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Liderança exportadora do agro brasileiro desperta interesse global
Em entrevista, o Prof. Dr. Marcos Fava Neves detalha a importância do IFAMA para o agronegócio global
1 – Professor, o senhor terá participação no World Conference da International Food and Agribusiness Management Association (IFAMA) neste ano. O que representa esse evento para o agronegócio global e qual será o foco da sua contribuição?
Tenho o privilégio de participar desta associação desde 1994 e por meio dela, conheci muitos países levando nossas pesquisas e casos de empresas para serem apresentados. A IFAMA é a mais importante organização do agronegócio mundial, fundada em 1990, simplesmente por Ray Goldberg, de Harvard, que é o pai do conceito de agronegócio. Já foram cerca de 35 eventos anuais em todo o planeta. Sua função é a de ser um centro de discussão sobre o futuro do agro, reunindo executivos, especialistas, tomadores de decisão, empresas e acadêmicos para debater as tendências e pensar em soluções inovadoras e criadoras de valor. Neste ano, contribuirei como presidente da conferência na posição de Chanceler da Harven Agribusiness School, instituição de Ribeirão Preto que fez a proposta no último evento, realizado em Almeria (Espanha) em 2024, para trazer uma edição ao nosso país. Temos, junto com o Roberto Fava Scare, meu parceiro nesta empreitada e o nosso time, o importante apoio da FB Group, especialista em planejamento e gerenciamento de eventos, que também aceitou o desafio de nos apoiar nessa jornada.
2 – O que o senhor destaca como as principais tendências discutidas na IFAMA que devem moldar o futuro do agronegócio nos próximos anos?
Hoje, a produção de alimentos, bioenergia e outros agro-produtos enfrenta uma situação muito complexa, que costumo chamar de ambiente dos 3 V’s: “variáveis variando violentamente”. Temos toda a questão de tarifas, clima, guerras, pragas, doenças, movimentos dos consumidores, situação da economia, impactos das novas tecnologias, regulações, segurança, logística; enfim, muita coisa. Temos avenidas de discussões na questão da sustentabilidade, o avanço da biotecnologia e da transformação digital; a inteligência artificial, a ascensão de modelos cooperativos e associativos de negócios e a urgência de preparar novas lideranças para lidar com um mundo interconectado e complexo; as novas mídias e a força… o empoderamento do consumidor. Eu sempre coloco uma frase nas apresentações e oriento os profissionais do setor: “quem manda é a demanda”.
O tema central da conferência neste ano é “Impulsionando alimentos e bioenergia com inovação e sustentabilidade”, para estimular discussões do desenvolvimento sustentável da produção, visando o crescimento e fortalecimento do setor, a fim de atender a demanda futura por alimentos, bioenergia e outros agro-produtos.
3 – Muitos apontam que a IFAMA é uma vitrine para novos modelos de negócios e inovações no setor agro. O senhor poderia citar exemplos de iniciativas ou tecnologias que chamaram sua atenção nesta edição?
As inovações que as empresas e universidades estão trabalhando no mundo todo são trazidas para serem apresentadas no IFAMA. Veremos iniciativas promissoras, como o uso de biotecnologia para tornar as lavouras mais resilientes às mudanças climáticas, com menos dependência de defensivos, tecnologias de geração de bioenergia com captura de carbono e plataformas digitais que promovem maior transparência entre produtores e consumidores. Também merece destaque o redesenho de produtos alimentares para torná-los mais saudáveis e sustentáveis, reduzindo perdas. Vale destacar também que muitos casos de empresas inovadoras em cada país são, ao longo do ano, preparados e são apresentados e debatidos na conferência, para, depois, serem publicados em revistas científicas. Nosso grupo de trabalho aqui no Brasil levou cinco casos para a conferência de 2024 (Nutribras Alimentos, Biosul Bioenergia, Ouro Fino Agrociência, Associação Socicana e Sementes Oilema). E para orgulho nosso, o caso da Ouro Fino Agrociência, justamente uma empresa de Ribeirão Preto, venceu como o melhor de 2024, competindo com outros 50, do mundo todo.
E nos casos deste ano, apresentaremos a Cooperativa Coplana, Cachaça SôZé, Sebrae Polo Agro, Veroo Cafés, Cooperativa Agrária, Fertbem Fertilizantes e o da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) que, para nossa alegria, está entre os três finalistas selecionados pelo comitê científico internacional como melhor caso do evento. Aprende-se muito com o uso de estudos de casos.
4 – Como o Brasil tem se posicionado dentro dos debates globais que também são tema do evento? Somos apenas fornecedores ou já ocupamos espaço como líderes em inovação e governança no agro?
O Brasil tem mostrado protagonismo crescente. Na primeira vez que estive no evento, nosso país ainda era importador de alimentos. Para virar, 35 anos depois, a potência produtora e exportadora mundial, ganhando imenso respeito.
Não há como deixar de respeitar e não admirar um país que hoje detém 80% do comércio mundial de suco de laranja, 58% da soja, 52% no açúcar, 35% na carne de frango, 30% no café, 30% no milho, 30% no algodão, 25% na carne bovina, quase 20% na carne suína; além de liderar no fumo, no papel e celulose e ainda grandes trabalhos nas frutas, castanhas, etanol, entre outros produtos. Somos protagonistas em iniciativas inovadoras que visam a sustentabilidade, como a “Carne Carbono Neutro”, o programa “Renovabio”; e na governança tivemos grandes avanços.
Nesta semana, pelo décimo ano, recebi cerca de 30 norte-americanos que fazem pós-graduação na Purdue University, uma das melhores do mundo, para conhecerem o agro do Brasil. Visitamos empresas como a São Martinho, a Cutrale, a Cooxupé, a Campanelli, a Coopercitrus, a Coplana, entre outras que abrem suas portas para recebê-los, com o carinho brasileiro. Eles voltaram absolutamente emocionados e encantados, e se tornam multiplicadores do bom trabalho feito no Brasil. Já foram 300 executivos nestes 10 anos. Imaginem para quantas pessoas eles contaram da experiência, ajudando a difundir nossa imagem.
5 – Existe alguma crítica recorrente à forma como o Brasil participa ou é percebido nesses fóruns internacionais? O que ainda precisamos aprimorar para ocupar um papel mais estratégico no cenário agro global?
