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Exportação de milho em março já passa de 1,1 milhão de toneladas superando previsão da Anec
Publicado por Notícias Agrícolas em 27/03/2023 15:25

Os dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), apontam que o Brasil já exportou 1.139.989,1 toneladas de milho não moído (exceto milho doce) até este momento do mês de março.
Sendo assim, o volume acumulado apenas nos 18 primeiros dias úteis do mês já representa 7.983% mais do que o total de 14.278,9 toneladas que foram exportadas durante todo o mês de março de 2022.
Com isso, a média diária de embarques ficou em 63.332,7 toneladas, o que na comparação ao mesmo período do ano passado, representa elevação de 9.657,9% com relação as 649 do segundo mês de 2022.
Para o total de março, a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) estimava exportação de 900 mil toneladas neste momento e que os embarques do cereal entram em um período de menores volumes, uma vez que a soja está dominante nos portos em função da colheita da safra.
O Analista da Consultoria Agro do Itaú BBA, Francisco Queiroz, alerta que o Brasil já embarcou 8,3 milhões de toneladas de milho apenas nos dois primeiros meses do ano, sendo que 1,1 milhão teve como destino a China, que já se tornou a segunda principal compradora do grão nacional. Para o restante de 2023, a previsão é de manutenção dos altos volumes exportados.
Em termos financeiros, o Brasil arrecadou um total de US$ 343,269 milhões no período, contra US$ 6,181 milhões de todo março do ano passado. O que na média diária, deixa o atual mês com aumento de 6.686,8% ficando com US$ 19,070 milhões por dia útil contra US$ 281 mil no último mês de março.
Por outro lado, o preço por tonelada obtido recuou 30,4% no período, saindo dos US$ 432,90 no ano passado para US$ 301,10 no mês.
Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas
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Genes de resistência à Ferrugem do Cafeeiro são alvos de pesquisa da Embrapa Café
Resultados de pesquisas genômicas realizadas pela Embrapa Café contribuirão para a seleção de cultivares da espécie arábica com resistência duradoura à ferrugem do cafeeiro, doença causada pelo fungo Hemileia vastatrix (H. vastatrix) e de grande impacto na cafeicultura no Brasil e no mundo. Parte dos resultados dessa pesquisa está sendo apresentada na publicação “Os Loci SH3 Envolvidos na Resistência à Ferrugem são Complexos, Multialélicos e Divergentes em Genomas de Coffea”, que acaba de ser lançada.
A pesquisadora Paula Cristina Angelo estuda alguns dos genes de cafeeiros relacionados com a resistência à ferrugem. Ela faz parte da equipe de um projeto que tem objetivos mais abrangentes na mesma linha de pesquisa liderado por Eveline Caixeta e que conta também com a participação de Luiz Filipe Pereira, todos pesquisadores da Embrapa Café.
Em genética, locus (do latim “lugar”) ou loci, se estiver no plural, é uma posição fixa e específica em um cromossomo, como um endereço, onde estão localizados determinados genes ou marcadores genéticos, uma vez que cada cromossomo carrega muitos genes.
Paula Angelo explica que, no caso do locus SH3, que tem sido o foco do estudo, muitas variantes do mesmo gene de resistência estão inseridas no mesmo locus. Essa característica do locus SH3 foi inicialmente divulgada em em 2011 em estudo realizado com a cultivar de café Arábica IAPAR 59 por pesquisadores brasileiros e franceses, dentre eles Alessandra Ribas.
A análise de genes que codificam proteínas determinantes de resistência ao fungo H. vastatrix nos loci SH3 cria oportunidade para o desenvolvimento de marcadores genéticos que podem ser usados para identificar qual ou quais das variantes do gene de resistência estão inseridos no SH3 das diferentes variedades de cafeeiro e, a partir disso, identificar qual é a importância de cada variante para cada resistência.
Resultados de pesquisa que foram alcançados a partir de 2018 demonstraram que o locus SH3 também é bastante complexo e diverso em outros cafeeiros. As diferenças encontradas no SH3 podem estar associadas, em conjunto com outros fatores, aos mecanismos que plantas de café possuem de reconhecimento de raças fisiológicas de H. vastatrix, o que determina se esses cafeeiros são ou não são resistentes a essas raças do fungo.
De acordo com o Pesquisador do IDR-Paraná, Gustavo H. Sera, que é parte da equipe do projeto, o desenvolvimento de cultivares com vários genes SH que codifiquem diferentes proteínas de resistência é de extrema importância para obter uma resistência durável, visto que existem pelo menos 15 raças de H. vastatrix registradas apenas no Brasil.
“Pesquisas em que as ferramentas da Biologia Molecular são utilizadas no melhoramento de plantas são oportunidades para a geração e disponibilização para a sociedade de cultivares com muito valor agregado em tempo relativamente curto, o que é uma vantagem no controle de doenças que se propagam com relativa facilidade, como é o caso da ferrugem do cafeeiro”, afirma, Paula Angelo.
Sobre a Ferrugem do Cafeeiro – A doença ferrugem do cafeeiro é causada pelo fungo Hemileia vastatrix Berk e pode provocar a desfolha precoce e a seca de ramos da planta antes da época de florescimento, com impactos negativos no vingamento de frutos da safra em que houve o acometimento da doença, como prejuízos na produção do ano seguinte. Dependendo da altitude, das condições climáticas e do estado nutricional da planta, a ferrugem pode causar até 50% de perdas na produção, em cultivares suscetíveis, quando nenhuma medida de controle efetivo é adotada.
