- Home
- /
- Tecnologia

Tecnologia mostra momento certo de aplicar fungicidas na lavoura
Solução digital da Basf com Inteligência Artificial tem assertividade de 99% na comparação com análises de especialistas
Fernanda Farias | Porto Alegre | fernanda.farias@estadao.com
A hora certa de entrar com fungicidas na lavoura de soja e garantir plantas saudáveis é um desafio para os agricultores, mesmo seguindo as recomendações dos produtos. E uma aplicação em tempo errado pode ser a diferença entre uma lavoura produtiva e uma afetada pela ferrugem asiática.
Hoje, a ferrugem é um dos principais problemas da soja e pode provocar perdas de até 90%, segundo a Embrapa. Em média são necessárias de três a quatro aplicações de fungicidas, além de um manejo com muita atenção.
“Cada dia de atraso na aplicação do fungicida pode significar uma perda de produtividade de até R$ 100 por hectare”, avalia Davi Köhntopp, pesquisador de novos produtos do xarvio® Digital Farming Solutions, a marca global de agricultura digital da BASF.
A empresa está lançando a Timing de Aplicação, uma solução digital que promete precisão na aplicação dos fungicidas. Baseada em Inteligência Artificial, a ferramenta analisa informações e dados sobre clima, fase da planta, características genéticas de tolerância ou não a doenças, entre outras variáveis, para recomendar o momento ideal para a entrada de fungicidas.
“Por exemplo, você fez a primeira aplicação, e quando está chegando a data recomendada para a segunda aplicação, se o ambiente não for favorável para a ocorrência de doenças, a ferramenta vai mostrar isso e indicar que ainda não precisa de uma nova aplicação. Assim você não gasta o produto antes do tempo, e evita que, aplicando o fungicida sem a necessidade, vá faltar a ação dele lá na frente, quando for mais suscetível”, explica o pesquisador.
Além de analisar as informações da planta, a solução avalia as condições do clima de hora em hora, em tempo real, e para os próximos sete dias. Ela não substitui o profissional, mas é uma aliada na tomada de decisão. “A gente aliou IA, tecnologia de ponta e conhecimento técnico. A solução possibilita ganhar escala e realizar análises em áreas muito maiores, que seriam humanamente inviáveis de percorrer, gerando mais economia e eficiência”, afirma Köhntopp ao Agro Estadão.
Assertividade de 99% na comparação com recomendação dos especialistas
A ferramenta reproduz o que um engenheiro agrônomo faria – praticamente igual. Segundo Köhntopp, o modelo foi testado comparando a sua análise com a atuação dos especialistas em áreas experimentais.
“Esses especialistas iam visitar todos os dias. Especialistas com 15, 20 anos de experiência. E o modelo replicou as decisões com 99% de assertividade”, conta o executivo. “Na prática, isso quer dizer que, ao utilizar a IA, o agricultor tem um suporte adicional para a melhor tomada de decisão na aplicação de fungicidas, com base em dados, para seguir as melhores práticas de manejo preventivo, defendidas por especialistas na área”, completa.
Köhntopp diz ainda que o acerto não é de 100% porque sempre existe “um pequeno desvio” entre os modelos e a realidade e, por isso, o sistema está em constante aprimoramento. A ferramenta foi importada da Alemanha e vem sendo validada desde 2018. Na cultura do milho, o produto já é usado desde o ano passado. Para a soja, está disponível nesta safra e custa R$ 4 mil para uma área de até 2 mil hectares.
De acordo com os estudos realizados pela BASF, a solução digital baseada em IA teve resultados agronômicos confiáveis no controle de fungos causadores das seguintes doenças:
- cercospirose (Cercospora kikuchii)
- mancha alvo (Corynespora cassiicola)
- míldio (Peronospora manshurica)
- mancha parda (Septoria glycines)
- ferrugem asiática (Cercospora sojina)
- mancha do olho de rã (Cercospora sojina)
- antracnose (Cercospora sojina)
- crestamento bacteriano (Pseudomonas savastanoi pv. glycinea)
Fonte: https://agro.estadao.com.br/inovacao/tecnologia-mostra-momento-certo-de-aplicar-fungicidas
- Home
- /
- Tecnologia

Agro sem tecnologia e gestão não é negócio
Como todo ramo de negócio, o agro trabalha com três pilares principais: redução dos custos de produção, maximização dos lucros e aumento da produtividade.
