
Atenção aos períodos de vazio sanitário da soja em 2023
Em abril de 2023, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) estabeleceu os períodos de vazio sanitário para cultura da soja que deverão ser seguidos pelos estados produtores em todo o país durante o ano de 2023. O calendário está definido através da Portaria nº 781 de 2023. Essa medida fitossanitária, anualmente adotada, é uma das mais importantes para o controle da ferrugem asiática da soja, causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi.
O vazio sanitário é o período contínuo, de no mínimo 90 dias, em que não se pode plantar e nem manter vivas plantas de soja em qualquer fase de desenvolvimento na área determinada. O objetivo é reduzir ao máximo possível o inóculo da doença, minimizando os impactos negativos durante a safra seguinte.
Os prazos de Vazio Sanitário para a cultura da soja são estabelecidos anualmente pelo Mapa e devem ser seguidos pelos estados produtores, em todo o país. A ferrugem asiática é considerada uma das mais severas doenças que incidem na cultura da soja, podendo ocorrer em qualquer estádio fenológico. Nas diversas regiões geográficas onde o fungo foi relatado em níveis epidêmicos, os danos variam de 10% a 90% da produção.
Confira os períodos de vazio sanitário para a cultura da soja:
- Acre: 22 de junho a 20 de setembro
- Alagoas: 01 de janeiro a 01 de abril
- Amapá: 01 de dezembro a 28 de fevereiro
- Amazonas: 15 de junho a 15 de setembro
- Bahia: 01 de julho a 30 de setembro
- Ceará: 03 de novembro a 31 de janeiro
- Distrito Federal: 01 de julho a 30 de setembro
- Goiás: 27 de junho a 24 de setembro
- Maranhão Região I*: 03 de julho a 30 de setembro
- Maranhão Região II*: 03 de agosto a 31 de outubro
- Maranhão Região III*: 02 de setembro a 30 de novembro
- Minas Gerais: 01 de julho a 30 de setembro
- Mato Grosso: 15 de junho a 15 de setembro
- Mato Grosso do Sul: 15 de junho a 15 de setembro
- Pará Região I*: 15 de junho a 15 de setembro
- Pará Região II*: 01 de agosto a 30 de outubro
- Pará Região III*: 15 de agosto a 15 de novembro
- Paraná: 10 de junho a 10 de setembro
- Piauí Região I*: 01 de setembro a 30 de novembro
- Piauí Região II*: 01 de agosto a 30 de outubro
- Piauí Região III*: 01 de julho a 29 de setembro
- Rio Grande do Sul: 03 de julho a 30 de setembro
- Rondônia Região I*: 10 de junho a 10 de setembro
- Rondônia Região II*: 15 de junho a 15 de setembro
- Roraima: 19 de dezembro a 18 de março
- Santa Catarina: 22 de junho a 20 de setembro
- São Paulo: 15 de junho a 15 de setembro
- Tocantins: 01 de julho a 30 de setembro
*Consulte das informações das regiões destacadas na Portaria Portaria nº 781 de 2023

Valor Bruto da Produção Agropecuária de 2023 é estimado em R$ 1,216 trilhão
Previsão é 4,7% superior em relação ao valor de 2022. Soja, milho e cana-de-açúcar, puxam o VBP
O Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) de 2023, com base nas informações de safras de abril, é estimado em R$ 1,216 trilhão, 4,7% superior em relação ao valor de 2022, que foi de R$ 1,161 trilhão.
As lavouras têm previsão de faturamento de R$ 4B8r3B4p7yhRXuBWLqsQ546WR43cqQwrbXMDFnBi6vSJBeif8tPW85a7r7DM961Jvk4hdryZoByEp8GC8HzsqJpRN4FxGM9 relação a 2022.
A previsão para a pecuária é de faturamento de R$ 347,9 bilhões, com retração de 2,6% em relação ao ano passado.

Um conjunto de produtos formado por cana-de-açúcar, feijão, laranja, milho,soja e tomate, apresenta neste ano recorde de faturamento. Entre estes, milho, soja e cana-de-açúcar, representam 72,8% do VBP das lavouras.
Outros produtos que têm apresentado bom desempenho são amendoim (11,2%), banana (14,0%), cacau (8,2%), cana-de-açúcar (10,1%), mandioca (37,3%), milho (6,5%), soja (10,5%), tomate (13,3%), feijão (20,9%) e laranja (28,3%).