A crítica mais comum ao Brasil é na questão ambiental, principalmente devido à excrescência do desmatamento ilegal, que, como o próprio nome diz, é crime e feito muitas vezes em terras distantes e sem titulação. Este deve ser o principal foco de ataque do Governo do Brasil, pois o nosso país é manchado em seu belo trabalho de sustentabilidade ambiental por este problema. Essa situação oculta nossos indicadores ambientais, que são excelentes, tais como: 66% do território totalmente preservado; elevado índice de energias renováveis na matriz; presença de um dos códigos florestais mais bem estruturados no mundo; baixas emissões de CO2 per capita; tecnologias inovadoras na agricultura de baixo carbono; agricultura regenerativa; remoção de carbono e tecnologias limpas; e muitas outras inovações. Outra crítica é a dificuldade que temos de comunicar, de forma eficaz, os avanços que o país já realizou. Precisamos investir mais na capacitação de nossos representantes e na nossa capacidade de articulação em temas como biodiversidade, clima e inovação. Levar dados concretos e resultados comprovados ajuda a reforçar nossa imagem como liderança global.
6 – Na sua avaliação, o que as lideranças empresariais e políticas brasileiras ainda não compreenderam sobre o potencial transformador de debates e fóruns para a competitividade do agro nacional?
Muitos ainda não enxergam esses espaços como oportunidade de parar um pouco, prestar atenção e voltar ao Brasil com um repertório de inovações, boas práticas, exemplos de empresas e de políticas públicas.Além de ser um momento de formação de opiniões e desenvolvimento de novas relações pessoais e empresariais. Estar ausente é perder visibilidade e poder de influência. Neste ano, por exemplo, será elaborada uma carta do agro mundial durante a conferência, com sua mensagem à COP 30, que será em novembro em Belém (PA), mostrando ser o agro parte da solução para os problemas ambientais globais. Esta carta será entregue ao Embaixador André Correa do Lago, ao final da conferência, pelo Presidente da IFAMA, o irlandês Aidan Conolly, e autoridades brasileiras como o Ministro Roberto Rodrigues, o Presidente de Honra da Agrishow Maurilio Biagi Filho, entre outros; e tendo como signatários autoridades do agro de mais de 40 países.
7 – O senhor defende há tempos uma maior profissionalização e melhoria da mão de obra no agro. O que ainda falta para essa virada de chave acontecer em larga escala no Brasil?
Um dos grandes desafios que o país tem, por mais incrível que possa parecer, é o da mão-de-obra. Para continuarmos crescendo, visando atingir o posicionamento de fornecedor mundial sustentável de alimentos, biocombustíveis e outros agro produtos, teremos que investir pesado. Está faltando gente em todas as áreas, desde colheita até trabalho em frigoríficos, em usinas; enfim, a reclamação é geral.
O grande desafio é adotar uma mentalidade estratégica de longo prazo, enxergando a questão como uma ferramenta essencial de sustentabilidade e crescimento. Isso exige mudança nas normas das políticas assistencialistas, capacitação contínua, fortalecimento das escolas técnicas, envolvimento total do setor privado e mudança da mentalidade da educação básica, intermediária e superior no Brasil, em direção à inovação, empreendedorismo e mérito.
Costumo sempre dizer esta frase: “sem inovação, produção e venda, não tem geração de renda e não tem distribuição de merenda”. A educação no Brasil se direcionou muito para a terceira parte da frase. Precisa voltar para a primeira. O foco é inovar, produzir e vender.
8 – Como a formação de jovens líderes no agronegócio é tratada em fóruns internacionais? O senhor acredita que o Brasil está formando sucessores à altura dos desafios globais?
O IFAMA é uma chance incrível de vermos o que as universidades estão fazendo no mundo todo em termos de técnicas de ensino e aprendizagem, pois nos conectamos com seus professores, ex-alunos e ficamos sabendo dos avanços, das boas iniciativas com as entidades estudantis, startups, por exemplo. Além disso, podemos fazer visitas durante os eventos. A IFAMA tem, além de seu Conselho tradicional, que participa por 18 anos representando o Brasil, um Conselho de Jovens, que são talentos que as multinacionais ficam de olho para capturarem assim que se formam. Além disso, durante o evento, acontece uma competição de estudo de casos voltada especialmente aos jovens, com premiação relevante.
No Brasil, precisamos promover maior integração desses jovens com o ambiente internacional, por meio de projetos aplicados, domínio de idiomas, visão global e capacidade de lidar com contextos diversos e interdependentes. A formação de lideranças sistêmicas e inovadoras é um desafio urgente e, por isso, criamos a Harven Agribusiness School.
9 – Com a crescente presença de multinacionais e fundos internacionais no campo brasileiro, como o vê a soberania e o protagonismo nacional nesse cenário de globalização agroindustrial?
Eu não vejo problemas, aliás vejo como solução ter investidores internacionais no Brasil… para acelerar nosso desenvolvimento. O importante é que os produtos sejam feitos aqui, agreguem valor aqui, gerando investimento, empregos e arrecadação. É fundamental que o Brasil não apenas receba investimentos, mas lidere soluções e garanta que essas parcerias tragam benefícios sociais e tecnológicos concretos ao país. Diversas empresas aqui sediadas se apresentarão no IFAMA, e um dos exemplos é o Minerva, que tem a presença do fundo soberano árabe em seu capital; com a presença garantida do presidente do conselho, Norberto Giangrande Jr. Um dos estudos de caso que os participantes discutirão é da empresa Atvos, de bioenergia, que tem como principal acionista o fundo soberano de Abu Dhabi, mas suas unidades estão todas aqui, gerando empregos e desenvolvimento ao nosso país. No IFAMA, os participantes terão a chance de ouvir e debater com Bruno Serapião, o CEO da empresa. Da mesma forma, será debatido pelos participantes, o caso da SLC Agrícola, uma das maiores produtoras de alimentos do mundo, que tem ações na bolsa e o seu CEO, Aurélio Pavinato, irá apresentar e debater com os participantes. São estrelas do agro global.
10 – A presença brasileira em fóruns internacionais pode ser uma ferramenta diplomática e econômica para ampliar mercados? Que ações o governo e as empresas deveriam priorizar nesse sentido?