- Home
- /
- Tecnologia

Drones abrem novas vagas enquanto acabam com velhas carreiras
O mercado de drones ainda está decolando no Brasil e há um setor que está voando lado a lado com esses equipamentos: o agronegócio. “A agricultura é responsável pela metade do mercado de drones atualmente no Brasil. O restante está distribuída em infraestrutura, inspeção, torres de transmissão, entretenimento, fotografia”, exemplifica Emerson Granemann, CEO da empresa Mundo Geo.
Os drones permitem mapear propriedades, verificar o estágio de plantio, identificar pragas e até mesmo pulverizar pontos específicos que estejam com ervas daninhas. “Também podem ser utilizados para tarefas como contagem de cabeças de gado”, reforça Granemann.
Ao mesmo tempo em que o drone reforça a agricultura de precisão, ele supre serviços manuais. “É inevitável a substituição de mão de obra para profissões como a aplicação convencional [de defensivos agrícolas]. No Japão, 90% da pulverização é feita com drones”, diz explica Francisco Nogara Netto, instrutor do curso de agricultura do Dronegócios Meeting, organizado pela Mundo Geo em Curitiba dias 6 e 7. Nogara conta que, como o drone permite o mapeamento exato do terreno, é possível automatizar tratores para as operações agrícolas.
Por outro lado, essas aeronaves abrem portas para analistas, engenheiros e profissionais das áreas de cartografia, agronomia e florestas, que devem ser contratados para analisar as imagens geradas pelos drones. Também há espaço, claro, para pilotos. “O mercado traz espaço para quem encara como hobby ou de maneira profissional”, explica Luciano Cardoso Fucci, autor do livro Piloto de Drone, uma Profissão de Futuro.
Também é possível reduzir custos: fundador da startup Agropixel, Nogara conta que recentemente fez um trabalho em uma propriedade no estado de Goiás que, após o mapeamento, foram identificados pontos específicos que necessitavam de pulverização, reduzindo o custo em 70% com defensivos agrícolas.
Essas inovações vêm chamando a atenção das cooperativas. “Estamos buscando soluções para os cooperados, aprimorando nossa agricultura de precisão”, afirma Jomário Américo, engenheiro agrônomo da Castrolanda, e um dos participantes do curso de Nogara.
Drone para agricultura: como funciona e quanto custa?
Diversos drones pousaram na capital paranaense durante o Dronegócios Meeting. Apesar de alguns modelos passarem de US$ 40 mil, as versões mais baratas podem custam a partir de R$ 8 mil, como no caso da empresa Gdrones, de São Paulo. Mas há também a oportunidade de contratar o serviço sem comprar um drone.
“Para a agricultura, o mais importante é o tipo de câmera utilizada [para mapeamento no voo]”, afirma o CEO da empresa, George Alfredo Longhitano.
Luciano Fucci trouxe para Curitiba um pré-lançamento da Tecnodrone, com uma versão 100% Brasileira. O aparelho tem um software que apresenta um mapa de calor aéreo, identificando em tons de verde plantas em processo saudável de fotossíntese, em amarelo indicadores de estresse ou em tom vermelho áreas de plantas mortas ou sem vegetação. Isso permite a ação direta do agricultor sobre o terreno.
Os modelos de Fucci e Longhitano são parecidos com a versão da empresa Santiago e Cintra: aviões com asas ao invés de hélices e que fazem o trabalho de forma automática, retornando ao local de lançamento. O controle remoto é apenas para intervenção de segurança. “O drone é lançado e faz o levantamento rápido de 2 a 3 mil hectares para mapear a topografia da área”, explica Paulo Henrique Amorim Silva, gerente de novos negócios da Santiago e Cintra, que apresenta uma aeronave de R$ 75 mil.
Os fornecedores de drones recomendam também que, mesmo que o proprietário rural tenha seu drone próprio, contrate especialistas na análise dos resultados apresentados pelos softwares dos aparelhos, para aprimorar os resultados da agricultura de precisão.