Outro trabalho realizado no âmbito do Consórcio Pesquisa Café apresenta cultivares de café resistentes à ferrugem que apresentaram características que as tornam alternativas viáveis para a cafeicultura das Matas de Minas, importante região para a cafeicultura e onde há grande incidência da doença. Os resultados do estudo estão na publicação “Cultivares de café resistentes à ferrugem: alternativa viável para a cafeicultura das Matas de Minas”, que também pode ser acessado pelo endereço eletrônico https://www.embrapa.br/cafe/publicacoes.
Fonte: Embrapa Café
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Soja de R$ 200/sc já é realidade no Brasil com negócios sendo reportados no Rio Grande do Sul
A soja de R$ 200,00 por saca no Brasil já é realidade. Os negócios foram registrados nas regiões de Ijuí e Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, neste início de semana para a indústria processadora gaúcha. Para Vlamir Brandalizze, consultor da Brandalizze Consulting, esta é, de fato, uma nova realidade que tem se desenhado para o mercado brasileiro e reflete essa disputa prematura entre demandas externa e interna diante de uma quebra tão agressiva como a que se consolida para a safra 2021/22.
O especialista explica que a indústria segue pagando melhor do que os portos – onde as cotações testam até R$ 197,00 para julho, e um pouco abaixo disso nos vencimentos mais curtos – diante das boas margens de esmagamento.
“As indústrias têm exportado mais farelo, mais óleo, e com bom potencial. Os preços do farelo estão em patamares historicamente altos, variando entre R$ 2700,00 e R$ 2800,00 por tonelada no sul e sudeste, nordeste próximo disso, e o óleo também tem se mantido lá em cima”, diz.
Ainda segundo Brandalizze, os negócios se deram com soja gaúcha, embora haja a possibilidade dos estados do sul do Brasil, dadas as quebras de safra em função do clima seco e excessivamente quente, terem sido muito severas. “Ainda não se vê movimentos com soja chegando de outros estados, mas pode acontecer”.
Para alcançar os R$ 200,00 no mercado brasileiro, os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago, como explica o consultor, deveriam ter evoluído até os US$ 16,00, porém, com a oferta muito menor do que o inicialmente projetado, prêmios subindo para a exportação e mais o pouco interesse de venda por parte do produtor brasileiro, a referência foi alcançada e os negócios, efetivados.
“Mas mesmo assim ainda não há uma grande pressão ou uma corrida de venda porque esse preço foi alcançado, como aconteceu em outros momentos, com outros preços. Não há ainda um grande interesse de venda, principalmente pelos produtores do Sul”, relata. Brandalizze afirma ainda que estima a safra do Rio Grande do Sul entre 11 e 12 milhões de toneladas, frente ao potencial inicial de 23 milhões.
E essa diminuição na safra do sul brasileiro será um fator importante e determinante no andamento das cotações e na distribuição da soja disponível.
“O spread entre os portos será um fundamento muito acompanhado pelos traders da soja. A quebra de safra no Paraná e no Rio Grande do Sul reduzirá sobremaneira a oferta de soja para os portos do Sul do País. Além disso, a quebra de safra no Rio Grande do Sul gera um problema para as fábricas”, explica Eduardo Vanin, analista de mercado da Agrinvest Commodities. As processadoras gaúchas terão que buscar soja fora do estado para fevereiro, março e também após meados de julho, agosto. Ontem saiu negócio em Ijuí a R$ 200,00 a saca CIF indústria”, completa.
Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas
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Café: Com a chegada das chuvas do Verão, esse é o momento de recuperação nutricional das plantas
No próximo dia 21 de dezembro acontecerá, às 12h59 (horário de Brasília), o Solstício de Verão do Hemisfério Sul, dando início à estação do Verão que deverá estender-se por 88 dias 23 horas e 34 minutos.
O Verão
O verão, astronomicamente falando, tem início com o solstício, que é o momento em que o a Terra alcança a inclinação máxima em relação ao sol sobre o Trópico de Capricórnio no hemisfério sul. Nesse dia os raios solares incidem perpendicularmente na latitude de 23 graus e 27 minutos. No Brasil ocorre o dia mais longo e a noite mais curta do ano, o que é mais visivelmente percebido quanto mais próximo se está do extremo sul do país.
O verão, meteorologicamente falando, pode ser considerado iniciado no dia primeiro de dezembro e com término previsto para o último dia de fevereiro. De modo semelhante as demais estações começam, do ponto de vista meteorológico, no primeiro dia dos meses em que ocorrem os equinócios e solstícios. Devido ao calor, que é característica mais marcante dessa estação, ocorre maior evaporação a partir da superfície terrestre e, portanto, maiores ocorrências de chuvas em forma de pancadas, que são aquelas chuvas rápidas com grande volume de água e quase sempre acompanhadas de muito vento, raios e trovões.
O fenômeno ENOS
As anomalias dos ventos convergentes de leste sobre o Pacífico equatorial-central devem permanecer mais fortes que o normal durante o verão. Esse fato, em associação com as atuais temperaturas da superfície do oceano Pacífico, mais elevadas na porção Oeste e mais frias na porção Leste, devem assegurar a presença do La Niña até o final do verão sendo provável que, no final do outono, o atual La Niña se dissipe.
O final da primavera
Nos últimos 30 dias na região Sul do Brasil as chuvas ficaram abaixo do esperado para o período, tendo o volume acumulado variado entre 10 e 50mm aproximadamente. Em São Paulo o volume acumulado de chuvas chegou até 100 mm em algumas localidades. Já nas mesorregiões Central de Minas e Metropolitana de Belo Horizonte o volume de chuvas chegou alcançar 350 mm. Apesar de todo o volume ocorrido no último mês alguma regiões ainda se encontam com solos com volume de água abaixo do desejado (Figura 1).
