A medida permitirá a reabertura das contratações de financiamentos rurais com recursos equalizáveis, suspensas desde 7 de fevereiro
O Congresso Nacional aprovou na última quinta-feira (28/04) o Projeto de Lei do Congresso Nacional 01/2022, do Poder Executivo, que acrescenta R$ 2,57 bilhões no Orçamento da União deste ano. A maior parte (R$ 1,7 bi) servirá para despesas do governo com pessoal, encargos sociais e programas. O projeto prevê a destinação de R$ 868,49 milhões ao Plano Safra 2021/2022, lançado no ano passado. O texto segue para sanção presidencial.
Os recursos irão atender programas do Ministério da Agricultura, como o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), e operações de custeio agropecuário, de comercialização de produtos agropecuários e de investimento rural e agroindustrial voltadas ao atendimento do Plano Safra 2021/2022.
De acordo com o Secretário de Política Agrícola do Mapa, Guilherme Bastos, a medida permitirá a reabertura das contratações de financiamentos rurais com recursos equalizáveis, suspensas desde 7 de fevereiro de 2022, possibilitando, assim, que o montante de R$ 24 bilhões, represados nesse período, seja destinado à contratação e liberação de novos financiamentos.
“Essa liberação será fundamental, sobretudo para o crédito para pequenos e médios produtores rurais, no âmbito dos programas Pronaf e Pronamp, e para programas prioritários nas áreas de armazenagem, irrigação, inovação e produção ambientalmente sustentável”, destaca Bastos.
Com a crise iniciada antes da pandemia e que agora eclodiu com o conflito Rússia-Ucrânia, as próximas safras de grãos devem ter o máximo de organização em função das menores margens de lucro e maior custo de produção
O planejamento faz parte da atividade agrícola e, mesmo que o produtor não possa prever o futuro, as decisões tomadas meses antes do início de uma nova safra são primordiais para evitar prejuízos e ter boa rentabilidade ao final do ciclo. No entanto, o cenário que o mundo vive hoje, de aumento no custo de produção e incertezas sobre a disponibilidade de insumos agrícolas, exige ainda mais organização. Munida de informações, a classe produtora pode se preparar para os desafios que as próximas safras vão trazer.
Com esse intuito, de apoiá-los no planejamento assertivo, o XXII Encontro Técnico Soja, realizado pela Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso (Fundação MT), iniciou na noite de ontem, em Cuiabá-MT. O painel ‘Impactos do Cenário Global para o Agronegócio’ abriu o evento, com a presença dos especialistas Jeferson Souza, da Agrinvest, Christian Lobhauer, da CropLife Brasil e André Pessôa, da Agroconsult, que trouxeram dados valiosos sobre os principais aspectos que vão interferir na safra de grãos 2022/23. A jornalista, comentarista agro e apresentadora, Kellen Severo, moderou o painel.
Como chegou até aqui
Jeferson Souza, analista de fertilizantes da Agrinvest, esclareceu que, na verdade, o conflito Rússia-Ucrânia foi só a cereja do bolo para o cenário atual dos insumos. “Isso começa lá atrás, com os problemas ligados à exportação da China (demanda brasileira ficou ameaçada), sanções aplicadas contra Belarus que trouxeram impacto no preço do cloreto de potássio antes da guerra. E aí vem a pandemia elevando o valor de fretes marítimos, que por sua vez também trouxe aumento no preço dos fertilizantes”, relata o especialista. Para ele, a guerra é a eclosão do problema que já estava instalado e foi potencializado.
No período de janeiro de 2021 a abril deste ano, o incremento nos preços dos fertilizantes atingiu patamares inéditos, conforme os números apurados pela Agrinvest, que serão apresentados hoje no painel ‘Cenário Global do Mercado de Fertilizantes’. As altas foram de 202% para o fertilizante granular fosfato monoamônico (MAP), 379% para o cloreto de potássio (KCL), 197% para ureia, 196% para sulfato de amônio, 266% para superfosfato simples, 256% para superfosfato triplo e 397% para nitrato de amônio. Jeferson destaca, porém, que esse incremento não é uma exclusividade do Brasil, e que nos principais polos consumidores o aumento é equivalente ou até mesmo maior.