Legislação aérea para drones na agricultura
Tão ou mais importante que contar com drones é respeitar a legislação área. O CEO da Mundo Geo, Emerson Granemann, destaca que a regulamentação já existe e é feita pela ANAC – Agência Nacional de Aviação Civil. Nogara Netto reforça: “O proprietário é responsável pelo uso do drone e precisa de autorização da ANAC para sobrevoar suas áreas”. A navegação aérea não é permitida perto de aeroportos e, em aglomerados rurais, deve operar no máximo a 60 metros de altura. Em áreas urbanas, só podem operar em até 120 metros de altura. Também é preciso manter distância mínima de 30 metros de aglomerações de pessoas.
- Home
- /
- Tecnologia

Os robôs e o futuro da agricultura
Drones, ordenhadeiras mecânicas, veículos sem condutores, sensores inteligentes, biovigilância, compartilhamento de dados – o Ministério da Economia da Suíça está pedindo para que os agricultores embarquem em uma “revolução digital”, marcando uma virada nas práticas agrícolas que envolve certos riscos.
A Suíça está no centro de avanços que viram drones equipados com câmeras capazes de detectar doenças ou estimar com precisão as necessidades nutricionais de grandes plantações; alface hidropônica cultivada em um ambiente sem solo, alimentado por uma nuvem de 100% de nutrientes orgânicos; e mesmo robôs movidos a energia solar que podem remover as ervas daninhas e reduzir o uso de pesticidas.
Por mais espetaculares que sejam, estas inovações – todas desenvolvidas na Suíça – são apenas o começo da transformação tecnológica e digital que agita a agricultura em todo o mundo.
“A verdadeira revolução está ocorrendo em torno da colheita das lavouras e da gestão dos dados agrícolas”, diz Francis Egger, membro do secretariado da poderosa União dos Agricultores Suíços. “E não estou falando de algo distante no horizonte, mas de uma mudança que irá acontecer este ano e que afetará a Suíça”.
Menos papelada
Cédric Romon possui uma empresa agrícola na região de Lausanne. Hoje, ele se encontra sentado confortavelmente na cabine com ar-condicionado de sua colheitadeira, equipada com um sistema de orientação automática, de onde reúne diariamente grande quantidade de dados sobre a plantação que está colhendo.
“[Os dados permitem que] eu possa informar detalhes precisos para o proprietário da lavoura sobre o rendimento de cada terreno, a qualidade e a umidade do grão colhido”, explica Romon, acrescentando que a capacidade de coletar dados desta maneira também ajuda a reduzir significativamente a quantidade de tempo gasto no escritório.
“Meus colegas enviam diretamente os dados sobre tempo, terreno, rendimento, etc., para um sistema centralizado usando seus smartphones. Isso nos permite passar mais tempo aqui fora e nos concentrar no trabalho que amamos, que é o contato com a natureza”.
Já Egger espera que a digitalização das atividades rurais também alivie os agricultores de alguns dos encargos administrativos que diz ser “quase insuportáveis”. Ele defende a criação de uma única plataforma que simplifique a gestão agrícola e a rede de partes interessadas nesta indústria, incluindo o governo. Tal sistema combinaria os dados agrícolas públicos – ligados ao sistema de pagamentos diretos ou à rastreabilidade dos animais – com dados privados, econômicos e técnicos. Mas ele admite que tal desenvolvimento traz benefícios e riscos.
Agricultores: meros trabalhadores?
“As pessoas que possuem dados agregados têm a capacidade de controlar o mercado, o que pode levar a uma integração vertical da agricultura”, comenta Egger. “No final, os compradores podem gerenciar praticamente a própria exploração, o que é algo que já vemos acontecer no setor de avicultura. Por isso, precisamos evitar a qualquer custo uma situação em que o agricultor se torne um mero trabalhador servindo a uma organização”.
Há também um risco de dependência dos fabricantes de máquinas agrícolas e os gigantes de tecnologia, que estão investindo em massa na corrida para a chamada “agricultura 4.0”. A multinacional americana John Deere oferece, por exemplo, sistemas integrados de gerenciamento de fazendas que podem administrar e manter máquinas à distância, planejar orçamentos e otimizar a produtividade do condutor.
“O governo, os cantões e as organizações agrícolas precisam agir rapidamente para evitar uma situação na qual os agricultores se tornem cativos destas multinacionais que ocupam uma posição dominante no mercado”, adverte Egger.
Um ministro suíço otimista
O aviso de Egger é dirigido ao ministro da economia e da agricultura, Johann Schneider-Ammann. Durante uma visita ao Paris International Agricultural Show em março, ele reconheceu os benefícios do chamado agritech.