A Pecuária mostra-se favorável para suínos, ovos e leite. Carne bovina e de frango têm apresentado retração do VBP neste ano. Na pecuária, os preços estão em alta para suínos, leite e ovos.
Os preços agrícolas mostram-se acima dos vigentes no ano passado para vários produtos relevantes, como amendoim, arroz, banana, cacau, cana-de-açúcar, feijão, laranja, mandioca e tomate.
Exportações
O mercado internacional gerou uma receita de exportações de U$ 50,6 bilhões de janeiro a abril (Agrostat, 2023) A tendência é de beneficiar os produtos exportados e dessa forma trazer uma significativa contribuição à Balança Comercial.
Foram particularmente beneficiados com o comércio internacional, os estados de Mato Grosso. com, 21,4% das exportações, São Paulo 15,3%, Paraná. 10,81%, Rio Grande do Sul 9,17% e Minas Gerais 8,58%.
Fonte: MAPA

Mercado de trabalho/Cepea: Com conjuntura favorável, população ocupada no agro é a maior desde 2015
O número de pessoas atuando no agronegócio brasileiro somou 18,97 milhões de pessoas em 2022, o maior contingente desde 2015, quando totalizava 19,04 milhões de pessoas, segundo pesquisas realizadas pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, a partir de informações dos microdados da PNAD-Contínua e de dados da RAIS.
Esse resultado evidencia que as ocupações perdidas em 2020 em decorrência dos desdobramentos da pandemia de covid-19 já foram totalmente recuperadas, superando até mesmo os contingentes observados antes da crise sanitária. Ressalta-se que o movimento de recuperação dos postos de trabalho já vinha sendo observado ao longo de 2021 e se consolidou em 2022. Vale lembrar que o agronegócio nacional vivenciou uma boa conjuntura de meados de 2020 a 2021, o que influenciou positivamente a geração de empregos. Em 2022, o agronegócio brasileiro conseguiu avançar em termos de faturamento, o que ajuda a explicar o resultado observado para o mercado de trabalho.
O aumento no número de pessoas ocupadas no agronegócio em 2022 foi de 2,76% frente ao de 2021 e de expressivos 8,52% em relação ao de 2020. No Brasil como um todo, 98,04 milhões de pessoas estavam ocupadas em 2022, acima das 91,29 milhões no mesmo período do ano anterior. Diante disso, a participação do agronegócio no mercado de trabalho brasileiro foi de 19,35% em 2022, um pouco abaixo da observada em 2021, quando esteve em 20,22%.
Pesquisadores do Cepea indicam que esse crescimento no número de trabalhadores no setor está atrelado aos desempenhos observados nos segmentos de insumos, da agroindústria e de agrosserviços.
Fonte: Cepea

Exportação de milho em março já passa de 1,1 milhão de toneladas superando previsão da Anec
Publicado por Notícias Agrícolas em 27/03/2023 15:25

Os dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), apontam que o Brasil já exportou 1.139.989,1 toneladas de milho não moído (exceto milho doce) até este momento do mês de março.
Sendo assim, o volume acumulado apenas nos 18 primeiros dias úteis do mês já representa 7.983% mais do que o total de 14.278,9 toneladas que foram exportadas durante todo o mês de março de 2022.
Com isso, a média diária de embarques ficou em 63.332,7 toneladas, o que na comparação ao mesmo período do ano passado, representa elevação de 9.657,9% com relação as 649 do segundo mês de 2022.
Para o total de março, a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) estimava exportação de 900 mil toneladas neste momento e que os embarques do cereal entram em um período de menores volumes, uma vez que a soja está dominante nos portos em função da colheita da safra.
O Analista da Consultoria Agro do Itaú BBA, Francisco Queiroz, alerta que o Brasil já embarcou 8,3 milhões de toneladas de milho apenas nos dois primeiros meses do ano, sendo que 1,1 milhão teve como destino a China, que já se tornou a segunda principal compradora do grão nacional. Para o restante de 2023, a previsão é de manutenção dos altos volumes exportados.