Esses espaços são fundamentais para promover a imagem do país como referência na produção sustentável de alimentos e bioenergia. É preciso um estímulo maior à elaboração de pesquisas de impacto e estudos de caso inspiradores do Brasil para serem apresentadas e publicadas internacionalmente. Para as universidades públicas e privadas, seria interessante colocar prêmios para os professores e alunos que conseguirem produzir estas pesquisas e casos, pois melhoram sua avaliação. Estes prêmios ajudarão professores a alunos a irem nos eventos apresentar os trabalhos, e, com isso, melhoram estas universidades nos rankings, desenvolvem sua rede internacional com outros professores e crescem cada vez mais as possibilidades de gerar mais pesquisas e casos. Universidades precisam orientar mais a remuneração dos seus quadros baseada no mérito, no impacto de suas pesquisas e seus trabalhos publicados para a geração de valor à sociedade.
Empresas podem replicar e apoiar este processo com seus funcionários, principalmente quem estiver nas áreas de pesquisa e desenvolvimento, pois se aprende muito com estas participações e empresas inovadoras sempre estão presentes nas instituições de inovação. Fazemos isto há 30 anos e em média neste período levamos 5 trabalhos a cada IFAMA.
11 – Diante da instabilidade política e econômica mundial, como o agronegócio global e o brasileiro, em especial, pode se tornar um agente estabilizador?
O agro é peça-chave para garantir segurança alimentar, geração de empregos e desenvolvimento das regiões. O Brasil, com sua base diversificada e matriz energética limpa, lidera um modelo de desenvolvimento pautado na produtividade, sustentabilidade e na inovação com inclusão social e responsabilidade ambiental. O mundo precisa do Brasil como agente de expansão da produção visando abastecer de alimentos não apenas cerca de 800 milhões de pessoas, que é o número de hoje, mas talvez até 2 bilhões.
E vejam que interessante, uma pessoa pode ficar sem comprar um computador, um carro, uma roupa, um móvel por alguns anos, mas comida e tem que comprar 3 vezes ao dia. Este processo tem levado o Brasil a conquistar grande respeito na comunidade internacional por ser a fábrica de comida do planeta. E não faz sentido para ninguém brigar com o cozinheiro. Por isto digo que neste mundo cheio de conflitos geopolíticos, o Brasil tem que “voar abaixo do radar”, sem entrar em conflitos, sem assumir lados, e continuar crescendo suas exportações com o posicionamento claro que se não fosse o Brasil a fome no planeta explodiria e com isto teríamos erosão maior ainda da paz. O Brasil combate a fome mundial.
12 – Olhando para o futuro, quais projeções o senhor faz para o agro, levando em conta a atual situação política global. A tendência de mais barreiras deve ser confirmada?
Em 2050, 80% dos estômagos estarão na Ásia e África. O fluxo de comida é das Américas (principalmente Brasil e o Mercosul e os EUA) para Ásia e África. As barreiras, especialmente as ligadas ao meio ambiente, aspectos sociais e à sanidade dos alimentos, devem se intensificar, impulsionadas por políticas climáticas mais rigorosas e pela pressão dos consumidores, principalmente nos países desenvolvidos, mas menor nos emergentes e dependentes de importações grandes de comida, que é onde o Brasil tem crescido mais. O Brasil precisa estar preparado, com estratégia de longo prazo, propostas e soluções concretas que agreguem valor ao planeta. É o local mais apto do planeta para expandir a produção, pois conseguimos agregar 20 milhões de novos hectares produtivos em 10 anos sem aumentar a área do agro, apenas usando mais áreas de pastos para produção de grãos e aumentando a nossa produção de segunda safra. Isto gerará grandes oportunidades de trabalho e desenvolvimento social ao país.
E do lado da bioenergia, são incríveis as possibilidades de crescimento. Já aumentamos a mistura de etanol na gasolina para 30%, feito de cana e de milho, possibilitando com isto aumentar a produção de carnes pela geração de “bagaço do milho”, chamado de DDG, excelente fonte de ração. Temos grandes oportunidades no biodiesel que deve logo chegar a 20% de mistura, e com isto impulsionar mais ainda a produção das carnes devido a presença de farelo de soja e outros produtos, e este aumento da produção gera esterco que vira biogás, eletricidade e biometano (máquinas movidas a biometano foram apresentadas na Agrishow) que diminuem as necessidades de diesel e ainda geram fertilizantes, dentro do que chamamos de agricultura circular. E ainda crescem os projetos para combustível de aviação, de navios, enfim, são muitas as oportunidades na bioenergia para produtores de pequeno, médio e grande porte no agro.
13 – E para a nova faculdade, a Harven Agribusiness School, quais serão os benefícios?
A criação da Harven Agribusiness School, por parceiros de peso como a Markestrat e o grupo SEB do empresário Chaim Zaher foi feita na direção de ter em Ribeirão Preto a melhor educação em agro. Queremos atrair alunos do mundo todo para estudarem aqui, pois quem quer ser bom no agro tem que aprender no melhor agro do mundo. E o evento será uma vitrine para mostrar que Ribeirão Preto por ter mais de 10 setores distintos do agro ao seu redor, excelente padrão de vida no comparativo do Brasil pode ser um destino.
E a Harven está sendo projetada mundialmente com o evento, pois ficaram sabendo de sua existência por estar em todos os materiais e quando aqui vierem a conhecerão. Parte importante dos professores internacionais será convidada a serem professores Harven e nossos professores ampliarão sua inserção internacional nestas universidades, bem como convênios para intercâmbio de alunos. Teremos geração de materiais, estudos de casos de empresas, vídeos das palestras todas que serão usados. Estes materiais também irão aos alunos interessados em agro da FEARP/USP onde sou professor há 30 anos, em tempo parcial. Vale ressaltar que no grupo que ajudou a organizar o evento, temos a presença da ESALQ/USP, EAESP/FGV, INSPER, ESPM, UNESP, PUC-RS e diversas outras, portanto as universidades brasileiras serão beneficiadas.
14 – E a importância para Ribeirão Preto em sediar este evento?