“Queiramos ou não, a revolução já está acontecendo. A agricultura será renovada por meio da digitalização e a sua competitividade será reforçada”, disse Schneider-Ammann à revista Terre & Nature (Terra e Natureza).
Firme defensor de uma visão da agricultura de livre mercado, Schneider-Ammann está relutante em introduzir regulamentações que imponham limites ao uso de dados agrícolas.
“Precisamos dar aos experimentos iniciais o máximo de tempo e espaço, para aprender suas lições”, disse à Terre & Nature, acrescentando que os agricultores deveriam ser “corajosos e inovadores, se envolvendo neste caminho de digitalização!”.
Alguns especialistas, no entanto, são mais céticos no que se refere às consequências da agricultura digitalizada. Pesquisador do Instituto Universitário de Altos Estudos Internacionais em Genebra, e autor de “Malaise in Agriculture” (Mal-estar na Agricultura), publicado em 2014, Yvan Droz afirma: “Estamos no processo de abrir uma caixa de Pandora real sem saber nada sobre as consequências sociais e psicológicas destas novas tecnologias na vida dos agricultores”.
Isolamento
O estudo conduzido por Droz e outros dois colaboradores na Suíça, na França e no Canadá (Québec) destacou o forte sentimento de solidão que permeia a comunidade agrícola.
“A tecnologia é um fator que favorece o isolamento. Os agricultores passam muito tempo ouvindo rádio ou assistindo televisão sozinhos na cabine de seus tratores automatizados. O contato com seus pares tem sido cada vez mais raro”.
Outra implicação relativa ao crescimento da automatização rural é o prejuízo no relacionamento dos agricultores com a terra e o aumento da distância entre o homem e o animal. Droz concluiu que o uso de ordenhadeiras mecânicas nos estábulos estava prejudicando o vínculo emocional e afetivo que ligava os agricultores aos seus animais. Ele enfatiza também que o uso da tecnologia pode induzir a altos níveis de estresse.
“Durante a fase de adaptação, a ordenhadeira fica conectada diretamente ao smartphone do agricultor. No momento em que há um problema, ele é chamado à sala de ordenha, muitas vezes no meio da noite. A dor física é transformada em dor psicológica”, diz Droz. E tudo isto está ocorrendo em um ambiente econômico e comercial penoso, que está mergulhando os agricultores em um estado profundo de confusão.
Embora considerado um pioneiro na agricultura de precisão na Suíça, Romon também é um tanto reticente frente à imensa evolução digital defendida por Schneider-Ammann.
“Se eu não tivesse um interesse pessoal nestas novas tecnologias, eu teria saído fora há muito tempo”, comenta, acrescentando que o investimento financeiro necessário para estabelecer a agricultura 4.0 é simplesmente irrealista no contexto atual.
“Meus colegas estão sob uma pressão financeira terrível, muitos inclusive falando de mudanças nos empregos. Se quisermos realmente salvar a agricultura suíça, existem projetos muito mais importantes a serem desenvolvidos do que a revolução digital”.
Métodos americanos inapropriados para as condições suíças
Embora as novas tecnologias estejam sendo progressivamente adotadas pelos agricultores, as máquinas estão longe de predominar no interior da Suíça. Nas grandes nações agrícolas, como os Estados Unidos, o Brasil ou a Austrália, as vantagens da automatização do trabalho no campo já são há muito tempo reconhecidas, com a utilização de drones pulverizadores, máquinas para a colheita e o gerenciamento automático de silos. Na Suíça, no entanto, as fazendas são muito pequenas e possuem o terreno muito acidentado para seguir o modelo de desenvolvimento agrícola norte-americano.
“Em relação à gestão do preparo da terra, a Suíça está observando como o desenvolvimento tecnológico acontece nos outros países. Por outro lado, nosso país tem grande interesse na automatização e digitalização de processos nos estábulos, chiqueiros, etc.”, comenta Francis Egger, da União do Agricultores Suíços.
Sendo assim, existem máquinas que ordenham vacas ou que distribuem ração que são bem-sucedidas na Suíça, assim como os sensores utilizados na criação de gado. Um exemplo é a Anemon, empresa situada em Berna, que desenvolveu um sensor intravaginal que fornece informações sobre a temperatura do corpo, frequência cardíaca e posicionamento por GPS do rebanho. O monitoramento da temperatura bovina é um fator importante na avaliação da produtividade das vacas leiteiras.