No Sul/Sudoeste de Minas a umidade do solo atualmente varia desde 20%, na região de Pouso Alegre, até 50% em Passos. Na Zona da Mata varia desde valores abaixo de 10% em Muriaé, até 70% em Cataguases; e desde 70% em Coromandel, até 10 em Comendador Gomes no Triângulo Mineiro.
As chuvas e as temperaturas nos próximos três meses
Em janeiro há probabilidade de que o volume de chuvas ocorra acima da média nas mesorregiões do Norte de Minas, Vale do Jequitinhonha e na porção mais a oeste do Triângulo Mineiro.
Em fevereiro as chuvas poderão ocorrer dentro da normalidade ou pouco abaixo da média do período na mesorregião do Noroeste, no Norte de Minas e Rio Doce, nos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, e na porção mais ao norte da Zona da Mata mineira. No Sul de Minas e no Campo das Vertentes há probabilidade de que as chuvas ocorram acima da média, assim como também em todo o estado de São Paulo.
No mês de março o volume de chuvas poderá ocorrer abaixo da média nas mesorregiões do Norte de Minas e Metropolitana de Belo Horizonte.
Já nas próximas semanas as chuvas deverão continuar concentradas na região central do Brasil.
Com relação às temperaturas, nos próximos meses é esperado que na região Sudeste do Brasil ocorram dentro da média do verão.
Café
Com a proximidade do início do verão, devido ao calor, maiores ocorrências de chuvas, em forma de pancadas, nas principais regiões produtoras de café, vêm recuperando o vigor vegetativo dos cafezais.
Os produtores já iniciaram os tratos culturais para a recuperação do estado nutricional das plantas fazendo adubações e pulverizações para repor os nutrientes removidos pelo período anterior de seca severa. Apesar dos altos preços dos insumos agrícolas, tal fato não deve impedir que os produtores realizem os tratos culturais. Todavia, devem ter mais critérios e realizar os tratos partindo dos resultados de análises de solos, que devem ser realizadas após a colheita; e a análise das folhas, que deverá ser realizada no mês de dezembro, quando os frutos estiverem no estádio de chumbinho. Além dessas, devem também ser avaliadas as flutuações populacionais de pragas e doenças, além de um bom manejo das plantas espontâneas.
Associado ao bom volume de chuvas da próxima estação é recomendado que os produtores aproveitem este final de ano para recuperar o estado nutricional de suas lavouras, realizando pelo menos duas adubações e pulverizações neste período, além de outros tratos culturais.
Na eventualidade da realização de novos plantios, após 30 dias deve ser feita, com base no resultado da análise de solos, a primeira adubação de cobertura com nitrogênio e potássio, e que deve ser repetida de 45 em 45 dias até o final do período das águas. Nas lavouras adultas, a dose de adubo anual recomendada, com base nas análises, deve ser distribuída durante todo o período das águas; entretanto, o ideal é que dois terços dessa dose sejam aplicadas até o final de dezembro.
Com relação à nutrição foliar, quando a planta se encontra no estádio de chumbinho, em dezembro é o período ideal para realizar a amostragem de folhas para análise vegetal. A parte que servirá como amostra da planta deve ser colhida no terceiro e, ou, no quarto pares de folhas, a partir do ápice de ramos produtivos, na altura média da planta. Recomenda-se a coleta de quatro folhas por planta em ambos os lados da planta, totalizando 100 folhas para cada talhão. A partir da análise foliar, o produtor poderá realizar a nutrição de modo mais equilibrado e aumentar a resistência das plantas ao ataque de pragas e doenças e, consequentemente, aumentar também a produtividade.
Como em dezembro ocorre o início de crescimento da curva populacional da ferrugem, o produtor deve coletar amostras foliares para verificar o nível de dano da doença nas suas lavouras.
Para a ocorrência da broca é também necessário fazer a coleta de amostra dos frutos para verificar o nível de dano da praga e, caso seja necessário, o controle deve ser feito aproximadamente 90 dias após a maior florada, que normalmente coincide com o mês de dezembro.
Ressalta-se que alguns cafeicultores já vêm adotando a chamada “agricultura regenerativa” que pode ser classificada como um conjunto de práticas de planejamento a longo prazo que propõe recuperar o ecossistema no qual se encontram as lavouras. Essas práticas têm sido adotadas para o controle de pragas com base na redução do uso de defensivos e preservação do meio ambiente.
O controle de plantas espontâneas neste período também é importante para reduzir a competição destas com as plantas de café. O método de controle que mais aumenta a matéria orgânica dos solos é a realização da roçada com roçadeiras manuais, cujo rendimento de trabalho é muito eficiente.
Nas lavouras que foram podadas o produtor deve ficar atento às desbrotas, e principalmente ao excesso de ramos ladrões na parte de baixo do ramo ortotrópico. Destaca-se que as lavouras que foram podadas normalmente apresentam deficiência generalizada de Zinco e Boro, e devem ser corrigidas por meio das pulverizações.
No período de chuvas mais fortes e concentradas, nas propriedades que possuem controle de erosão, deverá ser realizada a limpeza dos terraços e das caixas de contenção de águas. É importante ressaltar que é fundamental, para a conservação das estradas, a recuperação dos quebra-molas que direcionam as águas para dentro das caixas de contenção.
Prognóstico
As análises e prognósticos climáticos aqui apresentados foram elaborados com base nas estatísticas e nos históricos da ocorrência de fenômenos climáticos globais, principalmente daqueles atuantes na América do Sul. Considerou-se, também, as informações disponibilizadas livremente pelo NOAA; pelo Instituto Internacional de Pesquisas sobre Clima e Sociedade — IRI; pelo Met Office Hadley Centre; pelo Centro Europeu de Previsão de Tempo de Médio Prazo — ECMWF; pelo Boletim Climático da Amazônia elaborado pela Divisão de Meteorologia (Divmet) do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) e com base nos dados climáticos disponibilizados pelo INMET. (5º Disme) / CPTEC-Inpe.