Tive o privilégio de ser contratado pela FEARP/USP no final de 1995 e vir para cá, adotando esta cidade, que inclusive me premiou com o título de Cidadão. Minha esposa também não é daqui, mas adorou a cidade e aqui nasceram nossas filhas e aqui pretendemos ficar. É a cidade mais associada ao agro no Brasil, inclusive o nome de “Capital Brasileira do Agronegócio” que está nas entradas da cidade, fui eu quem deu. Além de sediar a Agrishow, que neste ano teve quase 200 mil visitantes, a cidade é palco de grandes eventos e discussões do agro. Em parceria com meu primo Roberto Fava Scare em 2005 trouxemos para Ribeirão Preto o evento da Sociedade Brasileira de Economia, Sociologia e Administração Rural, que é o encontro mais tradicional do Brasil, onde vieram cerca de 1000 pessoas e foi sediado na FEARP/USP. Nesta data registramos Ribeirão Preto entre as cidades sede deste evento para sempre.
Mas faltava trazer o principal evento internacional e já estávamos tentando há uns 10 anos, mas o risco é alto, a logística para se chegar aqui envolve um passo a mais, lamentavelmente o aeroporto de Ribeirão Preto atrasou e não ficou pronto, não temos voos para Guarulhos, o que dificulta demais para estrangeiros e os custos para eles são muito elevados. Mas tomamos coragem e fomos em frente, e estamos trabalhando firme para que tudo dê certo e venham 700 a 900 pessoas de cerca de 40 países, que serão depois multiplicadores e comunicadores das boas coisas que estamos fazendo no agro e da cidade. Será uma alegria ver Ribeirão Preto para sempre imortalizada na tabela das cidades sede deste evento.
CONFIRA AS CIDADES SEDE DA CONFERÊNCIA GLOBAL DA IFAMA:
1991 – Boston (EUA)
1992 – Oxford (Inglaterra)
1993 – São Francisco (EUA)
1994 – Caracas (Venezuela)
1995 – Paris (França)
1996 – Cancun (México)
1997 – Jacarta (Indonésia)
1998 – Punta del Este (Uruguai)
1999 – Florença (Itália)
2000 – Chicago (EUA)
2001 – Sydney (Australia)
2002 – Noordwijk (Holanda)
2003 – Cancun (México)
2004 – Montreau (Suiça)
2005 – Chicago (EUA)
2006 – Buenos Aires (Argentina)
2007 – Parma (Italia)
2008 – Monterey (EUA)
2009 – Budapest (Hungria)
2010 – Boston (EUA)
2011 – Frankfurt (Alemanha)
2012 – Shanghai (China)
2013 – Atlanta (EUA)
2014 – Cidade do Cabo (Africa do Sul)
2015 – Minneapolis/Saint Paul (EUA)
2016 – Aarhus (Dinamarca)
2017 – Miami (EUA)
2018 – Buenos Aires (Argentina)
2019 – Hangzhou (China)
2020 – Virtual
2021 – Virtual
2022 – San Jose (Costa Rica)
2023 – Christchurch (Nova Zelândia)
2024 – Almeria (Espanha)
2025 – Ribeirão Preto (Brasil)
2026 – Cork (Irlanda)
Fonte: IFAMA
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Produtores começam a colher os primeiros resultados de uma safra histórica
Nos próximos meses, o Brasil colherá a safra 24/25 de soja, com previsão de produção recorde de 170 milhões de toneladas. Caso esse número se confirme, será a maior safra de soja da história do país e do mundo. Apesar dos desafios climáticos, que têm causado atrasos nos trabalhos de campo, alguns produtores já iniciaram a colheita e começam a observar os primeiros resultados de uma safra que promete ser histórica.
O Paraná é um dos estados que conseguiu avançar nessa fase final do ciclo. Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura do Paraná, 8% da área cultivada com soja da safra 2024/25 já foi colhida. No entanto, os produtores paranaenses ainda enfrentam desafios como o estresse hídrico e as altas temperaturas, fatores que podem impactar o rendimento final. O Mato Grosso do Sul passa por uma situação semelhante, enfrentando uma longa estiagem que também afeta a produção no estado.
“Dentro desse cenário, podemos destacar três cultivares que vêm se sobressaindo frente às condições climáticas adversas. A GH2361IPRO destacou-se principalmente na abertura de plantio no Sul do MS e Oeste do Paraná, sendo uma excelente opção para o produtor abrir plantio e buscar estabilidade produtiva. Essa cultivar demonstrou resiliência mesmo submetida a temperaturas elevadas, entregando precocidade para oferecer ao produtor uma boa janela para o plantio de safrinha. A GH2463I2X, um lançamento da Golden para a safra, vem entregando altos tetos produtivos, mesmo diante de altas temperaturas e estresse hídrico. Trata-se de uma cultivar importante para o portfólio do produtor, que em anos de boas condições entregará altas produtividades e em anos de adversidade climática trará segurança na produção. Já a GH6433I2X, ganhou notoriedade por sua boa tolerância à Macrophomina, sendo uma opção confiável para essa doença, que apresenta maior severidade em safras como essa que estamos presenciando”, afirma João Paulo Schechtel, líder de marketing de campo da Golden Harvest.
A Golden ainda conta com mais um lançamento, a GH2459I2X, que embora seja um material direcionado para plantios de melhor época e áreas de alto potencial, tem demonstrado ser uma cultivar muito resiliente diante das dificuldades da safra para a região do oeste do Paraná e que vem para reforçar o principal objetivo da marca: oferecer cultivares de alto potencial produtivo aliados à estabilidade produtiva.
Confira alguns resultados obtidos no Paraná:

No Centro-Oeste, as chuvas constantes e a falta de luminosidade impactaram o andamento da colheita, causando atrasos nos trabalhos de campo. Apesar disso, a safra mantém boas perspectivas de produtividade. Segundo dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), a colheita da soja no Mato Grosso alcançou 4,38% da área total na safra 2024/25. Esse índice reflete um ritmo mais lento em comparação a janeiro do ano passado, quando 21,51% da área já havia sido colhida, e também está abaixo da média histórica para o período, que é de 13,01%.
O ritmo da colheita, que sinaliza a disponibilidade da nova safra no estado responsável por mais de um quarto da produção brasileira, está mais lento este ano devido à redução no número de produtores que optaram pelo plantio antecipado. Ainda assim, todas as regiões do Mato Grosso já registram algum percentual colhido, incluindo Ipiranga do Norte e Boa Esperança do Norte.