Maquinaria agrícola autônoma
Embora os carros sem motoristas ainda não tenham aparecido nas estradas, a orientação autônoma de tratores está se tornando cada vez mais popular, especialmente entre os empresários do setor agrícola, de acordo com um relatório da Agroscope publicado no início deste ano. A tecnologia, que combina sensores GPS a um sistema de processamento automático, permite orientar um trator para repetir com precisão na escala de centímetros o mesmo trajeto ano após ano. Isso reduz a compactação do solo, proporcionando melhores condições para as plantas crescerem, otimizando o tempo de passagem das colheitadeiras.
- Home
- /
- Tecnologia

IBGE quer criar o “Waze” das zonas rurais do Brasil
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) pretende criar um aplicativo de celular com informações geradas pelo Censo Agropecuário. A ideia é que o aplicativo seja similar ao Waze. Desde o último domingo (01.10), o IBGE está percorrendo 5,3 milhões de propriedades rurais para atualizar os dados. Os 19 mil pesquisadores que fazem o recorrido usam um tablet que indica as propriedades sob responsabilidade de cada um, segundo a Folha de São Paulo, e deve informar em tempo onde estão e a quem entregam os questionários.
De acordo com o gerente técnico da pesquisa, Antônio Carlos Florido, o novo aplicativo poderá criar rotas de caminhos rurais com base onde percorreram os pesquisadores. “Estamos calibrando os ajuste, definindo como vai ser desenvolvido e oferecido”, disse Florido.
Para 2020, o IBGE prepara um censo maior, que requerirá 300 mil pesquisadores e um orçamento entre R$ 2,5 e R$ 3 bilhões. O Censo Demográfico de 2015 custou R$ 785 milhões, mas o orçamento inicial era de R$ 1,6 bilhão. A previsão inicial era de contratação de 80 mil pessoas, mas 26.010 profissionais participaram.
- Home
- /
- Tecnologia

Tecnologia já é usada em cerca de 67% das propriedades rurais do país
Cerca de 67% das propriedades agrícolas do país usam algum tipo de tecnologia, seja na área de gestão dos negócios ou nas atividades de cultivo e colheita da produção. A estimativa é do coordenador da Secretaria Executiva da Comissão Brasileira de Agricultura de Precisão (CBAP), Fabrício Juntolli, reconduzido ao cargo por mais dois anos, nesta quinta-feira (13), por meio de portaria assinada pelo ministro Blairo Maggi (Agricultura, Pecuária e Abastecimento).
“Nossa meta para os próximos dois anos é fazer um levantamento sobre o panorama de agricultura de precisão no Brasil”, diz Juntolli. A tecnologia, acrescenta, contribui para a melhoria da gestão da propriedade e para a tomada de decisão dos produtores. “Ela ajuda os agricultores a plantar na hora certa e com a utilização de insumos na quantidade exata.” Segundo ele, a agricultura de precisão está em crescimento no país, principalmente nos estados do Centro-Sul (RS, SC, PR, SP, MG, GO, MS, MT) e em Roraima e Tocantins, no Norte.
A portaria assinada por Blairo Maggi traz ainda os nomes dos demais membros da CBAP. Representantes da Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário da Casa Civil e do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação também fazem parte da comissão. Neste ano, destaca Juntolli, duas novas entidades passaram a fazer parte da CBAP: a Associação Brasileira dos Prestadores de Serviços em Agricultura de Precisão e a Associação Brasileira de Agricultura de Precisão.
Ainda integram a CBAP a Associação Brasileira de Engenheiros Agrícolas, Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural, Associação Brasileira de Engenharia Agrícola, Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos, Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária, Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, Fórum de Pró-Reitores de Pós-Graduação, Organização das Cooperativas Brasileiras, Associação Brasileira de Sementes e Mudas, Sociedade dos Técnicos Açucareiros e Alcooleiros do Brasil e a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica.
Fonte: Mapa
- Home
- /
- Tecnologia

Por que a transformação digital pode revolucionar o setor agrícola?
Como a transformação digital transformará a vida nos campos? Qual impacto terá este grande setor?