É preciso se preparar e comprar
De forma unânime, os especialistas orientaram os produtores a decidirem pela compra dos insumos necessários nesse momento. André Pessôa destacou que usar a relação de troca como ferramenta de tomada de decisão é a melhor maneira de se orientar na aquisição. “Em termos históricos, a relação de troca estava favorável, então quem usou essa metodologia, que é um indicador de margem, comprou melhor do que quem ficou olhando só para preço (que vem subindo desde 2021) e ainda não comprou”, pontuou. Hoje, a relação de troca do pacote de insumos está quase 10 sacas por hectare mais cara que há um ano atrás.
Pessôa explicou também que na indisponibilidade da Rússia e Belarus em suprir potássio para outros países, como o Brasil, o Canadá é a melhor opção. “Canadenses tem volume suficiente, mas tem que comprar antecipadamente”, reforçou. Ele acredita que os insumos não terão queda de preço até o início da safra, em setembro, e também por esse motivo o produtor não deve esperar. “Se não comprou até agora é porque tá seguindo a orientação de preço, então reveja seu processo de decisão porque o correto é orientação por margem, e dessa forma já teria resolvido a questão de insumos”, acrescentou.
Christian Lobhauer, da CropLife Brasil, entidade que representa as indústrias de defesa vegetal, seguiu na mesma orientação, ressaltando que o ambiente de preços não deve se regularizar tão cedo. E acrescentou que o ano eleitoral no Brasil faz com que os efeitos na agricultura tenham mais um fator de instabilidade. “A palavra mágica para o produtor rural é planejamento, pois as margens vão reduzir. Quanto mais cedo ele conseguir comprar defensivo, fertilizante, escolher as culturas, melhor, porque será um ano de margens reduzidas, custos muito altos, instabilidade já conhecida por mudança de câmbio (quando tem eleição), e combinado com guerra, rompimento das cadeias de suprimento, tá dado o quadro de dificuldade que o produtor tem que se preparar”, aconselhou.
A participação do PIB do agronegócio na produção nacional pode ficar em torno de 28% no ano
Entre janeiro e setembro de 2021, o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro teve um incremento de R$ 238 bilhões sobre o mesmo período em 2020. O montante equivale a 10,79%. Os dados são do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) em parceria com a Confederação Nacional da Agricultura (CNA).
Quando levado em consideração apenas o terceiro trimestre o crescimento foi modesto, de apenas 0,4%. Com alta de 17%, a agricultura alavancou os resultados. O bom desempenho foi puxado pelos segmentos de insumos e o primário (agricultura). Nos insumos houve alta importante dos preços, sobretudo fertilizantes e máquinas agrícolas. Por sua vez, o excelente resultado da agricultura no período se deve exclusivamente ao alto patamar real dos preços agrícolas.
Ao mesmo tempo, a pecuária recuou aproximadamente 5% (4,76%). O segmento sofreu com a alta dos preços nos insumos. Isso se deu porque a alta dos custos foi mais intensa que as elevações dos valores dos produtos e houve menor produção de bovinos no campo.
A participação do PIB do agronegócio na produção nacional pode ficar em torno de 28% no ano, conforme estimam os pesquisadores.
O agro brasileiro gerou em setembro deste ano uma receita de US$ 10,1 bilhões, alta de 21% em relação ao mesmo mês de 2020, segundo análise da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) com base nos dados do Ministério da Economia.
O superávit mensal (quando as exportações superam as importações) da balança comercial totalizou US$ 8,8 bilhões. No acumulado de janeiro a setembro de 2021, as vendas externas do setor já somam US$ 93,6 bilhões, crescimento de 20,6% freta a igual período do ano passado.
O principal produto da pauta exportadora do agronegócio brasileiro em setembro foi a soja em grãos, com participação de 24,3% no total dos embarques e valor de US$ 2,5 bilhões, aumento de 57,6% em relação ao mesmo período de 2020.
A carne bovina in natura vem em seguida, com receita de US$ 1,1 bilhão em setembro/2021, elevação de 85,7% frente a setembro de 2020. Açúcar de cana em bruto, carne de frango in natura e farelo de soja completam o ranking dos cinco produtos mais exportados em setembro.
O aumento mais significativo nas exportações em setembro deste ano na comparação com setembro de 2020 foi para o óleo de soja em bruto (+1.013,3%). Destaque também para a carne bovina in natura (+85,7%), soja em grãos (57,6%) e carne de frango in natura (54,1%).
Em relação aos mercados, 68,2% das exportações brasileiras do agronegócio foram destinadas a dez países em setembro. O principal destino foi a China, com participação de 32,4% do total dos embarques.