Nessas localidades, a variedade GH2483IPRO demonstrou alto potencial produtivo e ampla adaptabilidade para diferentes janelas de semeadura. Os resultados foram expressivos: uma das áreas colhidas atingiu 90,7 sacas por hectare, superando em 3 sacas outras variedades IPRO e I2X de GM 8.0 disponíveis no mercado. Além do elevado desempenho, a área apresentou sanidade superior, excelente manejo de cisto (raças 3, 9 e 14) e baixo custo de plantabilidade, com 200.000 plantas nascidas em uma área de alta fertilidade.
“Essa cultivar foi lançada na safra 23/24, marcada por desafios como estresse hídrico no início e meio do ciclo e chuvas intensas na colheita. Mesmo nessas condições, surpreendeu pela estabilidade e produtividade. A GH2483IPRO, com ciclo GM 8.1 para o Mato Grosso, oferece resistência a múltiplas raças de cisto, uma das melhores sanidades de planta do mercado e altíssimo potencial produtivo. Essas características garantem segurança e estabilidade ao produtor rural. De Rondônia ao Piauí, a Golden Harvest tem como premissa desenvolver cultivares com ampla adaptabilidade, e a GH2483IPRO é um exemplo de sucesso em diversas regiões”, destaca Marcos Marchioro, representante de licenciamento de soja para o Centro/Cerrado.
Confira alguns resultados obtidos no Mato Grosso:

Fonte: Notícias Agrícolas
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Consumo de café dispara na China, e Brasil pega carona em ‘hype’ que tem até delivery por drones
País do chá está abraçando o café, diante de mudança de hábito de jovens chineses. Fenômeno fez Brasil mais que triplicar exportações do grão à China em 2023, e acelerar negociações para os próximos anos.
Por Paula Salati, g1 | 16/10/2024 05h30
A China, país que inventou o chá há milênios, começou a “descobrir” o café só na última década, e, mais recentemente, a bebida acabou virando moda entre os jovens chineses.
Até 2009, o consumo de café na China não passava de 300 mil sacas de 60 quilos por ano, número que, hoje, chega a 6 milhões, segundo o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA).
“Para os chineses, o café é uma bebida muito nova. A cultura de deles café foi criada nesses últimos anos”, conta o barista campeão mundial Boram Um, brasileiro que tem parceria com uma cafeteria chinesa.

📈A mudança na China “bateu forte” no Brasil só em 2023, quando as vendas nacionais do produto dispararam 275% ao país asiático, em relação a 2022, segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), que participa de novos acordos com o país.
Essa alta catapultou a China da 20ª para a 6ª posição no ranking dos principais importadores de café do Brasil, que é o maior produtor e exportador mundial do grão.

Tudo isso coincidiu com o ano em que a China se tornou líder mundial em número de cafeterias de marca, alcançando 49,6 mil lojas, segundo a consultoria britânica World Coffee Portal.
Os chineses ultrapassaram ninguém menos que os EUA (42,8 mil lojas), criador da Starbucks, cafeteria com o maior número de franquias do planeta.
☕Por trás desse marco, há vários motivos. Um deles é a expansão acelerada da cafeteria chinesa Luckin Coffee. Fundada em Pequim, em 2017, a empresa cresceu expressivamente no último ano, ao saltar de 8 mil lojas no início de 2023, para 20 mil, atualmente, em toda a China, conta Fernando Maxiliano, analista de mercado de café da StoneX.
E os exportadores brasileiros conseguiram aproveitar essa onda. “Hoje, 50% de todo o café que a Luckin Coffee compra é só do Brasil. O resto é dividido com outros países”, diz o diretor-geral da Cecafé, Marcos Matos.
Até um dos embaixadores globais da marca chinesa é brasileiro: o próprio Boram Um, que também é um dos responsáveis por escolher os cafés que a Luckin compra, além de desenvolver novas bebidas para a empresa.

Apesar da proximidade com o café brasileiro, os chineses têm outras formas de consumo. Para eles, o grão é mais um ingrediente de bebidas misturadas com leite ou água de coco (que fazem muito sucesso entre os jovens) e até mesmo com suco de limão ou “moutai”, um tradicional licor chinês.
É bem diferente do brasileiro que se contenta com a apresentação solo do cafezinho na forma de um coado ou espresso.
Mas nem isso é uma barreira para o grão nacional: até um museu sobre o café brasileiro será inaugurado em novembro, na cidade chinesa de Kunshan, conta o presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), Jorge Viana, que participa de negociações com o país parceiro.
Além da Luckin, outras cafeterias chinesas estão crescendo no país, assim como fábricas de torrefação, o que aponta que a China vai continuar bebendo café por mais tempo, observa Matos.
Estrangeiras também estão presentes, como a própria Starbucks, que está na China desde 1999. Uma viajante brasileira conseguiu até que um pedido da loja fosse entregue por drone no meio de uma rua de Shenzhen (veja vídeo na matéria do G1).
Fonte notícia: G1.globo.com/economia/agronegocios
Esta notícia e todas as imagens foram captadas do site G1 apenas para fim de informação.
Foto destaque: Swapnil Bapat
Gráficos e informações: G1 | Conselho de Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) |  Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA)
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Conab projeta aumento das safras de arroz, algodão, feijão, milho e soja no ciclo 2024/25
Com área e produtividade maiores, a expectativa é de uma colheita de soja de 166,28 mi de t, 12,82% superior a 23/24
Em meio aos desafios climáticos que se apresentam a cada nova safra, arroz e feijão devem apresentar novo crescimento no volume a ser colhido no ciclo 2024/2025. A alta é influenciada pela ligeira recuperação na área plantada dos dois principais produtos de consumo dos brasileiros, como mostra a 12ª edição das Perspectivas para a Agropecuária. A publicação, divulgada nesta terça-feira (17) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em parceria com o Banco do Brasil (BB), aponta ainda que a produção de grãos na temporada 2024/2025 tem potencial para atingir 326,9 milhões de toneladas, o que seria um novo recorde na série histórica.
De acordo com a análise da Conab, a projeção é de um incremento na área destinada ao arroz na temporada 2024/2025 mais intenso do que o identificado na safra 2023/2024. Os preços e a rentabilidade da cultura encontram-se em um dos melhores patamares históricos para o produtor. Com isso, a perspectiva é de uma alta expressiva de 11,1% na área destinada para o grão, e uma produção que deve ficar em torno de 12,1 milhões de toneladas, recuperando o volume obtido na safra 2017/2018. Para a safra de 2024/2025, a perspectiva de maior disponibilidade interna do grão, aliada à demanda aquecida do mercado internacional pelo arroz brasileiro, e a projeção de arrefecimento dos preços internos, abre espaço para um possível aumento das exportações do produto, que podem chegar a 2,0 milhões de toneladas.