Sem dúvida, a agricultura é uma das principais atividades na América Latina. De fato, segundo dados da LEDS LAC, a região tem mais de 500 milhões de hectares cultiváveis das 995 milhões que existem. Para impulsionar o crescimento deste setor, a transformação digital retoma as centrais de dados que permitem melhorar o processo de produção e distribuição de alimentos. A realidade é que, segundo dados da ONU, para 2050 a produção de alimentos tende a aumentar cerca de 70% para sustentar uma população em crescimento constante; em um mundo que atualmente desperdiça 300 milhões de toneladas de alimentos.
Os métodos de trabalho também se transformam
A transformação digital contribui para atualizar e melhorar a forma de trabalho no campo. Um dos maiores desafios de agricultores hoje em dia é cultivar, produzir, e entregar seus produtos da forma mais eficiente, com boa qualidade e rapidamente. Estima-se que 50% dos produtos agrícolas nunca chegam para os consumidores por conta do desperdício e dos altos preços. A combinação de uma nuvem com IoT e Big Data proporcionará um grande potencial na planificação, supervisão e desenvolvimento de soluções que otimizam a eficiência dos agricultores e fazem os produtos chegarem mais rapidamente aos seus destinos finais. Por exemplo, hoje podemos otimizar seu tempo e trabalho ao contar com soluções para monitorar o maquinário, a criação e a vigilância dos cultivos. O impacto da transformação digital também pode alcançar outras atividades como a pesca, proporcionando soluções inteligentes para a cria de animais, assim como os sistemas de segmentos de gado e o Alerta Geral de morte de animais.
A análise de dados
A gestão de dados é crítica e a transformação digital implica que todos os detectores, tais como sensores de campos, drones e maquinário estejam conectados, fazendo da análise da informação parte das ferramentas para a agroindústria. Hoje já somos capazes de medir remotamente as condições de solo para determinar com exatidão o momento de regar os campos de uva e assegurar que recebam a quantidade correta de água que a matéria-prima necessita para a produção de cada tipo de vinho. Toda esta operação já ocorre sem interrupção humana e é fruto da análise de dados automatizada por softwares e sua integração com a robótica e dispositivos conectados.
A transformação tecnológica
A inovação tecnológica permite incrementar o rendimento do cultivo, melhorar os métodos de fertilização, de maquinário e proteção de cultivos. A realidade é que a infraestrutura de banda larga fixa é deficiente em muitas comunidades rurais, por este motivo a banda larga móvel será parte do futuro da agricultura.
Definitivamente, as tecnologias digitais convidam a indústria alimentícia a fazer frente aos desafios da globalização e satisfazer, ao mesmo tempo, a crescente demanda do consumidor. Em um mundo cada vez mais digital, avançar para melhorias tecnológicas não é um mero detalhe, é uma vantagem competitiva e um habilitador de negócios.
- Home
- /
- Tecnologia

Tecnologia e empreendedorismo no meio rural tornam o Brasil protagonista na produção de alimentos
A agropecuária desempenha papel fundamental na segurança alimentar mundial. Neste domingo (16/10) é comemorado o Dia Mundial da Alimentação, estabelecido pela FAO
Brasília (14/10/2016) – Grande parte dos alimentos consumidos pela população mundial é resultado da produção agropecuária brasileira. Nesse sentido, o Brasil tem dado uma inegável e expressiva contribuição. Nos últimos 35 anos, a agricultura brasileira cresceu 335% em produção e atingiu 202 milhões de toneladas de grãos e fibras na safra 2014/2015. A expansão da pecuária também acompanhou o desenvolvimento rural agrícola, com um aumento de 38,2% nos últimos 10 anos, contando 12,38 milhões de toneladas de carne bovina, em 2015.
Neste domingo (16/10) é comemorado o Dia Mundial da Alimentação, estabelecido em 1979 na 20ª Conferência da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). A data marca o dia da fundação da FAO, ocorrida em 1945. Todos os anos, a entidade lança um tema de comemoração e o deste ano será “o clima está mudando: a alimentação e a agricultura também”.