O prognóstico climático faz referência a fenômenos da natureza que apresentam características caóticas e são passíveis de mudanças drásticas. Desta forma, a EPAMIG e a Embrapa Café não se responsabilizam por qualquer dano ou prejuízo que o leitor possa sofrer, ou vir a causar a terceiros, pelo uso indevido das informações contidas no texto. Portanto, é de total responsabilidade do leitor o uso das informações aqui disponibilizadas.
*Williams Ferreira é pesquisador da Embrapa Café/EPAMIG Sudeste na área de Agrometeorologia e Climatologia, atua principalmente em pesquisas voltadas para o tema Mudanças Climáticas Globais e cafeicultura. – williams.ferreira@embrapa.br
Por: Williams ferreira e Marcelo Ribeiro
Fonte: Epamig
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Gestão da agricultura irrigada é essencial, dizem especialistas em audiência da CDR
Em audiência pública da Comissão de Desenvolvimento Regional (CDR) nesta segunda-feira (12), representantes do governo e do setor agrícola concordaram quanto ao grande potencial do país para a expansão da área irrigada, que consideram não estar crescendo de forma expressiva em consequência de vários fatores ligados à gestão. A audiência foi conduzida pelo senador Fernando Collor (Pros-AL), presidente da comissão.
Secretário de mobilidade e desenvolvimento regional e urbano do Ministério do Desenvolvimento Regional, Tiago Pontes destacou a importância da irrigação em face do regime hídrico de cada região e lembrou que o país tem 12% das reservas de água doce do mundo e desempenha um papel estratégico na produção e distribuição de alimentos.
— É necessário investir em planejamento, pesquisa, estudos, projetos e infraestrutura. A oportunidade que se apresenta para o futuro deverá ser constituída no presente — disse.
Frederico Cintra Belém, coordenador-geral de irrigação e drenagem do Ministério da Agricultura, detalhou os planos de ação da pasta para expandir a irrigação no país. Belém apresentou dados que apontam um potencial de crescimento da área irrigada para 55 milhões de hectares, mas disse que o incremento anual ainda seja muito pequeno.
— A gente quer, com incentivo nessas ações, pelo menos dobrar esse incremento de área irrigada e, até o fim de 2023, crescer pelo menos 1,2 milhão de hectares.
Salientando que a gestão deve ser melhorada, Belém defendeu as ações já em curso no âmbito do ministério, incluindo incremento do suporte energético para irrigação, como o “destravamento” no licenciamento para barragens e no incentivo ao reuso de água.
Por sua vez, Raimundo Gomes de Matos, diretor de planejamento e articulação de políticas da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), pediu atenção do Congresso ao projeto do Plano Nacional de Desenvolvimento do Nordeste (PRDNE), atualmente em tramitação na Câmara dos Deputados (PL 6.163/2019), que tem a segurança hídrica como um de seus eixos. Em seu entendimento, a irrigação depende de fatores como investimento em novas tecnologias de eletrificação, normatização de legislação da outorga, e melhor gerenciamento da transposição das águas do Rio São Francisco.
— É preciso também o Congresso Nacional ter um protagonismo nesse sentido para darmos segurança jurídica e tranquilizarmos os gestores — declarou.
Já Jordana Gabriel Sara Girardello, assessora técnica da comissão de irrigação da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), cobrou políticas públicas para remover “entraves à irrigação”. Ela afirmou o índice de desenvolvimento humano aumentou em 47% na região de Petrolina (PE) desde a implantação da agricultura irrigada. E disse que o sistema irrigado é importante para culturas como a do café.
— O déficit hídrico no café produz grãos menores e com nível de defeito maior. Então, o café, além de ter mais produtividade com a irrigação, também melhora a qualidade do grão produzido — disse.
Segundo Jordana Girardello, o volume de irrigação no Brasil corresponde a apenas 0,6% da água disponível, mas falta gestão da disponibilidade de recursos em face da demanda hídrica. Ela também mostrou preocupação com a atual crise hídrica e energética, pelos impactos desfavoráveis à irrigação.
Prefeito de Pão de Açúcar (AL) e ex-secretário de Agricultura de Alagoas, Jorge Dantas se declarou favorável à transposição do Rio São Francisco, mas disse que seu município “andou na contramão da História”, por efeito das intervenções que privilegiaram a geração de energia elétrica e prejudicaram a produção agropecuária, até então dependente da sazonalidade do rio. As medidas compensatórias prometidas pela Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), segundo ele, não foram implementadas ou foram insuficientes.
— É preciso trabalhar não apenas a água para irrigação, mas também para socorrer os pequenos agricultores.
Jorge Dantas cobrou planejamento e continuidade: ele criticou a sucessão de programas de irrigação que acabam sendo interrompidos na mudança de governos. Em resposta, Frederico Cintra Belém defendeu os projetos em curso, que, segundo ele, evidenciam a maior capacidade do governo de executar de política de irrigação e consolidam o tratamento da questão dentro de um programa de Estado
— O governo federal tem consciência do que atrapalha a agricultura irrigada e vem traçando ações que foram efetivas desde 2019.
Na abertura, Collor citou estatística da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) para ressaltar que as áreas irrigadas correspondem a menos de 20% da área total cultivada, mas produzem mais de 40% dos alimentos, e ressaltou o “papel central” do Estado na extensão dos benefícios da irrigação, especialmente em benefício do pequeno agricultor.