A União Europeia, segundo principal comprador, respondeu por 15%, seguida por Estados Unidos (7%). Completam a lista dos principais destinos: Japão (2,9%); Coreia do Sul (2,0%); Emirados Árabes Unidos (1,9%); Irã (1,9%); Vietnã (1,8%); Tailândia (1,7%) e Hong Kong (1,6%).
As lavouras respondem por 67,7% do VBP, e a pecuária por 32,3%. As maiores contribuições vieram de soja, milho, cana-de- açúcar, carne bovina e carne de frango
O Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) de 2021, estimado com base nas informações de setembro, atingiu R$ 1,103 trilhão. O número representa um crescimento de 10% em relação ao valor de 2020, que foi de R$ 1,0 trilhão.
O valor das lavouras cresceu 12%, e a pecuária, 6,1%. Decompondo-se o VBP, verifica-se que as lavouras respondem por 67,7%, e a pecuária por 32,3%. As maiores contribuições para obter esse resultado vieram de soja, milho, cana-de- açúcar, carne bovina e carne de frango. Juntos, sua contribuição foi de 72,4%.
Os recordes de valor, obtidos em uma série de 32 anos, foram observados em algodão (R$ 29,8 bilhões), milho (R$ 121,6 bilhões), soja (R$ 360,3 bilhões) e trigo (R$ 12,8 bilhões). Na pecuária, os recordes foram obtidos em carne bovina e carne de frango.
Contribuições negativas ao VBP foram observadas em amendoim, banana, batata inglesa, cacau, café, feijão, laranja, tomate, mandioca e uva. Esse comportamento teve impacto expressivo no resultado final do VBP.
Os resultados do VBP deste ano carregam os efeitos de impactos climáticos ocorridos em 2020 e 2021.Falta de chuvas, secas e geadas afetaram produtos relevantes como milho de segunda safra, café, feijão e outros. Entretanto, as boas condições do mercado internacional, e os preços internos favoráveis, têm sido os principais fatores de crescimento do agronegócio em 2021. Quanto aos preços, podem-se destacar fortes elevações neste ano em algodão em caroço (27,4%), café arábica (22,2 %), cana -de-açúcar (10,0 %), milho (27,1%), soja (16,4%) e trigo (5,0%).
Os resultados regionais mostram a liderança do Centro-Oeste no faturamento neste ano, R$ 362, 87 bilhões, Sul R$ 309,2 bilhões, Sudeste R$ 250,9 bilhões, Nordeste R$ 98,3 bilhões e Norte 70,0 bilhões.
O que é VBP
O VBP mostra a evolução do desempenho das lavouras e da pecuária ao longo do ano e corresponde ao faturamento bruto dentro do estabelecimento. Calculado com base na produção da safra agrícola e da pecuária e nos preços recebidos pelos produtores nas principais praças do país, dos 26 maiores produtos agropecuários do Brasil.
O valor real da produção, descontada a inflação, é obtido pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) da Fundação Getúlio Vargas. A periodicidade é mensal com atualização e divulgação até o dia 15 de cada mês.
As exportações de fertilizantes da China podem ser interrompidas a pedido da comissão reguladora do país, ou NDRC (National Development and Reform Comission) na sigla em inglês, com o objetivo de proteger o mercado interno. O mercado especula tais medidas desde junho, as quais poderiam impactar durante o fornecimento de fosfatados e nitrogenados.
Todavia, as mudanças ainda não foram oficializadas pelo governo chinês ou aplicadas as condições que pudessem ser impostas pela NDRC. “As últimas notícias confirmaram que o departamento solicitou a algumas empresas da região de Yangtze e Hubei a suspensão das exportações até 30 de junho de 2022”, explica o analista de fertilizantes da Agrinvest Commodities, Jeferson Souza.
E embora ainda não tenha sido completamente oficializada, Souza alerta para os impactos que podem ser sentidos nos próximos dias. “As medidas podem impactar mais severamente nos preços no decorrer das semanas. Mas é importante reforçarmos que ainda não foram confirmadas pelo departamento. No entanto, já se pode ver mais pressão nos preços do fertilizante para o mundo inteiro.
Em sua conta no Twitter, o diretor de fertilizantes da INTL FCStone, Josh Linville, informou que “o governo chinês efetivamente baniu as exportações de fosfato até junho de 2022”. E explica que a nação asiática responde por cerca de 30% de todo o comércio mundial do produto. “Isso é ruim para os preços globais do fosafato e pior ainda para aqueles que dependem desse fornecedor. Temos que monitorar ações similares na ureia”.
