os cafeicultores devem avaliar o sistema pelo menos uma vez por ano, antes do início da estação de irrigação. Não há como aplicar uniformemente os adubos se a própria água não é aplicada corretamente.
Finalmente, um cuidado adicional, na verificação da distribuição dos adubos, na água, é a abrangência da maior parte do sistema radicular, e dos 2 lados da linha de cafeeiros, pois a absorção de alguns nutrientes, pelas raízes, se dá de forma radial. Assim, em cafeeiros mais jovens e em terrenos com declive, a distribuição fica adequada, pelo escoamento lateral da água. Em locais muito planos e em lavouras mais velhas, com grande diâmetro de saia, a prática tem mostrado que, anualmente, deve-se fazer 1-2 parcelamentos com adubos sólidos, esparramados em cobertura, com isso melhorando a distribuição dos mesmos junto às raízes. A distribuição dos adubos pela água é totalmente dependente do sistema de irrigação utilizado. Para os sistemas com aplicação em área total, não há este problema. Para os chamados sistemas de irrigação localizada, tanto para os de gotejamento quanto para os de pivô central com emissores localizados (LEPA’s, por exemplo), este cuidado deve ser tomado. É importante salientar também a necessidade de se avaliar, nos sistemas de irrigação por gotejamento, se os bulbos individuais de cada gotejador estão se encontrando, formando as chamadas faixas molhadas, que permitirão a distribuição mais adequada da água e, por conseguinte, dos fertilizantes.
J.B. Matiello – Eng Agr Fundação Procafé e André L. T. Fernandes – Eng. Agr. Professor Uniube

Melhora no clima renova expectativa de boa produção na safra de café 2018/2019
As chuvas ocorridas em dezembro vêm favorecendo o desenvolvimento do café arábica da temporada 2018/19 em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea.
A melhora do clima renovou a expectativa de boa produção na próxima temporada, animando cafeicultores, que seguem com os tratos recomendados, como as adubações de coberturas.
Quanto aos preços, a retração de agentes consultados pelo Cepea segue muito forte, limitando as negociações no físico. O Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 bebida dura para melhor, posto na capital paulista, fechou a terça-feira, 19, a R$ 445,94/saca de 60 kg, alta de 1,15% em relação à terça anterior, 12.
Para o robusta, o Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6, fechou a R$ 357,00/sc de 60 kg, recuo de 0,63% no mesmo período de comparação.