— Para este, a água é sinônimo de sobrevivência, garante dignidade no campo, contrapõe-se ao esvaziamento das áreas rurais — definiu.
Fonte: Agência Senado
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Agro gerou mais de 113 mil empregos formais de janeiro a maio de 2021
De acordo com a CNA, é o melhor resultado para o período desde 2012
A agropecuária brasileira gerou 113.247 postos de trabalho com carteira assinada no acumulado de janeiro a maio deste ano. É o melhor resultado para o período desde 2012, de acordo com informe da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), com base em dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia.

Cafeicultura foi uma das responsáveis pela região Sudeste liderar a geração de empregos na agropecuária em maio (Foto: Rogerio Albuquerque)
Na nota técnica, a CNA ressalta que o bom resultado dos primeiros cinco meses do ano significa apenas uma compensação de perdas sofridas no mercado formal de trabalho no mesmo período no ano passado. A entidade destaca que, no período, apenas o setor agropecuário registrou um número maior de contratados do que de demitidos.
“A necessidade de se implementar novas medidas de isolamento social em razão do recrudescimento da pandemia neste início de ano provocou uma desaceleração na recuperação esperada para o emprego em 2021. Além disso, o ainda baixo percentual da população plenamente imunizadas (que receberam a 2ª dose) ainda afeta o desempenho de muitas atividades econômicas”, avalia a CNA.
Ainda assim, a avaliação da entidade é de que o mercado formal de trabalho vem respondendo ao avanço da vacinação e à recuperação da economia. A CNA destaca em sua nota técnica que, no mês de maio, a geração de empregos com carteira assinada foi maior que a de abril, com destaque, principalmente, para serviços e comércio.
A agropecuária encerrou o mês de maio com a geração líquida de 42.426 vagas, respondendo por 15,2% do resultado geral. A região Sudeste foi destaque, principalmente por causa da colheita de lavouras como café, cana e laranja. Nordeste, Centro-oeste e Norte também geraram empregos, enquanto, no Sul, o a agropecuária perdeu postos de trabalho no período.
Fonte: Revista Globo Rural
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Agronegócio é o pulsar que alimenta o Brasil
Presidente da Abag destaca benefícios econômicos e sociais do setor, mas alerta que é preciso produzir preservando de verdade os ecossistemas e biomas
O agronegócio é o coração do Brasil. Podemos relacionar o setor com este órgão, responsável por bombear o sangue oxigenado e os nutrientes pelo organismo humano, garantindo seu funcionamento pleno. O campo nacional gera riquezas, emprego e renda, garantindo alimentos seguros e de qualidade à população, além de fornecer outros produtos necessários à vida moderna.
A vitalidade é tamanha que, em 2020, em meio à pandemia da Covid-19, o setor cresceu 2% em relação a 2019, enquanto as demais atividades, infelizmente, fecharam com dados negativos e até quase sucumbiram. Para este ano, espera-se um faturamento recorde de R$ 1,173 trilhão, somente da porteira para dentro, o que representa uma alta de 15,8% ante 2020.
A fantástica atuação e a forte competitividade em âmbito internacional são retratadas nas exportações. Em abril, o Brasil registrou um superávit de US$ 10,3 bilhões, maior resultado positivo desde 1989. Do total de US$ 26,4 bilhões exportados, o agro nacional respondeu por uma parte relevante, tanto é que as vendas externas cresceram 44,37% em comparação ao mesmo mês do ano anterior.
Contudo, da mesma forma que o coração requer cuidados regulares, pois uma pequena anomalia pode causar efeitos danosos e até irreversíveis, o agronegócio precisa também tratar de um fator que vem ferindo os produtores rurais, os profissionais e as empresas integrantes da cadeia produtiva: a reputação e a imagem perante aos consumidores, investidores, compradores, enfim, ao mundo.
Para nós, que vivemos o agronegócio, é fácil reconhecer, enumerar e elencar todos os benefícios sociais, ambientais e econômicos trazidos por nossa atividade.
Entretanto, se não houver uma convergência de nossa realidade com as ideias e conceitos do público externo, o trauma causado pela falta de conhecimento acerca do que tem sido feito no agro brasileiro poderá crescer, levando à perda de competitividade, à fuga de investidores e à dificuldade em expandir ou abrir mercados. E pior: ao desencanto de quem produz e vive da terra.
Desse modo, a comunicação de nosso setor com os públicos de interesse precisa ser mais eficiente e mais fluida, para evitar obstruções que impeçam a compreensão de que o agronegócio é patrimônio de todos os brasileiros. É o coração que pulsa ininterruptamente em benefício da sociedade.
Mais do que garantir ar puro, a Amazônia também permite estimular o desenvolvimento da bioeconomia, liderada pelo agronegócio, uma verdadeira transformação do sistema de produção mundial, aliando o tripé da sustentabilidade de maneira plena.
Nesse caminho disruptivo, será possível reunir biomas e florestas conservadas, diminuindo impactos decorrentes das mudanças climáticas, com crescimento econômico e social regional e nacional.
Coração e pulmão trabalham em sintonia para que todas as células recebam o oxigênio e os nutrientes necessários para a vida. É assim também com o agronegócio brasileiro e o meio ambiente. O agronegócio busca a preservação dos biomas, ao mesmo tempo, que amplia sua produtividade para levar a riqueza e o alimento para a mesa dos brasileiros e para o mundo.
*Marcello Brito é presidente do conselho diretor da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG)
As ideias e opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do seu autor e não representam, necessariamente, o posicionamento editorial da Revista Globo Rural.