Linville ainda afirma que os preços da ureia no Golfo Pérsico saltaram US$ 15,00 por tonelada na manhã desta terça-feira (28) em relação ao fechamento de ontem.
As mudanças que podem vir do gigante asiático somente se somam aos problemas e preocupações que se acumulam no mercado de fertilizantes e, inclusive, intensificam as preocupações dos produtores rurais no mundo total não só para novas altas nos custos de produção, como também para disrupções no abastecimento de uma série de produtos para a safra 2022/23.
“Hoje estou indo em todas as nossas propriedades para orientar que se use o mínimo possível de glifosato. Não temos perspectivas 2022, 2023 de como fica o mercado. Os grandes fornecedores estão com problemas, como a China. Com a gestão de diminuição de emissão de gases de efeito estufa, sustentabilidade, isso tem causado um enorme transtorno na gestão de produção”, explica Inácio Modesto Filho, diretor de produção do Grupo Bom Futuro.
Com isso, “temos que fazer o dever de casa, usar o mínimo possível, fazer uma gestão muito bem feita porque diversos produtos para a nova safra podem não estar nas nossas mão disponíveis”, complementa. “A gestão tem que prever um ano do qual não temos segurança”.
“Em 2021, o mercado de fertilizantes tem sido marcado por incerteza. As notícias novas vindas da China trazem riscos consideráveis para os produtores. Em Paranaguá, os preços da ureia têm se mantido estáveis perto de US$ 750/tonelada. No entanto, para a safrinha 2022, as relações de troca continuam subindo fortemente”, complementa Jeferson Souza.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou nesta sexta-feira (24), no Diário Oficial da União, a Portaria nº 298 que estabelece regras para operação de aeronaves remotamente pilotadas (ARP), mais conhecidas como drones, destinadas à aplicação de agrotóxicos e afins, adjuvantes, fertilizantes, inoculantes, corretivos e sementes.
Com drones ocupando cada vez mais espaço na agricultura e na pecuária, a regulamentação visa simplificar os procedimentos e adequar as exigências legais as especificidades desta tecnologia, já que, em diversos aspectos, se diferencia das aeronaves tripuladas.
Além do registro no Mapa, que será feito de forma automatizada via Sipeagro, os operadores necessitarão possuir profissional qualificado com curso específico, designado como aplicador aeroagrícola remoto, e, em determinados casos, necessitarão também de responsável técnico, engenheiro agrônomo ou engenheiro florestal, para coordenar as atividades. Já com relação as aeronaves, estas deverão estar devidamente regularizadas junto a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).
“Esperamos que a normativa traga a segurança jurídica necessária para os operadores, ao mesmo tempo que garanta a harmonização e a segurança das operações e uso responsável da tecnologia. A norma também servirá como um ‘norte’ para a coordenação e a fiscalização das atividades, tanto por parte do Mapa, como por parte dos órgãos estaduais, responsáveis pela fiscalização do uso de agrotóxicos”, destaca a chefe da Divisão de Aviação Agrícola, Uéllen Lisoski.
A segurança operacional deve envolver todo o processo de aplicação, desde o preparo da calda, o monitoramento das condições ambientais durante a aplicação e o registro e arquivamento dos dados de cada operação, de forma que possam ser auditados, sempre que necessário.
As regras visam a segurança da equipe de trabalho e de terceiros, e englobam ainda distâncias mínimas de zonas sensíveis, a serem respeitadas durante as aplicações, de modo a se evitar problemas ambientais e visando a saúde da população.
O diretor técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Bruno Lucchi, foi um dos palestrantes do painel “A evolução da agricultura sustentável no Brasil” realizado durante o 10º Fórum Lide de Agronegócios, ao lado do ex-ministro da Agricultura e indicado ao Prêmio Nobel da Paz 2021, Alysson Paolinelli, do embaixador da FAO para o Cooperativismo, Roberto Rodrigues, e do coordenador da Rede Paolinelli, Ivan Wedekin.
“O setor se estruturou por meio da ciência, do crédito rural e da assistência técnica, além do empreendedorismo do produtor rural que desenvolveu regiões e criou a base da competitividade do agro Brasileiro”, afirmou Lucchi.
Ele destacou que, graças à tecnologia, o setor desenvolveu sistemas produtivos sustentáveis, capazes de reduzir as emissões de gases do efeito estudo.
“Precisamos deixar claro o que queremos na COP, que é um mercado de carbono mais aberto e financiamento não só para comando e controle, mas para a ciência com foco na mitigação porque acreditamos que a ciência tem a resposta para isso”.