Exportações mundiais de café batem recorde com 122,45 milhões de sacas no ano cafeeiro 2016/17
As exportações de países produtores de café no mundo bateram recorde no ano cafeeiro 2016/17 ao atingirem volume total de 122,45 milhões de sacas, o que representou crescimento de 4,8% em relação ao ano cafeeiro 2015/16, maior volume até então exportado, quando foram vendidas 116,89 milhões de sacas de 60kg. Nesse contexto, as exportações de Suaves Colombianos aumentaram 8% e somaram 14,66 milhões de sacas; Outros Suaves 15,6% – 27,02 milhões; Naturais Brasileiros 2,6% – 35,84 milhões; e as exportações de Robusta mantiveram-se estáveis com volume de 44,93 milhões de sacas. A produção mundial do ano-safra de 2016/17 foi de 157,44 milhões de sacas.
Esses dados e análises da cafeicultura mundial constam do Relatório sobre o mercado de Café – Outubro 2017, da Organização Internacional do Café – OIC, que está disponível na íntegra no Observatório do Café, do Consórcio Pesquisa Café coordenado pela Embrapa Café. Tal Relatório, entre outros, analisou a performance dos principais países produtores e exportadores no ano cafeeiro 2016/17, a saber: Brasil, Vietnã, Colômbia e Indonésia.
Com relação especificamente ao Brasil, as exportações nesse período foram de 31,58 milhões de sacas e, a produção, conforme a OIC, foi 55 milhões de sacas. Em comparação com o ano cafeeiro de 2015/16, a Organização indica que houve redução de 8,8% das exportações de café verde e solúvel do Brasil, que somaram 28,13 milhões e 3,4 milhões de sacas, respectivamente.
E, para o Vietnã, o Relatório demonstrou que as exportações cresceram 5,5% por ano, em média, nos últimos 15 anos e, ainda, que no ano cafeeiro de 2016/17 exportou 24,76 milhões de sacas, volume 6,4% inferior ao período anterior. Apesar de os embarques exclusivamente de café verde terem diminuído 12% nesse período, para 22,79 milhões de sacas, as exportações de café solúvel mais que triplicaram, passando a 1,97 milhão de sacas. Com isso, a produção do Vietnã para o ano-safra de 2016/17 foi estimada em 25,5 milhões de sacas, 11,3% inferior ao ano anterior.
Com relação à Colômbia, as exportações foram de 13,49 milhões de sacas e a produção do país de 14,5 milhões no ano cafeeiro 2016/17, com acréscimos de 9,6% e 3,5%, respectivamente, em comparação ao ano cafeeiro 2015/16, segundo a OIC. E, com relação à Indonésia, as exportações de café aumentaram de 6,12 milhões de sacas no ano cafeeiro de 2015/16 para 11,1 milhões de sacas em 2016/17, ou seja, mais de 81%, de acordo com dados da Organização.
O Relatório também apresentou como destaque as exportações de café verde de Honduras, que cresceram 41,8% no ano cafeeiro de 2016/17 e alcançaram volume recorde de 7,29 milhões de sacas, e “Isso representa a terceira temporada consecutiva de crescimento e faz de Honduras o quinto maior exportador no ano cafeeiro de 2016/17”. Para a OIC, “o clima favorável e maiores rendimentos, resultado em parte de projetos de renovação dos cafeeiros, contribuíram para o aumento da produção e das exportações”.
A OIC, com base em novos dados recebidos dos países membros, revisou a estimativa da produção total no ano-safra de 2016/17, que passou a ser 157,44 milhões de sacas, volume que representa aumento de 3,4% em relação a 2015/16. A produção de Arábica subiu 14,7% para 101,55 milhões de sacas e a de Robusta foi estimada em 55,89 milhões de sacas, com queda de 12,2% em relação ao ano-safra anterior.
O Relatório da OIC divulga mensalmente análises do mercado cafeeiro, contendo dados de produção, exportação, consumo, preços indicativos diários dos grupos da Organização: Arábicas (Colombian Milds, Other Milds e Brazilian Naturals) e Robustas, assim como, arbitragem entre as bolsas de Nova York e Londres, volatilidade da média dos indicativos de preços, diferenciais de preços, volume e valor das exportações mundiais de café, equilíbrio da oferta/demanda mundial, total das exportações, entre outros dados de interesse do setor.
Acordo Internacional do Café (AIC) – Para saber mais sobre a participação do Brasil no AIC, acesse o site da OIC (http://www.ico.org/pt/ica2007p.asp). No contexto desse Acordo, a Embrapa Café, por meio do Comitê Diretor do Acordo Internacional (CDAI), do Conselho Deliberativo da Política do Café – CDPC/Mapa, participa da análise, discussão, aprovação e gestão das ações, projetos e programas relacionados ao panorama dos mercados externos do café.

Falta de chuva compromete potencial da safra 2018 de café em MG
A Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé) divulgou no seu mais recente comunicado que as chuvas ocorridas nos últimos dez dias do mês de setembro colaboraram para a abertura de uma grande florada, que inclusive foi apontada pelo Departamento de Desenvolvimento Técnico de Cooxupé como a principal desta safra, já que as lavouras até então estavam submetidas a um intenso estresse hídrico e térmico.
As altas temperaturas e a falta de chuvas na região de Guaxupé, sul de Minas Gerais, devem comprometer o potencial produtivo da safra de café de 2018. O Departamento informou ainda que as temperaturas altas, associadas ao déficit hídrico acentuado durante a florada, além de comprometera estrutura do botão floral, diminuiu o índice de pegamento, podendo inclusive causar a queda dos “chumbinhos” recém-formados.
De acordo com o meteorologista da Climatempo Alexandre Nascimento, nos próximos meses a chuva deve ficar dentro da normalidade climatológica na região de Guaxupé, inclusive com possibilidade de superá-la em dezembro. “As temperaturas também estão mais baixas em relação ao que se observava em outubro, e a partir de agora só devemos ter períodos curtos de temperaturas elevadas, e não mais semanas de calor como aconteceu nos dois meses anteriores”, explica Nascimento.
O padrão climatológico mudou e deve se aproximar cada vez mais do que é considerado normal. Apesar de ter tido seu potencial comprometido, o meteorologista dá uma boa notícia com relação às safras: “A de 2017/18 deve ser melhor do que a anterior, que por sua vez foi melhor do que a de 2015/16”. Isso acontece porque a safra do café começa o seu ciclo no ano anterior, ou seja, a safra 2017/18 começou a florada neste ano, mas só será colhida no ano que vem.