Fonte: Revista Globo Rural
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22 de abril – Dia da Terra
O Dia da Terra é comemorado, todos os anos, em 22 de abril. Essa data é importante para refletirmos a respeito de como nossas ações impactam negativamente a vida no nosso planeta, e é um momento para cobrarmos medidas mais eficientes de preservação da natureza. É um momento também de mudança de comportamento para que consigamos deixar um planeta saudável para as próximas gerações.
O Dia da Terra é comemorado em 22 de abril e foi criado, em 1970, pelo então senador americano Gaylord Nelson. Naquela data, o senador convocou um grande protesto, nos Estados Unidos, que tinha como pauta a poluição. O evento foi um grande sucesso e contou com cerca de 20 milhões de pessoas preocupadas com os impactos negativos que o ser humano provoca no meio ambiente.
Depois do grande evento nos Estados Unidos, aos poucos a data consolidou-se ao redor do mundo. A partir de 1990, o Dia da Terra passou a ser uma data comemorada em diferentes países. A cada ano, um tema diferente é abordado nele, esses temas são relacionados com a preservação e redução dos nossos impactos negativos no planeta.
Por que o Dia da Terra é importante?
O Dia da Terra é uma data importante, pois é um momento de refletirmos a respeito da importância de cuidarmos do nosso planeta e como as ações do dia a dia afetam negativamente a vida nele.
A humanidade, com suas ações, é responsável pela poluição de diversos ambientes, destruição de habitat de várias espécies, aumento da quantidade de pragas, aumento de erosões, ocorrência de chuva ácida, agravamento do efeito estufa, destruição da camada de ozônio, e vários outros impactos negativos.
Hoje presenciamos, por exemplo, um aumento crescente na extinção de espécies, o que é considerado, por alguns cientistas, uma extinção em grande escala. Já passamos por vários processos de extinção em massa, entretanto, nos outros casos, como a extinção dos dinossauros, as causas foram completamente naturais. Atualmente vários seres vivos do planeta estão simplesmente desaparecendo da superfície terrestre devido à atividade humana.
Como sabemos, não temos catalogadas todas as espécies existentes em nosso planeta, e a cada dia descobrimos espécies jamais vistas. Com isso, fica difícil saber ao certo quantas delas estamos perdendo a cada ano. De acordo com a WWF, se existem 100.000.000 de espécies diferentes na Terra e o índice de extinção é de apenas 0,01% ao ano, pelo menos 10.000 espécies são extintas anualmente.
Ainda de acordo com a organização, se considerarmos a menor estimativa do número de espécies no planeta como verdadeira, ou seja, que existem cerca de dois milhões de espécies, teríamos, por ano, uma extinção de pelo menos 200 delas. Esses números são impressionantes e mostram como afetamos negativamente o planeta com nossas ações.
Além da extinção das espécies, não podemos esquecer-nos de que vários estudos sugerem que o ser humano é peça-chave nas mudanças climáticas. Nossa emissão de gases de efeito estufa está contribuindo ativamente para o aumento da temperatura do planeta. As mudanças climáticas são reais e impactam todas as espécies que vivem na Terra, incluindo os seres humanos.
Como efeitos das mudanças climáticas podemos citar: aumento dos nível do mar, que pode resultar na submersão de áreas costeiras; seca e escassez de água em algumas regiões do planeta e aumento exagerado das chuvas em outras; prejuízos na agricultura; extinção de espécies; e aumento do número de casos de várias doenças.
Sendo assim, utilize o Dia da Terra para reflexão. É o momento ideal para repensarmos nossas atitudes em relação ao nosso planeta e também para exigirmos de governantes medidas eficientes no que diz respeito à proteção dele. A data, no entanto, não deve ser vista como uma ação isolada e de um único dia, sendo fundamental que trabalhemos boas ações durante todos os dias do ano para, assim, conseguirmos manter nosso planeta o mais saudável possível.
O que eu posso fazer para ajudar o planeta?
É fundamental ensinarmos para nossas crianças a importância de preservar a natureza.
Medidas simples podem ser adotadas no dia a dia para ajudarmos o planeta. Veja algumas delas a seguir:
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Economize energia: não deixe as luzes acessas em locais em que não há pessoas no momento; evite deixar eletroeletrônicos em standy by; invista em lampadas de LED; e não passe muito tempo no banho.
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Economize água: diminua o tempo de banho; reaproveite a água da máquina de lavar para lavar calçadas, por exemplo; capte água da chuva; mantenha a torneira fechada enquanto escova-se os dentes; e arrume rapidamente vazamentos.
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Por Vanessa Sardinha dos Santos
Professora de Biologia
Fonte: Brasil Escola
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Brasil é pioneiro em Indicação Geográfica de vinhos tropicais, aponta Embrapa
A parceria entre ciência e setor produtivo resultou no pedido de reconhecimento da Indicação de Procedência Vale do São Francisco para vinhos finos tranquilos e espumantes. O trabalho conjunto permitiu o pioneirismo internacional na estruturação de uma Indicação Geográfica de vinhos tropicais. Em dezembro, foi depositada a Indicação de Procedência (IP) do Vale do São Francisco no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), baseada em requisitos equivalentes aos da União Europeia.
O trabalho para caracterização da região, necessária para o registro, foi coordenado pela Embrapa Uva e Vinho (RS), em articulação com a Embrapa Semiárido (PE) e parceiros, com uma equipe de mais de 40 pessoas de várias instituições, entre pesquisadores, professores, técnicos e estudantes para entender a vitivinicultura do Semiárido nordestino e aprimorar a qualidade dos vinhos da região. Essa iniciativa atende a uma demanda antiga do setor produtivo, representado pelo Instituto do Vinho do Vale do São Francisco (Vinhovasf), entidade privada que congrega os produtores vitivinícolas da região.