Em termos financeiros, o Brasil arrecadou um total de US$ 343,269 milhões no período, contra US$ 6,181 milhões de todo março do ano passado. O que na média diária, deixa o atual mês com aumento de 6.686,8% ficando com US$ 19,070 milhões por dia útil contra US$ 281 mil no último mês de março.
Por outro lado, o preço por tonelada obtido recuou 30,4% no período, saindo dos US$ 432,90 no ano passado para US$ 301,10 no mês.
Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

Fevereiro/23 acaba com exportação de milho quase 3 vezes maior do que em 2022
Chegada da China no mercado brasileiro deve sustentar exportação de até 50 milhões de toneladas no ano
As exportações brasileiras de milho encerraram fevereiro de 2023 contabilizando embarque de 2.276.898,3 toneladas de milho não moído (exceto milho doce), de acordo com os dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Sendo assim, o volume acumulado nos 18 dias úteis do mês representa 196,3% mais do que o total de 768.396,6 toneladas que foram exportadas durante todo o mês de fevereiro de 2022.
Com isso, a média diária de embarques ficou em 126.499,4 toneladas, o que na comparação ao mesmo período do ano passado, representa elevação de 212,8% com relação as 40.441,9 do segundo mês de 2022.
Para o total de fevereiro, a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) estimava que o Brasil iria exportar 1,95 milhão de toneladas, volume que acabou sendo superado em 16,7%.
O analista da Céleres acredita que o Brasil deva continuar com grande volume de embarques no segundo semestre e finalizar o ciclo com 50 milhões de toneladas exportadas até fevereiro de 2024.
“O volume será fomentado tanto pelos mercados tradicionais brasileiros, quanto pela presença da China como compradora desse milho mais recentemente. A exportação deve sustentar os prêmios e dar mais liquidez ao mercado interno”, pontua Nogueira.
Em termos financeiros, o Brasil arrecadou um total de US$ 693,933 milhões no período, contra US$ 205,805 milhões de todo fevereiro do ano passado. O que na média diária, deixa o atual mês com aumento de 255,9% ficando com US$ 38,551 milhões por dia útil contra US$ 10,831 milhões no último mês de fevereiro.
Outra elevação apareceu no preço por tonelada obtido, que subiu 13,8% no período, saindo dos US$ 267,8 no ano passado para US$ 304,80 no mês.
Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

Volume de apreensões de defensivos agrícolas aumentou mais de 100% em 2022
Um dos fatores para o avanço desse número é o aumento da fiscalização em todo o território nacional
A incidência do contrabando de insumos agrícolas ilegais vem aumentando consideravelmente nos últimos anos. É possível observar a dimensão disso por meio do número de apreensões, que é crescente. Entre 2019 e 2022, o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) registrou a apreensão de mais 925 toneladas de agrotóxicos ilegais em vários estados do país. Somente em 2021, foram 209 toneladas confiscadas.
De acordo com o Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras (IDESF), o uso de defensivos agrícolas ilegais já representa 25% de todo o mercado. Produtos ilegais são todos aqueles que possuem origem ilegítima, ou seja, obtidos por meio de contrabando, falsificação ou até mesmo roubo e furto. Nestes casos, a ilegalidade pode estar, portanto, na origem ou posse do produto. O produtor rural que for pego fazendo uso desses insumos irregulares pode responder por crime ambiental, contrabando ou receptação e, eventualmente, terá a sua lavoura destruída e a mercadoria ilegal apreendida.
Nilto Mendes, Gerente do Comitê de Combate a Produtos Ilegais da CropLife Brasil (CLB), destaca que o crescimento dessa atividade ilegal não oferece apenas um grande prejuízo para economia, mas também sérios riscos para a saúde humana. “É, de fato, um número expressivo. Muitos produtores optam por utilizar esse tipo de produto pelo baixo custo, muitas vezes alheios aos perigos que a utilização desses insumos ilegais pode oferecer, tanto para quem transporta e manuseia quanto para o consumidor, que pode ser exposto a um alimento contaminado, já que o uso seguro de defensivos depende da observação da bula, do receituário agronômico e de outras boas práticas ignoradas pelo mercado ilegal”, alerta.