Bruno Lucchi disse ainda que o setor tem vários desafios para vencer no campo da sustentabilidade como consolidar o Código Florestal, combater o desmatamento ilegal, melhorar a imagem do setor, ter projetos de lei que modernizam a regularização fundiária, além de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) e redução da insegurança jurídica.
Ele acrescentou ainda que o ‘pipeline de investimentos’ no setor é verde. “No crédito, cresce o financiamento via títulos verdes e no campo tecnológico, há ampliação do mercado de bioinsumos e ganhos de produtividade devido à conectividade e à irrigação”, disse. “Não escondemos nossos problemas, porém, acreditamos que mais que exaltá-los, precisamos ter ações concretas para saná-los.”
A demanda tanto do mercado interno como do externo é um importante fator a ser considerado para as análises de plantio de soja para a safra 2021/2022. Com a retomada da economia mundial, após a redução registrada durante o enfrentamento à pandemia do coronavírus, o consumo da oleaginosa tende a registrar novo crescimento. Além disso, produção de biodiesel e alimentação animal no país mantêm a demanda pelo grão aquecida. Estes e outros aspectos serão abordados no webinar Perspectivas para Agropecuária Safra 2021/22 – Edição Grãos, organizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
O webinar será realizado no dia 26 de agosto, a partir das 9h. Durante o encontro, serão apresentadas as perspectivas de área, produção, produtividade, exportações, importações, consumo e preços da safra 2021/22 para as culturas do algodão, arroz, feijão, milho e soja, que correspondem a mais de 90% da produção brasileira de grãos estimada na safra 2020/21. As análises apresentadas pela Conab integram o estudo que será publicado no portal da Companhia.
Produtos – Para o milho, a expectativa da Companhia é de que haja uma recuperação na oferta do grão na próxima safra. “O desenvolvimento do cereal no período de 2020/21 teve a produtividade prejudicada, o que ocasionou uma redução de aproximadamente 10% na produção. Essa queda é influenciada pelas condições climáticas adversas registradas durante o cultivo, uma vez que o grão foi plantado fora da janela ideal na segunda safra, consequência do atraso no cultivo da soja”, lembra o gerente de produtos agrícolas da Conab, Fernando Motta.
Arroz e feijão apresentam panoramas distintos. Para o primeiro produto se espera um leve incremento na área plantada, impulsionado pelo patamar atual de preços. No entanto, a elevação nos custos de produção poderá impactar nesse movimento de recuperação. Já a leguminosa apresenta um cenário mais indefinido. Essa incerteza se deve ao fato de o feijão ser produzido no país em três períodos diferentes, o que faz com que a oferta do grão se ajuste dentro do ano safra.
No caso do algodão, os preços no mercado externo estão elevados, o que contribui para uma tendência de aumento do cultivo da fibra. “Porém, a boa rentabilidade do milho pode influenciar nessa escolha do produtor”, ressalta o gerente de Alimentos Básicos e Culturas Perenes da Companhia, Bruno Nogueira. Até julho deste ano, o Brasil registrou exportações de 1,18 milhão de toneladas da pluma, alta de 29,8% se comparado com o mesmo período de 2020.
Por recomendação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o Conselho Monetário Nacional (CMN) reservou R$ 1.318.582.400,00 do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) para medidas de apoio aos produtores que venham a ser indicadas após avaliação dos efeitos econômicos decorrentes das geadas que ocorreram em julho.
O valor corresponde a 20% do valor das linhas de Custeio, Comercialização, Capital de Giro e Financiamento para Aquisição de Café (FAC), e 100% do valor da linha de Recuperação de Cafezais Danificados.
Em abril de 2021, o CMN aprovou a distribuição de recursos, para o ano agrícola 2021/2022, para as linhas de financiamento do Funcafé. Durante o mês de julho de 2021, ocorreram geadas nas principais regiões produtoras de café de Minas Gerais, São Paulo e Paraná, e levantamentos preliminares indicam que foram atingidos cerca de 200 mil hectares de cafezais.
A reserva já tinha sido aprovada pelo Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC) para atender os cafeicultores prejudicados pelas geadas nas últimas semanas. Os recursos fazem parte dos R$ 5,9 bilhões aprovados para aplicação nas linhas de financiamento do Funcafé na safra 2021/2022. Com a reserva, os agentes financeiros terão R$ 4,6 bilhões para as linhas de crédito de custeio, comercialização, capital de giro e aquisição de café. Os contratos estão no final de processamento.
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