Dupla do arroz no prato dos brasileiros, o feijão também tende a apresentar aumento na área no próximo ciclo. Projeta-se um incremento de 1,2% em relação a 2023/2024. Como a produtividade das lavouras tende a apresentar ligeira queda, a colheita da leguminosa deverá se manter dentro de uma estabilidade próxima a 3,28 milhões de toneladas, a maior desde 2016/2017. Com isso, a produção segue ajustada à demanda e deverá continuar proporcionando boa rentabilidade ao produtor.
Cenário positivo – A Conab também prevê um novo aumento para a área destinada à cultura do algodão, podendo chegar a 2 milhões de hectares, elevação de 3,2% em relação à safra 2023/2024. Na região do Matopiba, que engloba Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, é onde se espera o maior crescimento em termos proporcionais. Os produtores têm investido na fibra, uma vez que o produto apresenta boa rentabilidade em relação a outros grãos, grande facilidade de comercialização antecipada e excelente competitividade em termos de preço e de qualidade da pluma brasileira no mercado internacional. Esses fatores influenciam na expectativa de produção da temporada 2024/2025, quando se espera uma colheita de 3,68 milhões de toneladas apenas da pluma.
Cenário positivo também é previsto para a produção de soja. Mesmo com a pressão baixista nos preços nacionais e os desafios de rentabilidade, a oleaginosa continua a ser uma cultura lucrativa e com alta liquidez. A crescente demanda global, impulsionada pelo aumento do esmagamento e pela expansão da produção de biocombustíveis, tanto no Brasil quanto internacionalmente, alimenta expectativas de crescimento nas exportações e no esmagamento interno. Esse panorama influencia na projeção de aumento da área plantada, podendo chegar a 47,4 milhões de hectares. A produtividade tende a apresentar recuperação, após problemas climáticos nos principais estados produtores brasileiros. A combinação de maior área e melhor desempenho nas lavouras resulta na projeção de uma colheita em torno de 166,28 milhões de toneladas, 12,82% superior à safra 2023/2024.
Já para o milho, o cenário é de manutenção da área a ser cultivada. Apesar disso, a produtividade deve apresentar recuperação, o que contribui para uma expectativa de alta na produção, estimada em 119,8 milhões de toneladas. Mesmo com o crescimento na safra do cereal, as exportações estão projetadas em 34 milhões de toneladas no ciclo 2024/2025, queda de 5,6%, se comparada com as vendas da safra 2023/2024. No mercado interno, a demanda pelo grão deverá se manter aquecida, uma vez que o bom desempenho do mercado exportador de proteína animal deverá sustentar o consumo por milho, especialmente para composição de ração animal. Além disso, é esperado um aumento da procura do grão para produção de etanol, sendo estimado um crescimento de 17,3% para a produção do combustível produzido a partir do milho.
Artigo Banco do Brasil – Pela primeira vez, a Perspectivas para a Agropecuária é realizada em parceria com o Banco do Brasil. Trata-se da materialização do início de parceria inédita firmada entre a Companhia e o Banco do Brasil, por meio de Acordo de Cooperação Técnica, que abrangerá atividades de pesquisa, de desenvolvimento, de treinamento, de intercâmbio de tecnologias e de metodologias, de produção de informações agropecuárias e de ações promocionais conjuntas em feiras e eventos estratégicos para as instituições. No trabalho, a instituição financeira abordou a importância do crédito rural como fomentador de uma agricultura que visa ao desenvolvimento dos negócios por meio de ações ambientais, sociais e de governança; de forma que haja adequação dos processos produtivos ao comportamento climático atual, diversificação da matriz energética, rastreabilidade, certificado de origem da produção, práticas conservacionistas, certificação, crédito para a recuperação ambiental, custeio anual ou que melhorem toda a gestão da atividade rural.
Outras informações sobre o panorama dos principais grãos cultivados no país estão disponíveis na publicação Perspectivas para a Agropecuária na Safra 2024/2025. O documento também traz a projeção de produção e de mercado para carnes bovinas, suínas e aves em 2025.
Fonte: Conab
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Exportações do agronegócio brasileiro atingem US$ 15,20 bi em junho e US$ 82,39 bi no semestre
Complexo de soja, carnes, complexo sucroalcooleiro, produtos florestais e café foram os setores que tiveram destaque neste mês
As vendas externas brasileiras de produtos do agronegócio foram de US$ 15,20 bilhões em junho de 2024, um aumento do valor das exportações comparado ao mês de maio/2024, que atingiu 15,02 bilhões.
As exportações brasileiras de grãos subiram de 14,96 milhões de toneladas em junho de 2023 para 15,07 milhões de toneladas em junho de 2024 (+0,7%). Além do incremento do volume exportado de grãos, houve aumento na quantidade exportada de: açúcar de cana (+335,1 mil toneladas); celulose (+182,8 mil toneladas); algodão não cardado nem penteado (+100,1 mil toneladas); farelo de soja (+84,0 mil toneladas); café verde (+64,6 mil toneladas). Com base nesses dados, o índice de quantidade apurado para as exportações do agronegócio ficou positivo em 4,5%.
“O aumento nas sexportações no primeiro semestre de 2024 reflete não só a excelência dos nossos produtos, mas também o resultado dos recordes nas aberturas de mercado e o constante diálogo com outros países. O incentivo do governo e o apoio do setor e das associações têm sido fundamentais para esse crescimento, demonstrando a força e a competitividade do agronegócio brasileiro no cenário internacional, bem como a qualidade e o rigoroso controle sanitário dos nossos produtos”, destacou Roberto Perosa, secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa.
Já no período acumulado dos últimos 12 meses, as exportações do agronegócio somaram US$ 166,20 bilhões, o que representou crescimento de 2,4% em relação aos doze meses imediatamente anteriores. Entre julho de 2023 e junho de 2024, os produtos do agronegócio representaram 48,6% de todas as exportações brasileiras, 0,2 ponto percentual acima da participação verificada entre julho de 2022 e junho de 2023.
