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Depois da chuva, safra começa oficialmente com expectativa de produção recorde
As chuvas do fim de semana abriram oficialmente a safra de verão 2017/18. Depois um longo período de estiagem, que durou mais de 50 dias em algumas regiões, os produtores correram para campo para aproveitar a umidade.
Neste ano, segundo estimativas do Núcleo de Agronegócio da Gazeta do Povo, o Brasil deve ampliar a área dedicada à soja em pelo menos 3,5%, sobretudo onde se cultivou milho verão na temporada 2016/17. Com isso, a oleaginosa passa de 33,55 milhões de hectares para 34,72 milhões de hectares.
Se os rendimentos médios se repetirem, o país fechará a colheita com 114,03 milhões de toneladas. No entanto, o mais provável é que esse número seja ligeiramente menor por causa do clima, devendo ficar próximo a 113 milhões de toneladas. No ciclo 2016/17, a produção brasileira ficou em 110,2 milhões de toneladas, segundo estimativas da Expedição Safra.
Milho
Para o milho verão, a área deve voltar a ter retração, principalmente pelas condições de mercado, com preços abaixo do mínimo estabelecido pelo governo em algumas praças. O cereal tende a voltar aos patamares da safra 2015/16, quando o Brasil plantou 5,98 milhões de hectares no ciclo de verão. Tomando como base uma área de 6 milhões de hectares e um rendimento de 5,1 kg/ha (-3,56%), a colheita fecharia em 30,6 milhões de toneladas. Em 2016/17, o resultado foi de 32,79 milhões de toneladas.
Mercado
O Paraná deve repetir ou chegar perto da produção da temporada 2016/17, quanto colheu 19,88 milhões de toneladas de soja e 4,60 milhões de toneladas de milho primeira safra. Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral) do Paraná, até a última quinta-feira (29), 2% da área dedicada à oleaginosa e 16% da área dedicada ao cereal já haviam sido semeados no estado.
O estado deve receber, em média, 130 mm de precipitações até 13 de outubro, sendo os maiores acumulados previstos para os dias 2 (24,2 mm) e 11 (32,6 mm), de acordo com o Agriculture Weather Dashboard.
Para o analista Aldo Lobo, da Granopar, é possível afirmar que safra finalmente começou no fim de semana. “Esse é o sentimento no campo. Os produtores estão plantando o mais rápido possível. Na semana passada, estavam todos semeando no pó”, afirma. O fato do plantio no ciclo atual estar atrasado em relação à 2016/17, na opinião de Lobo, não vai trazer prejuízos às produtividades médias. “A safrinha sempre foi uma cultura de risco. Ainda é cedo para falar qualquer coisa”, diz.
O analista de mercado e economista, Camilo Motter, da Granoeste, tem a mesma opinião. “A expectativa corre neste sentido. Aqui no Oeste do Paraná, tivemos uma variação de precipitações muito grande de região para região, mas notamos que ambiente está mudando no campo”. Para Motter, a safrinha está mais atrelada ao clima do que há outros fatores. “Área semeada e tecnologia nós temos. Só dependemos do tempo”.
Maior produtor do país, o Mato Grosso deve plantar 9,4 milhões de hectares na safra 2017/18, segundo estimativa do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). O agrometeorologista Marco Antônio dos Santos informa que há previsão de chuvas generalizadas para Mato Grosso com volume suficiente para o plantio da soja. “Após o dia 3 de outubro, as precipitações regulares devem parar e, desta forma, chover esporadicamente em diversas regiões. O tempo chuvoso só regulariza a partir da segunda quinzena de outubro”, diz.
Para o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Endrigo Dalcin, os produtores rurais devem iniciar o plantio com cautela. “No ano passado, os agricultores foram cautelosos e tivemos uma das melhores safras em produtividade. Por isso, é preciso prudência, acompanhando a previsão do tempo para um resultado positivo”, afirma.
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Boas expectativas marcam o início da safra de grãos
A expectativa de uma boa safra de grãos está gerando reflexos positivos em setores da economia que dependem da agricultura. Influenciada por condições climáticas mais favoráveis para o desenvolvimento das lavouras neste ano, a previsão para a safra 2016/2017 é de mais de 210 milhões de toneladas de grãos produzidas, segundo os dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Essas expectativas positivas acendem o sinal verde para outros setores da economia que dependem diretamente da produção agropecuária. No caso das máquinas agrícolas por exemplo, segundo os dados da Associação dos Fabricantes (Anfavea), outubro já registrou um crescimento de 35% em relação a setembro deste ano, dados estes que compravam um retorno no otimismo dos empresários e produtores do setor rural.
Atual quarto maior estado produtor de grãos, Goiás segue na mesma expectativa nacional, com previsão de safra recorde neste ano. Segundo os dados da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), a produção goiana de grãos deve atingir nesta safra os 21,2 milhões de toneladas, com grande destaque para as culturas da soja e do milho, que juntas representam cerca de 93% do total produzido.
Esses produtos abastecem a vasta cadeia agroindustrial do estado, sendo insumos básicos na produção de carnes e lácteos e também para a indústria alimentícia. No caso da soja, mesmo sendo exportada apenas cerca de 35% da nossa produção total, a oleaginosa é o principal produto da balança comercial do estado, sendo responsável por cerca de 25% do total exportado em 2015.
A principal região produtora de grãos no estado é o Sudoeste Goiano, porém a produção goiana já se encontra bastante dispersa, com crescimento significativo nos últimos anos nas novas fronteiras agrícolas goianas, o Vale do Araguaia e o Extremo Norte do estado. Entre os municípios, Rio Verde, Jataí e Cristalina são os maiores produtores estaduais.
A safra gera boas expectativas também aos produtores rurais, que ano após ano vêm enfrentando problemas de perdas em função do clima. “Nas últimas três safras tivemos problemas relacionados com a falta de chuvas, seja na safra de soja no verão, ou no milho na safrinha. Uma safra cheia nesses dois períodos é mais do que bem-vinda e pode amenizar a situação financeira complicada que muitos produtores se encontram atualmente”, afirma o assessor técnico da Faeg, Cristiano Palavro. Porém o consultor alerta que a safra ainda esta começando, e as previsões podem se alterar durante o ciclo produtivo.
As condições da safra também trazem reflexos aos consumidores finais, pois os níveis de oferta destes produtos impactam diretamente nos preços. É o que assessor técnico da Faeg, Pedro Arantes. “Os efeitos nos preços sofrem interferência de outras variáveis, porém a oferta desses produtos é a principal delas. No caso de produtos básicos, que vão direto para a mesa das famílias, como o arroz e o feijão, por exemplo, esse efeito é direto. Já para as cadeias da soja e do milho, os efeitos mais significativos podem ser observados nos preços das carnes, suína e de frango, principalmente, nos derivados de leite”, ressalta ele.