“Essa será a primeira Indicação de Procedência (IG) de vinhos de regiões tropicais do mundo, utilizando o modelo estrutural similar às Indicações Geográficas adotadas por renomados produtores da União Europeia,” comemora o pesquisador da Embrapa Giuliano Pereira, que coordenou o processo. “O Brasil é um destaque no cenário internacional nas pesquisas na viticultura tropical, produção que também ocorre em países como a Tailândia, Índia, Myanmar (antiga Birmânia) e Venezuela. Receber e compartilhar em cada garrafa que ostentará o selo da Indicação Geográfica significa a garantia da origem e da qualidade dos produtos elaborados”, destaca o cientista.
Pereira liderou o time multidisciplinar que teve como missão entender a vitivinicultura do Semiárido nordestino, em especial a estabelecida no Vale do Submédio São Francisco, que envolve com destaque os municípios pernambucanos de Petrolina, Lagoa Grande e Santa Maria da Boa Vista, além de Juazeiro, Casa Nova e Curaça, no lado baiano. Os trabalhos do projeto, desenvolvido entre 2013 e 2018, possibilitaram elaborar o material técnico que embasou o pedido de registro da Indicação de Procedência entregue ao INPI em dezembro.
As ações de pesquisa ocorreram no âmbito do projeto “Desenvolvimento de tecnologias e uso da agricultura de precisão para colaborar com a certificação dos vinhos e com a sustentabilidade do setor vitivinícola do Vale do Submédio São Francisco”, que contou com um aporte superior a um milhão de reais do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
As informações coletadas
As atividades possibilitaram a caracterização histórica e geográfica do território vitivinícola no Vale do São Francisco; a delimitação da área geográfica da Indicação de Procedência Vale do São Francisco; a caracterização do relevo, das condições climáticas, dos solos, dos vinhedos comerciais; caracterização das paisagens vitícolas da região; estudos do potencial enológico das uvas para a melhoria da qualidade, da tipicidade e da estabilidade dos vinhos tropicais, assim como a caracterização da composição química, metabólica e sensorial dos produtos comerciais. Também foi definido o Caderno de Especificações Técnicas da IPe do respectivo Plano de Controle dos produtos.
Mais visibilidade mundial e estímulo ao enoturismo
“O crescimento das indicações geográficas de vinhos brasileiros, que hoje já são onze, entre as registradas e em estruturação, está redesenhando a cartografia dos territórios vitivinícolas do país. Esse trabalho está colocando o Brasil no radar das origens qualificadas, dando suporte para o fortalecimento da imagem mundial do Brasil como produtor de vinhos de qualidade,” declara Jorge Tonietto, pesquisador da Embrapa que desenvolve projetos de estruturação de Indicações Geográficas (IGs) de vinhos brasileiros desde os anos 1990.
De acordo com ele, a obtenção do registro da Indicação de Procedência Vale do São Francisco, além de estimular melhorias na organização do setor, irá aprimorar a qualidade dos vinhos que chegarão aos consumidores, pois todos os produtos com IG deverão atender aos requisitos de produção, além de passar por avaliações químicas e análises sensoriais às cegas, garantindo produtos de origem qualificados. A conquista, a exemplo de outras regiões, também deverá promover a comercialização dos produtos, ampliar a visibilidade e o renome da região produtora, além de estimular o enoturismo, com potencial de atração de novos investimentos e fortalecimento da vitivinicultura do Vale do São Francisco.
Para o presidente do Vinhovasf, José Gualberto de Freitas Almeida, os resultados são a concretização de um sonho. Ele é o pioneiro na produção de vinhos no Semiárido, com o início de suas atividades em 1985. Almeida declara que, desde o reconhecimento da IG gaúcha Vale dos Vinhedos, em 2002, queria realizar esse trabalho no Vale do São Francisco. “Participei do lançamento em Bento Gonçalves (RS) e lá mesmo já havia manifestado o interesse para que os nossos vinhos fossem estudados e reconhecidos. Demorou um pouco, mas estamos chegando lá,” celebra.
Para Francisco Macedo de Amorim, professor de enologia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sertão Pernambucano (IF Sertão) e um dos pesquisadores atuantes no projeto, o momento é de festejar. “Desde 2002 estou envolvido com a vitivinicultura na região. Foi durante essa longa caminhada que surgiram mais empresas, muitos personagens e mais produtos, fortalecendo cada vez mais a ideia de que um dia o Vale do São Francisco seria mais valorizado e reconhecido, também pelos seus vinhos”, lembra.
A força-tarefa do vinho tropical
A equipe multidisciplinar que atuou no projeto da Indicação de Procedência para o Vale do São Francisco contou com cientistas da Embrapa Uva e Vinho, Embrapa Semiárido e Embrapa Clima Temperado, de instituições de ensino como a Universidade de Caxias do Sul (UCS), Universidade Federal de Lavras (UFLA), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Universidade Federal do Vale do São Francisco e Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sertão Pernambucano (IF Sertão), além do Instituto do Vinho do Vale do São Francisco (Vinhovasf).
Também participaram ativamente do processo os proprietários, diretores, enólogos e técnicos das sete vinícolas da região produtora de vinhos (ViniBrasil SA/Global Wines, Miolo/Terranova, Vinícola do Vale do São Francisco/Botticelli, Adega Biancheti Tedesco, Vinícola Mandacaru/São Braz, Vinum Sancti Benedictus-VSB e Vinícola Garziera), além de estudantes de mestrado e doutorado.