DESTAQUES DOS PRODUTOS DO AGRO BRASILEIRO
No primeiro semestre de 2024, as exportações brasileiras do agronegócio alcançaram o valor de US$ 82,39 bilhões. Esse é o segundo maior valor registrado para a série histórica.
Neste período, os cinco principais setores do agronegócio brasileiro se destacaram significativamente nas exportações. O complexo soja liderou, alcançando US$ 33,53 bilhões, representando 40,7% do total exportado pelo agronegócio. Em seguida, o setor de carnes exportou US$ 11,81 bilhões, equivalentes a 14,3% das exportações do agronegócio. O complexo sucroalcooleiro registrou US$ 9,22 bilhões, correspondendo a 11,2% do total, enquanto os produtos florestais somaram US$ 8,34 bilhões, representando 10,1%. Por fim, o setor de café alcançou US$ 5,31 bilhões, o que equivale a 6,4% das exportações. Juntos, esses setores foram responsáveis por 82,8% das vendas externas do agronegócio brasileiro.
O setor de carnes, segundo maior exportador, apresentou um crescimento de 1,6% em comparação a 2023, atingindo US$ 11,81 bilhões. A carne bovina destacou-se, representando 48,1% do valor exportado, com US$ 5,14 bilhões, um aumento de 18,3%. A quantidade de carne bovina in natura exportada foi recorde, totalizando 1,14 milhão de toneladas, um crescimento de 29,1%.
O complexo sucroalcooleiro viu suas exportações aumentarem de US$ 5,99 bilhões em 2023 para US$ 9,22 bilhões em 2024, um crescimento de 54,1%. O açúcar, principal produto do setor, alcançou US$ 8,66 bilhões, um aumento de 62,8%. As exportações de açúcar de cana em bruto também foram recordes, tanto em valor, com US$ 7,21 bilhões, quanto em quantidade, com 14,33 milhões de toneladas.
Os produtos florestais registraram um crescimento de 11,9%, somando US$ 8,34 bilhões. A celulose foi responsável por 59,6% desse total, com US$ 4,97 bilhões, um aumento de 19,5%. A quantidade exportada de celulose também atingiu um recorde para o primeiro semestre, com quase 10 milhões de toneladas, um crescimento de 3,1%.
O setor de café destacou-se com vendas externas de US$ 5,31 bilhões, um crescimento de 46,1% em valor e de 52,1% em quantidade comparado ao ano anterior.
Além desses, outros produtos também apresentaram desempenhos notáveis. O algodão não cardado e não penteado atingiu um recorde de US$ 2,68 bilhões, um aumento de 236%, com 1,39 milhão de toneladas exportadas, um crescimento de 228%. O suco de laranja também bateu recorde, com US$ 1,25 bilhão em exportações, um aumento de 24%.
Fonte: MAPA
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Agronegócio bate recorde de exportações em janeiro, com US$ 11,72 bilhões
Soja em grãos e açúcar merecem destaque pelo aumento do valor exportado
As exportações brasileiras de produtos do agronegócio foram de US$ 11,72 bilhões em janeiro de 2024, um valor recorde para os meses de janeiro, com alta de 14,8% ou equivalente ao incremento de US$ 1,51 bilhão em relação aos US$ 10,21 bilhões exportados em janeiro de 2023.
Segundo a Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária (SCRI/Mapa), esse recorde é explicado pelo aumento do volume exportado, tanto de grãos (+19,7%) quanto de açúcar (+58,1%). Por outro lado, o índice de preço dos produtos exportados declinou 5,8% na comparação entre janeiro de 2023 e o mesmo mês de 2024.
Soja em grãos
As vendas externas dos produtos de soja superaram os outros anos, atingindo recorde de US$ 2,50 bilhões. Esta cifra foi obtida, principalmente, por causa do forte volume exportado de soja em grãos. Foram 2,85 milhões de toneladas exportadas em janeiro de 2024, volume 240,0% superior quando comparado com 839,59 mil toneladas exportadas em 2023. A maior importadora de soja em grãos do Brasil é a China, tendo adquirido US$ 1,00 bilhão (69% do valor exportado).
Açúcar
Também sendo o destaque das vendas externas, o complexo sucroalcooleiro teve uma alta de exportação de US$ 1,84 bilhão (+69,9%), se estabelecendo como o segundo principal setor exportador do agronegócio brasileiro em janeiro de 2024.
O volume exportado de açúcar pelo Brasil bateu recorde para os meses de janeiro, chegando a 3,2 milhões de toneladas. Uma quantidade recorde, com um dos preços mais altos dos últimos sete anos, resultou num valor também recorde de vendas externas de US$ 1,69 bilhão (+88,6%). A Índia, segunda maior produtora de cana-de-açúcar, foi a maior importadora do açúcar brasileiro em janeiro de 2024, tendo comprado US$ 157,24 milhões.
Acumulado de 12 meses
Entre fevereiro de 2023 e janeiro de 2024, as vendas externas do agronegócio brasileiro somaram US$ 168 bilhões, que representa um crescimento de 4,8% na comparação com os doze meses anteriores (US$ 160,29 bilhões). Soja em grãos e carnes foram os produtos que mais contribuíram para o desempenho favorável no acumulado do ano.
Fonte: MAPA
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Exportações do Agronegócio batem novo recorde em 2023, confirma Insper
Embarques do setor crescem 5% em relação a 2022 e atingem maior valor nominal histórico
O valor das exportações do agronegócio brasileiro atingiu novo recorde nominal em 2023, somando US$ 167 bilhões, alta de 5% em relação ao ano anterior (US$ 159 bilhões), conforme análise do Insper Agro Global com base em dados da Secex1 . Apesar do crescimento mais modesto em relação ao ocorrido em 2021 e 2022, o valor representa um novo recorde nominal histórico das exportações do agro brasileiro.
A marca é resultado principalmente da safra recorde de grãos do ciclo 2022/23 que passou de 320 milhões de toneladas, segundo dados da Conab. Os preços das commodities agropecuárias, de modo geral, registraram queda ao longo de 2023, tanto por uma maior acomodação do mercado em relação aos choques recentes – como a pandemia e a guerra entre Rússia e Ucrânia – quanto pela maior oferta de produtos. No entanto, ainda permanecem em patamar elevado se considerarmos os ciclos imediatamente anteriores a estes eventos.