Somente a Operação Controle Brasil, coordenada pelo Ministério da Justiça, registrou a apreensão de 189 toneladas de produtos agrícolas irregulares em um período de três meses em 2022. Segundo informações do Observatório de dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF), o Rio Grande do Sul se tornou uma das principais portas de entrada de agrotóxicos ilegais no Brasil. Foram cerca de 65 toneladas apreendidas no Estado.
De acordo com o especialista, uma série de fatores justificam o avanço das apreensões em todo o Brasil. Um deles é a conscientização e troca de informações entre órgãos de segurança pública, de defesa vegetal e da agricultura, do meio ambiente e aduaneiros. Outro fator importante foi o aumento do número de operações e fiscalizações de repressão. Apenas nos últimos 12 meses, a PRF apreendeu cerca de 396 toneladas de produtos ilegais.
“O agricultor que adquire um produto ilegal oriundo do contrabando, infelizmente, opera de forma consciente. Ele acredita que está comprando um insumo mais potente, por um menor preço, mas não é bem assim. Este tipo de produto é proibido no Brasil justamente por ser extremamente prejudicial à saúde e ao meio ambiente. A maioria possui uma concentração de substâncias químicas desconhecidas e inúmeros outros ingredientes que podem ser extremamente prejudiciais para a sua cultura e contaminar a propriedade”, reforça Mendes.
CropLife Brasil e o combate ao uso de produtos ilegais no campo
Em 2022, a CropLife Brasil foi uma das apoiadoras da Operação Controle Brasil, que reuniu, de forma inédita, diferentes instituições de segurança e fiscalização, como a Secretaria de Operações Integradas (Seopi), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Federal (PF), Polícias Militares e Civis de regiões de fronteiras do País (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul), Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e Receita Federal (RFB). A ação apreendeu 189 toneladas de agrotóxicos ilegais, além de outros produtos, em oito estados da federação.
Ainda nesse período, a Universidade de São Paulo (USP), em parceria com o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e a CropLife Brasil, promoveu o Curso de Introdução aos Mercados de Insumos Agrícolas Ilegais e o 1º curso de Policiamento Ostensivo de Insumos Agrícolas Ilegais, vislumbrando a capacitação de profissionais que combatem tais ilícitos, como policiais e agentes de segurança.
“Duas grandes ferramentas que temos para o combate desse mercado ilegal é a educação e a informação. Os policiais precisam saber identificar os produtos que são fruto de um contrabando ou falsificação e quais os riscos que eles podem oferecer para a sociedade”, informa o Gerente do Comitê de Combate a Produtos Ilegais.
Muitos estados também não possuem meios para garantir um destino correto dos produtos ilícitos apreendidos. Por isso, a CLB colabora com os órgãos de fiscalização e repressão. Em 12 meses, a entidade auxiliou na destinação correta de 423.5 toneladas de produtos ilegais apreendidos em diversos estados do Brasil e de 16.5 toneladas de equipamentos utilizados para a falsificação de agrotóxicos.
“Somente por meio da informação, educação e oferta de formação de excelência para os profissionais da segurança é que teremos êxito no combate a essas práticas que impactam negativamente em toda cadeia produtiva brasileira”, finaliza Mendes.
Para mais informações sobre como combater o uso de produtos ilegais no campo, acesse o site: https://materiais.croplifebrasil.org/evite-produtos-ilegais.

Produção de grãos deve crescer 36,8% nos próximos dez anos
A produção de carnes deverá passar para 35 milhões de toneladas no final da próxima década, com um aumento de 23%
A produção de grãos no Brasil deverá aumentar 36,8% nos próximos dez anos, chegando a um total de 370,5 milhões de toneladas na safra 2031/2032. Esse acréscimo corresponde a uma taxa de crescimento de 2,7% ao ano. Algodão, milho de segunda safra e soja devem continuar puxando o crescimento da produção de grãos.
Os números são do estudo Projeções do Agronegócio, Brasil 2021/22 a 2031/32, feito pela Secretaria de Política Agrícola, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), pela Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), e pelo Departamento de Estatística, da Universidade de Brasília (UnB).
Segundo o estudo, o mercado interno, as exportações e os ganhos de produtividade deverão ser os principais fatores de crescimento na próxima década. O estudo aponta uma tendência de crescimento com ganhos de produtividade, já que a área de grãos deve aumentar 17% entre 2021/22 e 2031/32, passando de 74,3 milhões de hectares em 2021/22 para 86,9 milhões de hectares em 2031/32, o que corresponde a um acréscimo anual de 1,6%.