Ciência fortaleceu o vinho do Semiárido
A projeção do Brasil na área vem sendo construída ao longo dos anos com o desenvolvimento de tecnologias para elaboração de vinhos tropicais. Entre 2003 e 2007, um projeto pioneiro desenvolvido no Vale do São Francisco avaliou 28 cultivares viníferas na região. Financiado pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e pela Embrapa, o trabalho selecionou a Tempranillo e a Barbera que foram adotadas pelo setor produtivo e mostraram excelente desempenho na produção de vinhos tintos e espumantes.
Com relação ao processo de elaboração de vinhos, a Embrapa conduziu pesquisas e estabeleceu parâmetros importantes para a definição do período ideal de colheita a fim de garantir a qualidade dos vinhos de guarda, que ocorre sobretudo de março a setembro, conforme publicado na revista Territoires du Vin.
Graças à pesquisa agropecuária brasileira, o Brasil está entre os líderes mundiais da viticultura tropical. É o que afirma o pesquisador Giuliano Pereira. “Esse posicionamento também é reconhecido pela organização das cinco edições do Simpósio Internacional de Vinhos Tropicais realizadas até 2020: em 2004 (Petrolina-PE), 2010 (Petrolina), 2011 (Chiang Mai-Tailândia), 2014 (Brisbane-Austrália) e 2016 (Petrolina),” relata Pereira frisando que o evento é um dos principais fóruns da categoria e reúne lideranças científicas do Brasil, Venezuela, Estados Unidos, Portugal, França, Espanha, Tailândia, Myanmar, Indonésia e Austrália, contando com a parceria da Cátedra Unesco “Cultura e Tradições do Vinho” (da Universidade da Bourgogne-França) e do Giesco (Group of International Experts of vitivinicultural Systems for CoOperation).
Os vinhos tropicais: sabor diferenciado e produção o ano inteiro
As regiões de clima quente ao longo do ano permitem a produção de uvas e vinhos de janeiro a dezembro, com duas podas e duas safras anuais, com possibilidades de colheitas escalonadas ao longo do ano nas diferentes parcelas de vinhedos. Os vinhos tropicais estão conquistando um novo mercado, com características diferenciadas em relação à produção das tradicionais regiões de clima temperado.
Os tipos de produtos autorizados na IP são os vinhos tranquilos brancos, tintos e rosés e vinhos espumantes brancos e rosés (bruts, demi-secs e moscatéis), elaborados com 100 % de uvas produzidas na área geográfica delimitada. Foram autorizadas, para fins de elaboração dos vinhos, 23 cultivares de uvas Vitis vinifera L., indicadas pelos próprios produtores, pela adaptação e desempenho na região.
“Os vinhos tropicais do Vale do São Francisco são na sua maioria jovens, frescos, aromáticos, e estão disponíveis ao consumidor em qualquer época do ano,” ressalta Pereira.
Em geral os vinhos são frutados, de baixo teor alcoólico, de acidez moderada, podendo ser leves a encorpados, com predominância para vinhos jovens. O carro-chefe da produção são os espumantes, com aproximadamente três milhões de litros por ano, seguidos dos vinhos tranquilos, com produção de cerca 1,5 milhão de litros anuais.
Segundo dados da professora Ivanira Falcade, da UCS, a área delimitada da Indicação de Procedência Vale do São Francisco para os vinhos finos contempla os municípios de Juazeiro, Casa Nova, Sobradinho e Curaçá, na Bahia, e Petrolina, Lagoa Grande, Santa Maria da Boa Vista e Orocó, em Pernambuco, todos integrantes da Rede Integrada de Desenvolvimento (Ride) Petrolina-Juazeiro.
Todas as atividades relacionadas à Indicação de Procedência do Vale do São Francisco serão acompanhadas e controladas pelo Conselho Regulador do Vinhovasf, que é formado por um grupo de sete profissionais ligados ao setor, com representantes dos produtores vitivinícolas e membros externos de instituições de apoio.
A voz do setor produtivo do Semiárido nordestino
Em 2003 foi criado o Instituto do Vinho do Vale do Vale do São Francisco – Vinhovasf, uma associação que reúne sete vinícolas do Vale do São Francisco e que atuará como gestor da Indicação de Procedência de vinhos Vale do São Francisco por meio de seu Conselho Regulador. Todos os produtores vitivinícolas da região poderão receber o selo da Indicação Geográfica de vinhos, desde que cumpram com os requisitos do Caderno de Especificações Técnicas e se submetam aos controles sob a gestão desse conselho.
O instituto vem se dedicando à organização da cadeia produtiva da uva e do vinho na região, representando a categoria nas inúmeras demandas coletivas, no apoio direto à divulgação e na busca da Indicação Geográfica.
Fonte: Embrapa
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Soja volta a subir em Chicago nesta 6ª feira e opera com mais de 10 pts de alta
Após mais uma sessão de realização de lucros, os preços da soja voltam a subir na Bolsa de Chicago nesta sexta-feira (29). Perto de 7h50 (horário de Brasília), as cotações subiam entre 9,50 e 11,75 pontos, levando o março a US$ 13,64 e o agosto a US$ 12,94 por bushel.
A demanda permanece forte e dando espaço para a continuidade dos ganhos na CBOT. O atraso da chegada da nova oferta do Brasil mantém os importadores ainda bastante concentrados no mercado dos EUA. Além do pouco avanço da colheita, o mercado ainda observa a perda de qualidade em alguns pontos do país em função do excesso de chuvas.
Assim, a relação apertada entre oferta e demanda se mantém no foco principal dos traders e está mantido, como seguem afirmando analistas e consultores, o viés positivo do mercado. O que vai continuar a intensificar os ganhos deverão ser as notícias, ao menos por enquanto, sobre o clima na América do Sul.