Veja a íntegra do relatório:
Fonte: Insper Agro Global
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Preços do milho no Brasil subiram 10% no último mês impulsionados pelo câmbio, explica analista

Os preços do milho no mercado brasileiro estão recebendo apoio positivo das movimentações cambiais nos últimos dias. Nos cálculos de Roberto Carlos Rafael, da Germinar Corretora, as cotações do milho no Brasil subiram cerca de 10% no último mês, enquanto o dólar se valorizou cerca de 8% ante ao real no mesmo período.
Outro fator de suporte para o mercado nacional são as exportações, que registraram volumes robustos em agosto e setembro e já tem line-up para mais de 10 milhões de toneladas comprometidas para outubro.
Neste cenário, Rafael acredita que os produtores brasileiros podem repensar a estratégia da segunda safra de 2024, voltando a investir mais no pacote tecnológico da safrinha.
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Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas
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Exportações do agro mineiro atingem cerca de US$ 9,5 bilhões de janeiro a agosto
O café, carro-chefe do setor, apresentou recuperação no último mês, com alta de 22% no preço em comparação ao mesmo período de 2022
As exportações do agronegócio mineiro alcançaram US$ 9,49 bilhões e 10 milhões de toneladas embarcadas entre janeiro e agosto deste ano. Os números representam um acréscimo de 12,5% no volume e uma retração de 7,6% na receita em comparação ao mesmo período de 2022. O cenário é influenciado pelo declínio de 17% no preço médio das commodities no mercado internacional, fator que impacta o comércio externo de todo o Brasil.
“O recuo no valor pode ser explicado, de forma global, pela diminuição do preço médio pago pelas commodities, bem como, de forma pontual, pelo arrefecimento das compras dos nossos maiores parceiros comerciais, a China, a Alemanha e a Itália”, explica a assessora técnica da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Manoela Teixeira.
Nos primeiros oito meses de 2023, o agro foi responsável por 36,1% das vendas de Minas Gerais no exterior. Os principais destinos da produção agropecuária mineira foram a China (US$ 3,3 bilhões), Estados Unidos (US$ 750 milhões), Alemanha (US$ 554 milhões), Japão (US$ 382 milhões) e Itália (US$ 378 milhões). No total, 171 países receberam produtos do estado.
Os itens mais exportados do catálogo em Minas, no intervalo, foram café (36%), complexo soja (31%), complexo sucroalcooleiro (11%), carnes (9%) e produtos florestais (8%). O levantamento é do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic).
Café
O café, carro-chefe das exportações do agronegócio mineiro, registrou vendas no valor de US$ 3,40 bilhões, com o embarque de 15 milhões de sacas no acumulado dos oito primeiros meses de 2023.
O produto, que vem sofrendo recuos de preços ao longo do ano, apresentou recuperação em agosto, com alta de 22% em comparação ao oitavo mês do ano passado, enquanto o volume cresceu 31% no período. Os registros correspondem a US$ 463 milhões e 2,17 milhões de sacas. A boa notícia reforça a perspectiva de restabelecimento no segundo semestre deste ano.
Complexos soja e sucroalcooleiro
O complexo soja segue na segunda colocação do ranking de produtos mais exportados do agro em Minas, seguido pelo complexo sucroalcooleiro. O faturamento das vendas externas da soja em grãos, farelo e óleo somou US$ 2,9 bilhões. Os grãos representam os itens mais comercializados no segmento.
Já o complexo sucroalcooleiro apresentou receita de US$ 1 bilhão, com expressivo aumento de 39% em comparação a janeiro a agosto de 2022. O açúcar é o campeão do segmento, com US$ 992 milhões e acréscimo de 43%. O desempenho do álcool também foi positivo, de US$ 86 milhões, 5% superior ao intervalo semelhante do ano passado.
Carnes
O cenário das carnes permanece arrefecido, com US$ 870 milhões e 264 mil toneladas, números que correspondem às baixas de 25% no valor e 6,5% no volume exportado, no comparativo com janeiro a agosto de 2022.
As carnes bovinas lideram o comércio exterior no período, registrando US$ 601 milhões e 129 mil toneladas, seguidas pelas suínas, com US$ 31 milhões e 14 mil toneladas. A carne suína teve o melhor desempenho no intervalo, com avanço de 43%, e a novidade de o Uruguai ter ultrapassado Hong Kong como o maior parceiro comercial na compra do produto.
Produtos florestais
As vendas externas dos produtos florestais mineiros continuam aquecidas, tendo contabilizado US$ 749 milhões e 1,14 milhão de toneladas de janeiro a agosto. A celulose é novamente o item mais embarcado do segmento, especialmente para a China, que adquiriu 46% das remessas.
Fonte: Seapa
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Brasil alcança 41 mercados abertos para a exportação de produtos da agropecuária
A abertura de novos mercados demonstra a competitividade e a confiabilidade do setor produtivo brasileiro reconhecido em mais de 200 países e territórios
Reforçando a confiança na qualidade e nos controles sanitários e fitossanitários estabelecidos pelos exportadores brasileiros, foram atualizadas para 41 as novas aprovações sanitárias de importação para produtos da agropecuária nacional desde janeiro deste ano.
As mais recentes foram para importação de crustáceos (camarão e lagosta) e moluscos bivalves (ostra e mexilhão) congelados brasileiros para Singapura, pescados para o arquipélago Nova Caledônia e material genético suíno para o Uruguai.
De acordo com a Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária, a abertura de novos mercados demonstra a competitividade e a confiabilidade do setor produtivo brasileiro reconhecido em mais de 200 países e territórios. O resultado é fruto do trabalho conjunto do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), com a atuação, principalmente, dos adidos agrícolas e do Ministério das Relações Exteriores (MRE) nas negociações comerciais bilaterais.
A abertura de mercado, no entanto, não significa comércio e embarques imediatos dos produtos agropecuários. É preciso, ainda, um trabalho de preparação do produtor e do exportador para atender às demandas de cada um desses novos clientes, além do desenvolvimento de atividades de promoção comercial e de divulgação.
O Brasil já é um grande exportador de carnes, milho, soja e diversos produtos da cadeia agrícola, atendendo ao objetivo do Ministério da Agricultura e Pecuária de diversificar a pauta exportadora brasileira.

Fonte: MAPA
 
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