As projeções de grãos referem-se aos 16 produtos pesquisados mensalmente pela Conab, como parte de seus levantamentos de safra (Algodão, amendoim, arroz, aveia, canola, centeio, cevada, feijão, gergelim, girassol, mamona, milho, soja, sorgo, trigo e triticale). Nesta atualização das projeções, o mês de setembro da safra 2021/2022 foi tomado como base para o início da série projetada.
A produção de carnes (bovina, suína e aves) deverá passar de 28,4 milhões de toneladas em 2021/22 para 35 milhões de toneladas no final da próxima década, com um aumento de 23%. O maior aumento de produção deve ocorrer em carne de frango, 25,6%, carne suína, 29,1% e carne bovina, 14,9%.
Segundo o estudo, esses percentuais podem ser ainda maiores, tendo em vista o aumento da procura por proteína animal. Deverá ser realizado um esforço de crescimento que consiste em infraestrutura, investimento em pesquisa e financiamento no setor, aponta o relatório.
Exportações
As exportações de carne suína devem crescer 38,9% na próxima década, chegando a 1,5 milhão de toneladas. Carne bovina e de frango também devem crescer, respectivamente 34,1% e 26,2%. Nos grãos, o destaque das exportações é a soja em grão, com previsão de crescimento de 48,9%, chegando a 114,9 milhões de toneladas. Algodão em pluma e celulose também devem ganhar espaço no mercado externo, com crescimento de 38,6¨e 32,8% nas exportações.
Apesar de ser um grande exportador de vários produtos, o mercado interno continua sendo muito relevante. Na produção de carnes, cerca de 70% fica no mercado interno e, na produção de grãos, por volta de 60% fica internamente. O relatório sugere que o país deve aproveitar suas vantagens comparativa em carnes e frutas.
Fonte: MAPA

Valor da Produção Agropecuária de 2022 é estimado em R$ 1,188 trilhão
O resultado foi determinado por problemas climáticos no Sul, que afetaram a produção de soja e outras lavouras, além da queda do VBP da pecuária
O Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) atingiu R$ 1,188 trilhão neste ano, pouco abaixo do obtido em 2021, que foi de R$ 1,196 trilhão. As lavouras, com crescimento real de 0,9%, representam R$ 821,2 bilhões, e a pecuária R$ 367,6 bilhões, com recuo de -3,8%. Para ambas as atividades, o resultado deste ano mostrou-se abaixo do observado em 2021.
O resultado foi determinado por problemas climáticos no Sul, que afetaram a produção de soja e outras lavouras, além da queda do VBP da pecuária, principalmente em carne bovina, carne suína e de frango. A retração dos preços dos principais itens da pecuária foi o principal fator que afetou esse setor. Como exceção, o leite vem atingindo atingem média de preço não obtida nos últimos 17 anos.
Entre um grupo relevante de produtos com bom desempenho neste ano destacam-se o algodão, com aumento de 26,2% no VBP, o café, com 31,3%, o feijão, com 7,8%, o milho, com 12,9%, e o trigo, com 37,8%. Esses produtos, têm neste ano o maior valor de faturamento numa série desde 1989.
As exportações do agronegócio, com destaque para algodão, café e carnes, têm gerado valores superiores em relação a 2021, principalmente nas exportações de carne e café. O valor das exportações de carne, entre 2021 e 2022 (entre janeiro e agosto) aumentou 30,4% em dólares, e no café, o aumento foi de 54,3%.
O ranking dos produtos no VBP mostra as primeiras posições para soja, milho, cana de açúcar, café e algodão. Estes são responsáveis neste ano por 83,7% do VBP das lavouras.
Entre as regiões, o destaque é para o Centro-Oeste e Sul, e os estados são Mato Grosso, Paraná e São Paulo.