No cenário mundial, o Brasil apresenta um importante papel na segurança alimentar. Além de reunir os recursos necessários de produção, como condições climáticas favoráveis, água em abundância e 383 milhões de hectares agricultáveis, possui ainda tecnologia de produção e o empreendedorismo dos produtores, o que torna o País um dos principais protagonistas na tarefa de alimentar o mundo. O setor agropecuário brasileiro evoluiu muito nos últimos anos, passando de importador de alimentos, na década de 1960, para autossuficiente e exportador, desde a década de 1980. O Brasil também passou a ser a principal referência em pesquisa científica em agricultura tropical, incrementando cada vez mais tecnologia aos sistemas produtivos – principal pilar da competitividade nacional.
O aumento da produtividade permitiu uma verticalização da produção evitando avanço sobre novas áreas e produzindo mais em um mesmo espaço. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) faz parte deste desenvolvimento, atuando diretamente na promoção da ampliação da capacidade dos pequenos, médios e grandes produtores rurais, promovendo políticas ambientais, de crédito e de orientações públicas. Além disso, estimula a implementação de tecnologias, capacitação de mão de obra e cumprimento de leis que regulamentam o setor. Segundo o coordenador de Sustentabilidade, da CNA, Nelson Ananias, “a busca por segurança alimentar tem como pilar o alimento, em quantidade e qualidade. Essa é a meta da CNA e do produtor rural”, afirma.
Agro em Questão – Para entender e debater o atual cenário de gestão estratégica da segurança alimentar e qualidade do alimento, a CNA realiza, em 1º de novembro, o seminário Agro em Questão – Alimentos Saudáveis. Estudos de caso de países que possuem mercado relevante e regulado, como os Estados Unidos, servirão de referência nas discussões.
As experiências compartilhadas neste evento poderão ajudar o Brasil a encontrar soluções para os problemas de forma mais rápida e eficaz. Também está prevista apresentação sobre produção orgânica, convencional, transgênica e de modelos nacionais de governança e casos nacionais de gestão. O evento contará com a presença de gestores internacionais, produtores rurais, técnicos e representantes dos governos federal e estaduais.
Para o coordenador de Sustentabilidade da CNA, Nelson Ananias, o evento busca comparar as realidades entre sistemas produtivos, tanto dentro da cadeia produtiva, quanto comparada à de outros países. “Queremos divulgar e comparar as diversas maneiras adotadas nos sistemas produtivos do Brasil e absorver o que está funcionando mundo afora”.
Fonte: CNA
- Home
- /
- Tecnologia

Por que a tecnologia vai salvar a agricultura?
Como será a agropecuária daqui a 50 ou 100 anos, é impossível dizer com certeza. O fato é que ela não será igual e a razão é simples: o mundo não estará do mesmo jeito. Sob o efeito cada vez mais intenso das mudanças climáticas, a atividade terá que beirar a perfeição, sem direito a grandes perdas. Para especialistas, só há uma maneira de chegar a esse patamar: alto investimento em tecnologia.
“A agricultura já é muito profissional, mas terá que ser ainda mais eficiente numa situação climática não muito favorável”, avalia Mateus Barros, líder das operações sul-americanas da Climate Corporation. Barros estará no 4º Fórum de Agricultura da América do Sul, entre os dias 25 e 26 de agosto, para apresentar a experiência com a companhia norte-americana adquirida pela Monsanto em 2013.
Segundo ele, a expectativa é disponibilizar a plataforma na região dentro de dois anos, mas ela já aponta para o que deve ser o campo num futuro de eventos climáticos extremos, como longos períodos de estiagem ou temporais mais frequentes, o que, hoje, pode provocar quebras bilionárias. “Teremos o uso mais frequente de sensores que permitem avaliar condições específicas de fazenda para fazenda. Tudo isso vai ajudar o produtor a compreender e se antecipar a essas mudanças”, salienta o executivo.
No Brasil, pesquisadores da Embrapa também têm se dedicado a entender como o futuro da agricultura passa por estas transformações.
De acordo com Eduardo Assad, da Embrapa Informática, já é possível prever com 80% de precisão o comportamento do clima durante a safra e fazer projeções até o ano de 2040, a partir do zoneamento agrícola. Mas, frisa o pesquisador, é preciso agir agora para que o quadro não piore. “Esses modelos têm como base um aumento médio de até 2°C na temperatura do planeta, em relação aos níveis pré-industriais. Acima disso, não sabemos o que pode acontecer e, atualmente, já temos uma elevação de mais de 1°C”, salienta.
Fonte: Gazeta do Povo