Fonte: MAPA

Agro brasileiro conquistou o mundo pela sustentabilidade e qualidade dos seus produtos, diz ministro
Em evento em São Paulo, Marcos Montes ressaltou que o Brasil é destacado pela ONU e a OMC como um país que terá um papel decisivo para a garantia da segurança alimentar global
O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Marcos Montes, disse nesta quarta-feira (21) que o Brasil utiliza apenas 7,6% de suas terras na agricultura e é um dos poucos países do mundo capazes de aumentar a sua produção agrícola sem incorporar novas áreas à atividade produtiva. Ao participar do 30º Congresso e ExpoFenabrave, em São Paulo, ele ressaltou que o agro brasileiro conquistou o mundo pela sua sustentabilidade e pela credibilidade e qualidade dos seus produtos.
“Quem tenta imputar ao agro brasileiro a culpa pelo desmatamento ilegal não está apenas propagando uma mentira de forma irresponsável. quem faz isso está deliberadamente trabalhando contra o Brasil”, destacou Montes.
O ministro lembrou que nos últimos três anos o agro brasileiro abriu mais de 200 novos mercados para os mais diversos produtos. “Não poderia haver um atestado de confiança mais forte no agro brasileiro”, disse, lembrando que hoje o Brasil é destacado pela ONU e a OMC como um país que terá um papel decisivo para a garantia da segurança alimentar global.
Marcos Montes também ressaltou que o agro é hoje o setor mais avançado da economia para enfrentar o desafio da competitividade no cenário internacional e destacou a importância da conectividade no campo para garantir o aumento exponencial da produção. Segundo ele, o aumento sustentável de produtividade é o grande diferencial do agro brasileiro.
“Juntamente com as pesquisas científicas para a melhoria de sementes, a correção do solo e o desenvolvimento de insumos mais avançados, a evolução tecnológica das máquinas agrícolas também tem sido fundamental para o aumento da produtividade na agricultura brasileira. E a rede de filiadas da Fenabrave cumpre um papel decisivo para que essas máquinas cada vez mais modernas e eficientes estejam sempre ao alcance do produtor”, disse.
O evento foi promovido pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), que reúne 52 associações de marca e, por meio delas, mais de 7,3 mil concessionários de veículos ligados aos segmentos de automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, motocicletas, tratores e máquinas agrícolas. Os ministros da Economia, Paulo Guedes, e do Meio Ambiente, Joaquim Leite, também participaram do congresso.
Fonte: MAPA

Na OCDE, Mapa apresenta ações de sustentabilidade desenvolvidas pela agricultura brasileira
A agricultura brasileira é resiliente, sustentável e contribui para a segurança alimentar do mundo, diz secretário Cleber Soares
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) realizou nesta semana, em sua sede em Paris (França), evento para debater caminhos efetivos para a sustentabilidade desenvolvidos por Brasil e Portugal. O evento marca a celebração dos 200 anos da independência do Brasil, visando uma troca de conhecimento sobre estratégias que estão sendo exploradas pelos dois países.
Segundo a OCDE, o objetivo é discutir políticas inovadoras capazes de promover o uso sustentável dos recursos naturais sem reduzir a produtividade e a subsistência se tornou crucial, para garantir uma recuperação face aos desafios climáticos e sociais atuais.
No seminário “Brasil e Portugal: Construindo uma Economia Sustentável”, o secretário de Inovação, Desenvolvimento Sustentabilidade e Irrigação, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Cleber Soares, apresentou as estratégias de agricultura sustentável desenvolvidas no país, entre elas, o Plano ABC+.
“O evento foi de alto nível e muito positivo para o fortalecimento do agronegócio brasileiro mostrando para o secretariado e representantes dos países-membros da OCDE que a agricultura brasileira é resiliente, sustentável e contribui para a segurança alimentar do mundo”, destacou Soares sobre a reunião.
O representante do Mapa apresentou ainda os principais programas de promoção e fomento à agricultura brasileira, como Cadeias Descarbonizantes, Bioinsumos, Inovação no Agro, Águas do Agro e Pronasolos. Segundo ele, a sustentabilidade da agricultura brasileira é um compromisso prioritário, pois trata do principal pilar econômico do país e, portanto, de maior impacto social para construção de um modelo de desenvolvimento justo e resiliente.
A estratégia de implementação das iniciativas é formada por um conjunto de políticas, em camadas, que se complementam e fortalecem para os resultados prioritários: 1) aumento de renda do produtor rural; 2) produtividade e segurança alimentar; 3) Fortalecimento das práticas de adaptação e mitigação; 4) Agricultura digital e ecossistemas de agrobusiness.
Para alcançar a sustentabilidade, as peças fundamentais são: agricultura sustentável, bioeconomia e economia sustentável dos oceanos.
Também participaram do evento o delegado do Brasil junto às Organizações Internacionais Econômicas sediadas em Paris, Carlos Márcio Cozendey; o presidente da Embrapa, Celso Moretti; a professora da Universidade do Algarve de Agricultura Sustentável, Maria de Belém Freitas; a professora da Universidade de Lisboa e investigadora para Economia dos oceanos sustentáveis, Helena Vieira; e a pesquisadora da Embrapa para Floresta e Bioeconomia; Ana Euler. O evento ocorreu no Centro de Convenções.
Plano ABC+
O Plano Setorial para Adaptação à Mudança do Clima e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária – ABC+ para o período 2020-2030 é um projeto de sustentabilidade e inovação no campo.
O objetivo do plano é promover a adaptação à mudança do clima e o controle das emissões de gases de efeito estufa (GEE) na agropecuária brasileira. O Brasil, por meio da política pública, reafirma o compromisso mundial para o enfrentamento à mudança do clima e estende por mais uma década o Plano ABC – Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas para a Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura.
Nesta segunda fase, focou-se na necessidade premente da agropecuária brasileira adotar, em seus sistemas produtivos, estratégias que aumentem sua capacidade adaptativa frente à mudança do clima. Com essa finalidade, três pilares estratégicos compõem a base do ABC+: i) a Abordagem Integrada da Paisagem (AIP); ii) Interconexão entre adaptação e mitigação, e; iii) o estímulo à Adoção e manutenção de Sistemas, Práticas, Produtos e Processos de Produção Sustentáveis (SPSABC)..
Às tecnologias fomentadas na primeira fase do Plano ABC, foram incorporados novos sistemas, práticas, produtos e processos de produção sustentáveis, respaldados por sólido conhecimento científico e tecnológico.
Como principais alterações, foram incluídos três novos SPSABC: Sistema Plantio Direto Hortaliças (SPDH), Sistemas Irrigados (SI) e Terminação Intensiva (TI). Sistemas Agroflorestais (SAF), junto ao Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária- Floresta (ILPF), compõem a tecnologia Sistemas de Integração. Ampliou-se o escopo de outros três SPSABC já existentes: Práticas para Recuperação de Pastagens Degradadas (PRPD), que passa a considerar a recuperação e a renovação de pastagens com algum grau de degradação; Bioinsumos (BI), que inclui Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN) e Microrganismos Promotores do Crescimento de Plantas (MPCP); e Manejo de Resíduos da Produção Animal (MRPA), que considera outros resíduos além de dejetos animais e estimula o uso dos subprodutos obtidos como bioenergia e biofertilizante.
Em vigor desde 2021
O Plano ABC+ está em vigor desde 2021, quando foi lançado. No dia 11 de agosto de 2022, foi publicada Portaria Nº 471, retificando dois itens do plano.
No Artigo 3, inciso 7, foi realizada a inclusão da palavra “milhões” de metros cúbicos, ao invés de apenas metros cúbicos.
No Artigo 3, parágrafo 2, foi corrigido o valor de redução estimado de emissões de GEE, pelo setor agropecuário nacional, de 1.076,14 milhões de Mg CO2eq, para o valor de 1.042,41 (mil e quarenta e dois vírgula quarenta e um) milhões de Mg CO2eq.
Segundo a Secretaria de Inovação do Mapa, a alteração ocorreu devido a um ajuste de metodologia nos cálculos feitos pela equipe de pesquisa, permitindo maior rigor do valor total de emissões até 2030.
OCDE
A OCDE é um organização internacional fundada em 1961, com sede em Paris (França), que trabalha para construir “políticas melhores para vidas melhores” e tem como objetivo a identificação e o estabelecimento de práticas e políticas que promovam prosperidade, igualdade, oportunidade e bem-estar para todos.
A organização trabalha juntamente com governos, formuladores de políticas e sociedade civil no estabelecimento de padrões internacionais baseados em evidências e na busca de soluções para uma série de desafios sociais, econômicos e ambientais. Assim, os países membros e parceiros da OCDE compartilham experiências e buscam soluções para problemas comuns.